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CONCLUSÃO DO MÓDULO TRÊS

CONCLUSÃO DO MÓDULO TRÊS
Glauco Henrique Modesto
fev. 17 - 8 min de leitura
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Como é um pouco mais fácil quando compreendemos todo um sistema de ajustes, desajustes e aprendizados que passamos desde que nos conhecemos por gente. "Antes da felicidade, os pais", nunca sairá da minha mente, pois faz muito sentido desde que compreendi isso. 

A começar pela minha mãe... é uma pessoa que foi criada no interior, sempre em cidades muito pequenas e em sítios/fazendas e com pais extremamente rígidos.

Diálogo não havia vez para criança, um olhar falava mais que mil palavras, o medo era imposto sem sequer haver um diálogo. Sempre ouvia que criança não tinha vez e voz em uma roda de conversa de adultos gerava "surra" (que com certeza era mais um espancar do que um educar). Foi assim até os seus 17 anos, quando ela engravidou do primeiro filho.

E como ela poderia dizer para o pai e a mãe isso? Não eram namorados, era apenas um "rolinho" na época e por desorientação, falta de diálogo e conversas sobre sexo (o que ainda é muito tabu hoje em dia, porém bem menos que antes) aconteceu o esperado: gravidez.

Com medo, aproveitou que a irmã mais velha havia ido para a capital e foi morar com ela e só depois de um tempo que contou para os pais, o que, pelo contrário que ela achou que seria, aconteceu que meus avós se apaixonaram pelo neto, porém, por ela ser muito nova, teve que deixar o meu irmão aos cuidados dos meus avós, o que (pelas minhas observações) fez e faz com que ele carregue dentro de si muitos traumas de abandono.

Por fim, ela teve um relacionamento em que a pessoa faleceu depois de um tempo (salvo engano eles não estavam mais envolvidos quando aconteceu), teve o relacionamento com o meu pai, que durou alguns anos e terminou quando eu tinha 2 anos de idade, e ela nunca falou mal dele, pelo contrário, sempre acobertou muitas coisas que fui descobrir quando eu tinha mais idade, o que me causou muitos traumas.

Só sei que foi um relacionamento um pouco conturbado por conta de alguns aspectos que ela não gostava, ele fazia promessas mas não cumpria e ela acabou se cansando (porém, refletindo agora, eu apenas ouvi a parte dela e nunca parei para ouvir a parte dele, algo que irei resolver já!).

Teve um relacionamento com um cara incrível, que particularmente foi o melhor padrasto de todos, mas acabou não dando certo e se separaram (e como criança quase nunca sabe o que acontece nas coisas, apenas aceita...). Está em um relacionamento abusivo, tóxico e insustentável, mas o que eu penso é que cada um escolhe o que quer para si, e por mais que eu fale, tente abrir os olhos, eu sou filho e quase nunca os pais ouvem os filhos e está tudo certo, porque a ordem não é essa (e onde não há ordem, não há crescimento).

Percebo que desde sempre os relacionamentos em que minha mãe entrava eram conturbados, as vezes abusivos, as vezes tóxicos, mas como nunca sabemos o que de fato rolou ali, ficamos apenas com a nossa visão, que as vezes é um pouco superficial, afinal criança não entende muitos acontecimentos da vida de seus pais, quando mais novos.

Sobre meu pai... bom, tenho poucos relatos de vida conjugal dele, mas sinto uma lealdade enorme dele com os pais dele (meu avô é uma pessoa horrível, nunca tivemos laços de afeto, eu o respeito e ele me respeita e esta tudo certo), porém vejo que ele não consegue desprender-se das pessoas que passam na vida dele, hora ou outra ele volta com aquela pessoa que ele se envolveu há 5 anos.

São relacionamento abusivos, são relacionamentos onde ele faz demais e a outra pessoa não está na mesma vibe, e com isso abusa da boa vontade dele. Vejo que ele só se frustra e aceita coisas que, se estivesse sendo um adulto funcional, não aceitaria esses tipos de coisa. Isso tudo é tão real que eu sou o filho único dele e desde então ele nunca pensou em ter outro filho, porque segundo ele "ainda não achou a pessoa certa".

Por fim, vejo no meu pai uma pessoa solitária que tem muitas mágoas, frustrações, rancores e que não sabe (ou não quer) como resolver. Mas, como estudamos em constelação: "Vamos seguir a ordem. Eu sou menor e você é maior, deixo com você o que é seu e fico comigo o que é meu. Você dá conta".

Eu concluo que há muito tempo fui um poço de irritabilidade, egoísmo, uma criança mimada, chata e arrogante porque eu estava sendo leal a um sistema. Até eu me assumir homossexual (aos 18 anos) eu vivia estressado, preso, limitado, pois com todas as coisas que descobri, sozinho, desde os 12 anos de idade, todas as discussões que tive com os meus pais, me faz ver que eu não sabia expressar os meus sentimentos e com isso a todo momento eu parecia uma bomba relógio.

Nos meus dois primeiros relacionamentos (dos 17 aos 18 e aos 19 anos) eu fui traído e todas as traições eu descobri. Eu era possessivo, eu era ciumento, controlador. Antes de eu descobrir a traição, eu era uma pessoa tranquila, porém, quando eu comecei a desconfiar, peguei as provas mas ainda dei uma chance, porém acabou não dando certo.

No meu "terceiro relacionamento", o que eu não considero tanto pois foi no meio de um término complicado e eu sinto que eu acabei usando a pessoa, por fim terminei e acabei voltando com o meu segundo. Durou pouco mais de 3 meses e finalizou da pior forma possível (o que já estava ruim, ficou pior ainda).

Nesse meio tempo todo eu estava com uma pressão tão grande em cima de mim que tentei me suicidar, mas graças a Deus não deu certo e hoje isso não me envergonha, apenas me fortalece. Eu sei da minha força, sei que tudo que acontece conosco é para um aprendizado.

Porém, nunca fiz um acompanhamento com o psicólogo, mesmo pedindo. E o meu quarto relacionamento e atual, foi bem conturbado no começo, pois eu não conseguia curar aquilo que ainda me machucava por dentro. Com muito companheirismo e compreensão conseguimos superar todas as nossas diferenças e todas as nossas dores mais profundas, hoje conversamos sobre tudo.

O diálogo é fundamental em nosso relacionamento (o que não era tão assim em nosso primeiro ano de namoro), porém, parece que foi apenas um teste que conseguimos passar com muitas mudanças e bons acontecimentos em nossa vida. Hoje estamos noivos e rumo ao nosso quarto ano de namoro onde só temos a agradecer.

Quando lembramos daquilo que passamos, tratamos com uma leveza sem igual e sou eternamente grato a Deus por ter posto uma pessoa incrível ao meu lado, e vice e versa, né?

Eu só precisava curar para também mostrar o meu verdadeiro lado! Por fim, depois de muita ajuda espiritual, depois de entrar no mundo das terapias, eu consegui ir ressignificando, co-criando a minha realidade.

Hoje a minha relação com os meus pais é melhor, temos diálogos e desde que saí de casa a minha relação com a minha mãe melhorou mais.

Terapia é vida!

 

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