Eu tenho a sensação de que a frase de Jesus: "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada" ( Mateus 10:34) aplica-se perfeitamente às situações que venho observando ao redor. Principalmente, se considerarmos que o elemento ar (o pensamento) é representado pela espada no esoterismo.
Em algumas conversas com pessoas que muito aprecio, tenho percebido uma "pequena" confusão que gera, ao meu ver, um quase terrível desentendimento, não no sentido de brigas, mas de simplesmente não conseguir perceber do que realmente se está falando.
Eu tenho aprendido que o que move nossa estrutura é a consciência e agora sei que o que busquei a vida toda é ser consciente. Porém, o que percebi é que as pessoas parecem confundir consciência com intelecto, e talvez você mesmo(a) possa se perguntar, nesse momento: - E não é a mesma coisa? Vamos à parte que eu adoro, os conceitos:
A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, senciência, sapiência e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente.
O intelecto é a capacidade de acumular conhecimento e processar informação, raciocínio.
Será que se percebe uma diferença em nada sutil nesses conceitos? Eu não sou filósofa, mas creio que uma boa análise (ou até uma rápida consulta ao dicionário) pode desfazer célebres confusões como essa que a humanidade tem insistindo em promover, por não saber que consciência e razão não são nem de perto a mesma coisa, ainda que habitem o mesmo "ambiente".
Todo o ser humano é dotado de uma mente que é produto da Consciência ou mente Divina (ou outro nome que se possa desejar dar). No meu entendimento, eu traduziria de uma forma simplista (admito) que consciência é a base de toda a estrutura mental consciente, subconsciente, inconsciente e os demais tipos de ciente que aqui caibam.
Ou seja, tudo parte de uma mesma base, mas não é efetivamente usada no seu todo. Lembre-se o que dizem por ai sobre uso de apenas 5% da capacidade cerebral humana de atenção.
O que será que tem nos outros 95%? Consciência!!!!
Nós sabemos que existe, ao menos didaticamente, uma diferença entre os padrões mentais, com cada um cumprindo suas funções vitais e específicas. Mas, também é um fato notável que, dependendo do nível de (in)consciência, a percepção do mundo se torna muito limitada.
A grande confusão é julgar pessoas que possuem um grande intelecto como seres conscientes e senhores de si quando agem em prol do mal da humanidade, por exemplo. Julgá-los como seres que sabem exatamente o que fazem seria desconsiderar o verdadeiro conceito do que seja consciência. Sendo esse também o motivo do caos interno no humano e o consequente caos externo no mundo.
Pessoas extremamente inteligentes desperdiçam seu tempo e suas habilidades tentando encaixar teorias racionais em entes pouco conscienciais, e isso não tem chance de funcionar. Eu posso usar nesse momento, o exemplo mais cruel que tenho visto acontecer bem perto de nós, a falta de empatia de boa parte da população e a consequente desobediência ao isolamento social, que tem feito crescer assustadoramente um contágio que já poderia ter sido controlado, ou nem mesmo ter acontecido, se fomos seres mais conscientes.
Porque usando o intelecto, somos capazes de olhar ao redor e ter a clareza dos efeitos desse vírus, por exemplo, mas isso não tem sido suficiente para fazê-lo parar. Essas pessoas são inteligentes, uma vez que conseguem raciocinar sobre o fato, mas são inconscientes para empatizar com seus semelhantes e perceber que seus direitos terminam onde o dos outros começam.
Vejo que, no geral, as pessoas acreditam ser o suficiente aplicar na prática o que na teoria parece tão perfeito, esquecendo-se que o intelecto não sente, não empatiza, não se emociona e portanto, não tem "consciência".
