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Apontar o dedo para si mesmo

Apontar o dedo para si mesmo
Simone Belkis
jul. 9 - 4 min de leitura
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Eu tenho visto nas redes sociais muitas pessoas tecendo críticas nada lisonjeiras ao desempenho geral diante da Pandemia. E não que eu discorde delas. Afinal, sou virginiana, e o hábito de querer sempre melhorar tudo, leva-nos a ser bastante críticos. Porém, esse é um argumento que explica, mas não justifica.

No meu processo de crescimento pessoal, acabei por adotar a seguinte frase: "- O que essa situação ou pessoa fala sobre mim mesma?". Porque depois de anos, entendendo o espelhamento na teoria, pude finalmente vivê-lo na prática e identificar em alguns casos, o que eu estava projetando por negá-lo em mim. Exercício esse, que aliás, recomendo a todos, mesmo sendo algo difícil e até doloroso, às vezes.

Porque apontar o dedo para o erro alheio é talvez o maior "instinto" do ser humano, e isso se chama julgamento. Lembra da passagem da Bíblia dizendo para que não julguemos, caso não queiramos ser julgados????

Tudo bem, falar é mais fácil que fazer. Mas, o que mais me chama a atenção no contexto atual é perceber que as pessoas nem se quer percebem que estão projetando suas próprias incompetências e irresponsabilidades no que está ocorrendo. Se você é maior de 18 anos, tem um título e já fez uso dele na vida, então você também é responsável pelo o que o mundo está passando. 

E já que estou fazendo uma crítica (chamaria isso mais de observação), aproveito para fazer o "mea culpa", e assumo e admito que sempre mantive uma distância conveniente de política, por exemplo. Não dá para a gente continuar metendo a cabeça na areia como avestruz e o dedo na cara dos outros, como se estivéssemos isentos da responsabilidade de ser cidadãos. Se bem que a população de nosso combalido país tem mesmo dado um show de "descidadania".

Eu tenho procurado apontar-me o próprio dedo. Bom, esse é apenas um jeito de falar, porque o auto-julgamento não é uma forma muito gentil e eficiente de se questionar. Mas vale a pena, mesmo que doa, dar-se conta que nós espelhamos tudo aquilo que não queremos ou não podemos admitir em nós mesmos. Mas, tem outro dito popular que fala: "Deus nos dá o frio, conforme o cobertor", ou seja, sempre seremos capazes de trabalhar em nós mesmos, caso nos tornemos dispostos a fazê-lo, sabendo que mais dia ou menos dia, teremos que nos ver com isso.

Mas, não vou ficar aqui só criticando também, isso foi mais um desabafo. Se eu compreendi que posso olhar para o outro e reconhecer nele aquilo que é meu, seja mal ou bom, porque nós também espelhamos nossas qualidades. O processo de projeção existe pelo fato de que não somos valorizados o suficiente e que tudo aquilo que somos e pode desagradar alguém, seja por inveja ou porque lhe causamos alguma dor, será condenado em nós, e quando internalizamos isso, passamos a projetar para poder suportar a vida minimamente.

Mas, os monstros são irreais de verdade. Nossos fantasmas não existem, só precisamos aprender a valorizar  a nós mesmos. Eu acredito que essa seja senão a única, a principal responsabilidade que nos cabe.

Antes de apontar o dedo a próxima vez, pergunte-se o que você não está querendo ver sobre si mesmo.


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