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COMO LIDAR COM AS NOITES ESCURAS?

COMO LIDAR COM AS NOITES ESCURAS?
Roseli Judith da Silva
dez. 29 - 3 min de leitura
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Privilegiados por poder aprender sobre esse ensinamento, podemos antever situações difíceis e lidar melhor com nossas questões.

Lidar melhor com essas questões não é sinônimo de que será fácil, apenas significa que se buscará superar. Não se deve ignorar que esses sofrimentos existem e que podem vir a tona em qualquer instante. Ter pensamento positivo não significa fugir da realidade ou ignorar que existam sofrimentos. Vivemos num mundo adulto e não devemos infantilizar nossas atitudes.

É muito importante respeitar essas noites escuras, buscar ir além desse sofrimento, mantendo a humildade, perseverando. Já tive muitos sofrimentos e também vivi muito atrelada ao sofrimento dos meus avós paternos, pela perda de seus filhinhos e viuvez do avô.

A memória traumática vem a tona, adaptada a situação atual, quando algum gatilho traz essa memória. No meu caso, eu tinha a impressão que morreria muito cedo. Também era normal imaginar a morte das pessoas que eu amava. Parece uma tortura ou prevenção, não ame pois eles irão morrer.

Eu fui uma criança muito medrosa, mas ainda assim, vejo o quanto minha vida já foi protegida e os sofrimentos abrandados.

Meu pai perdeu a mãe quando tinha menos de 2 anos de idade, aos 15 anos ele perdeu o pai dele. Quando eu tinha 3 anos, perdi meu padrinho. Eu era realmente apaixonada por ele. Aos 16 anos, tive um namorado que era policial e foi assassinado durante uma diligência. São situações de perdas que trouxeram uma memória de dor.

Com relação ao meu padrinho, me senti órfã. Eu vinha de uma família numerosa, então, era só mais uma filha, mas para o meu padrinho, eu era uma estrela, alguém realmente especial. Ele tinha uma filha e os demais filhos eram homens, então eu era seu bebê.

Perdi meu chão, meu aconchego, e veja bem, eu tinha 3 anos apenas. Quando estava perto dos 30 anos, eu já não conseguia lembrar dele sem chorar copiosamente. Fiz terapia de vidas passadas e consegui me despedir dele. Hoje, aos 52 anos, ainda lembro dele com saudades. Que amor avassalador.

Então, as crianças também passam por suas noites escuras. É muito importante ficarmos atentos a elas. Imagine um coraçãozinho pequeno e puro de uma criança passando por sofrimentos inimagináveis e que os adultos não conseguem perceber por estarem lidando com tantas questões igualmente difíceis.

Tem uma frase que geralmente falamos em tom de brincadeira que diz assim: aceita que dói menos. 

Brincadeira com fundo de verdade. Resiliência, humildade, respeito e muito amor ajudam muito no processo de cura e reconstrução de uma pessoa.

Como lidar com as noites escuras?

Olhar com empatia, entender que mesmo sendo uma fatalidade, pode ser a oportunidade de um salto quântico e a grande cura que o sistema precisa. Acolher a dor com amor, ser generoso consigo mesmo, se permitir sofrer, mas depois enxugar as lágrimas e recomeçar.

Que Deus conforte o coração de todos os que sofrem e que nós possamos sempre acreditar na vida que transcende tudo, inclusive a própria morte, renascendo em cada novo ser.

Um forte abraço,

Roseli Judith

 

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