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A BOA NOTÍCIA: NINGUÉM PODE NOS FAZER INFELIZES - PARTE I

A BOA NOTÍCIA: NINGUÉM PODE NOS FAZER INFELIZES - PARTE I
Eleonora de Góes  Miranda
ago. 11 - 4 min de leitura
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O parceiro afetivo não tem a capacidade de nos fazer infelizes, embora, às vezes, pareça que sim, especialmente em momentos de dor, perdas, disputas, desencontro ou frustração. Em um relacionamento podemos viver um amplo leque de sentimentos, entre eles, o sofrimento e o desamor, mas não há razão para sermos vítimas disso, visto que nosso caminho e nosso destino continuam sempre íntegros em nossas mãos. Não importa só o que vivemos, e sim nossa atitude perante o que vivemos.

Essa é a boa notícia: apesar dos maus momentos, na realidade ninguém tem o poder de nos fazer infelizes, pois sempre está em nossas mãos decidir como vamos viver as coisas, o sentido que lhes daremos e a possibilidade de orientá-las na direção do positivo útil. Vejamos o famoso caso Viktor Frankl, cujo exemplo mostra bem o sentido de viver, ainda que no pior dos pesadelos – ou, o que dá no mesmo, em um campo de concentração. Ou de Nelson Mandela, que fraguou grande parte da sua integridade na impotência de sua longa reclusão, e que pôde encarnar como poucos os versos do poeta William Ernest Henley: “Eu sou o mestre do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”. Ou, mais jocosamente, o de Sócrates, cuja mulher era famosa por ser pertinaz mau caráter; o filósofo costumava aconselhar as pessoas a se casar, porque, se desse certo, seria um pouco feliz e, se não, sempre restaria a opção de ser filósofo.

Não parece um bom negócio deixar que o nosso bem-estar dependa do outro, dando-lhe esse poder e ao mesmo tempo sobrecarregando-o com ele. A felicidade depende, pois, principalmente de nossa atitude e estado perante o que nos cabe viver. Em particular, depende de que com a nossa atitude consigamos evitar o papel de vítima, o ressentimento, a vingança, a queixa, o hedonismo, o orgulho, o medo a cobiça, o desejo de notoriedade, a riqueza desmedida, a preguiça espiritual etc. Tudo isso configura o elenco de personagens da comédia e do sofrimento humanos.

A felicidade também depende de que permaneçamos na força real que vem de reconhecer nossa responsabilidade, isto é, nossa capacidade de resposta a todo momento. Os falsos poderes levam inevitavelmente ao sofrimento e fazem com que os outros sofram. É mais feliz quem, em vez de se queixar e sofrer resignado, assume uma posição, orienta suas ações, gera esperança e desenha um futuro promissor; enfim quem se transforma em discípulo da realidade, e não em sua vítima.

Portanto, um companheiro não pode nos fazer infelizes em um sentido restrito, pois a felicidade é um estado interno, que, em última instância, só depende de nós mesmos e do cultivo de uma consciência maior, assim como do conhecimento claro do nosso ser. Não obstante, de vez em quando esquecemos tudo isso e pretendemos que o companheiro se transforme em remédio para todos os nossos males e carências afetivas. Nós nos “desresponsabilizamos”, colocamos nosso destino em mãos alheias e renunciamos a uma parte fundamental de nossa liberdade e de nosso ser. E não temos consciência de que, pensando e agindo desse modo, outorgamos ao outro um poder que não lhe corresponde e que pode até ser um fardo pesado para ele; um poder que, de qualquer maneira, é um lastro para o companheiro.

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