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ANTIPATIA NÉSCIA: A CARÊNCIA DE SI

ANTIPATIA NÉSCIA: A CARÊNCIA DE SI
Simone Belkis
fev. 9 - 4 min de leitura
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Eu fiquei em dúvida se esse título seria aprovado pelos moderadores do Blog, vá lá, parece um tanto pesado, não é mesmo? Mas, um pouco de agressividade, além de fazer parte de nossa essência humana, também justifica o tema e a razão de abordá-lo.

Desde o início da Pandemia, venho observando tanto o percurso do vírus, quanto o comportamento das pessoas. Li sobre muitas coisas, vi posts de pessoas curtindo a vida como se nada houvesse, vi reportagens comoventes sobre aqueles que perderam seus entes queridos. Enfim, a lista do que vi é grande.

E dessas tantas coisas que vi, a que mais me chamou a atenção foi a tese que explica o porque do contágio não cessar: a antipatia burra. Claro que o texto não se expressava dessa forma, isso é uma interpretação minha. Falava sim sobre a falta de empatia da grande maioria da população, que indiferente (por n motivos, é claro), desrespeita os protocolos de cuidados básicos.

Vamos, então, primeiro entender o conceito de empatia do ponto de vista psicológico:

Identificação de um sujeito com outro; quando alguém, através de suas próprias especulações ou sensações, se coloca no lugar de outra pessoa, tentando entendê-la.

Já a antipatia é:

Aversão espontânea, irracional, "gratuita" por (alguém ou algo); malquerença, repulsão.

A Psicóloga Luciana Karine de Souza, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que:

Se somos empáticos e, por alguma razão, desgostamos do que vimos nos sentimentos da outra pessoa, podemos reagir antipaticamente, rejeitando-a.

Acho que isso explica um tema que já abordamos aqui antes, a questão da projeção. Quando projetamos algo que não queremos confrontar e depositamos no outro o suposto "defeito", negando a emoção que identificamos inconscientemente. Isso faz parte de nosso processo, é o que podemos chamar de normal, infelizmente.

Porém, quando o processo involuntário chega ao ponto de colocar a própria vida em risco, mostra o quão inconsciente um ser humano pode se tornar, nesse caso entrando para a popular classificação de burrice. Desculpem-me se isso soa grosseiro, mas é com isso que a maioria irá com certeza concordar.

Embora a Pandemia seja um assunto de extrema gravidade, já que o ser humano ainda não se acostumou com a fatalidade do fim da vida, já que é inevitável, só podemos classificar como muito mais grave a inconsciência que as pessoas demonstram quando assumem o risco de "naturalmente" antipatizar com protocolos e, pior, com a dor de outras pessoas, chegando a zombar e fazer piadinhas de extremado mal gosto.

E isso tudo por medo, para não usar um outro termo mais pesado que me passou pela mente nesse momento.

Revoltas à parte, é preciso questionar essa falta de empatia, uma vez que a repulsa pela dor e pelo risco de morte não deveria ser motivo para negligência, e sim uma imensa oportunidade de crescimento e maturidade. 

Eu sei que não será simples conscientizar a população, porque isso leva tempo e muita força de vontade individual, o que obviamente não é o caso, já que o extremo da gravidade denuncia o tamanho da falta de consciência.

Mas, que isso não seja motivo para desistirmos de entender a nós mesmos e de tentar abrir as mentes que ainda se permitem buscar resposta. Porque sem isso, não restarão muitas esperanças.

Ainda que a morte seja a única certeza da vida, que não seja ela motivo para demonizar  as dores e medos do próximo, pois que são os mesmos que os nossos. E só o conhecimento de si mesmo mostra esse caminho.


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