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CORPO, SINTOMAS E SUAS MENSAGENS

CORPO, SINTOMAS E SUAS MENSAGENS
Márcia Regina Valderamos
out. 23 - 10 min de leitura
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Devemos ser gratos aos sintomas: Sintomas são anjos mensageiros.

Não são castigos. São consequências das nossas atitudes ao longo da vida. Eles chegam para nos avisar que o que estamos fazendo conosco de modo inconsciente está nos levando a um caminho ruim, desastroso para nós e para o nosso sistema.

Todos os sofrimentos, todas as dores nos pedem uma transformação.

Quanto menor forem os sofrimentos, as dores provocadas por aquele sintoma, menor é o esforço, a mudança para que o sintoma ceda um lugar para a saúde, para a abundância, para a harmonia e quanto maior forem as dores e os sofrimentos, maior esforço teremos que fazer para mudar e mais profunda será nossa transformação, mas também maior será o milagre.

Devemos tratar os sintomas, mas não só com a alopatia, que é muito necessária na maior parte das vezes, mas só elimina as consequências, não trabalha a origem de nossos sofrimentos. Precisamos descobrir, compreender e tratar as causas para os mesmos. É na causa que está a cura. Não é porque está na nossa genética familiar que precisamos ter as doenças que os que nos precederam tiveram.

O alívio ilusório que se sente quando o médico dá como diagnóstico do que temos exatamente o que os nossos tem e tiveram, é enganoso e desastroso! Esse “pertencer” é mórbido e precisa ser quebrado.

Os sintomas que demandam mudança pequena são mais fáceis de curar, enquanto que os que pedem profunda transformação são os mais difíceis de se obter a cura. A cura é jornada, é processo. Exige disciplina, empenho, dedicação, esforço, atitude.

Mesmo os sintomas que demandam pequenas mudanças saram e voltam, porque há coisas que precisamos parar de procrastinar, de deixar para depois. Precisamos tratar e compreender todos os nossos sofrimentos, mesmo os que parecem, mas não são simples, pois têm um significado por trás deles que precisa ser ressignificado, trabalhado.

O simples, o que parece normal o é porque já fazemos daquele jeito há muito tempo, mas não quer dizer que seja fácil.

Temos que levar à sério todos os sinais do nosso corpo.

Sintomas crônicos, doenças crônicas, são as doenças da ignorância, do desconhecimento; começaram há, no mínimo, duas gerações antes de nós e elas se repetem sempre para que possamos nos examinar e ver o que estamos nos fazendo; estão nos perguntando:

“Você está feliz com quem vive, aonde vive, como vive? Está feliz com o trabalho que faz”?

Essas doenças não matam, mas atrapalham; bloqueiam nosso progresso, impedem nossa plenitude, nossa felicidade, nosso viver em abundância o belo, o agradável.

Precisamos fazer o que é necessário, não só o possível.

É preciso uma mudança radical – uma conversão. Assim, encontraremos remissão dos sintomas, aconteceram os milagres. Precisamos mudar não só no nível mental, ter “pensamentos positivos, força de vontade”, mas também nas nossas atitudes, no nosso estilo de vida. Bert Hellinger chama isso de Movimento do Espírito = Intuição = AGORA EU SEI!

Não somos vítimas porque sofremos. Os sintomas, as doenças, as dores vêm para nos dar a oportunidade de remissão, de evolução. Devemos ser protagonistas da nossa vida e perguntar “O que este sintoma está querendo de mim?”. Isso é constelar. Completar. Os milagres acontecem e isso é Constelação Sistêmica.

Nossos emaranhamentos vêm do que herdamos. Não herdamos só o que foi bom dos nossos antepassados, mas também o que não foi bom. Herdamos o bônus e o ônus. O que nossos pais e os que vieram antes deles não conseguiram realizar, resolver, permanece através dos problemas, das doenças até que alguém os olhe com respeito e tome atitudes para que consiga resolver.

Se pertenço a esse sistema preciso fazer coisas importantes que tenham ressonância nele como um todo.

Mesmo que não tenhamos filhos, até os bichos de estimação podem sofrer esses efeitos funestos resultantes de problemas descuidados, sintomas desrespeitados. Estamos sempre a serviço do nosso sistema, unidos pelo vínculo do amor.

Por pelo menos quatro gerações teremos que trabalhar para que a quinta geração depois de nós esteja livre desses sofrimentos. Devemos olhar sempre para o além do aparente, para as memórias transgeracionais e os sintomas.

Por exemplo, no meu sistema as mulheres sempre são sozinhas, sem maridos, sem companheiros, infelizes nos seus relacionamentos; são solitárias fisicamente falando ou mesmo as que tenham seus companheiros ao seu lado, “não estão presentes” de corpo e alma.

As mulheres fazem como se fossem “os homens da casa”. Infelizes, amargas, grotescas em suas atitudes, às vezes, como se fossem homens mesmo. O feminino é diminuído, humilhado, desvalorizado, desprezado e subjugado por elas mesmas. E o masculino também, pior ainda.

Cresci me achando menos em tudo por ser mulher e impedida de ser mulher realizada amorosa e sexualmente e incapacitada de ser mãe. Sofri muito com menstruação e várias doenças ginecológicas por me bloquear nessa área, por amor cego e lealdade ao sistema. Todas nós temos depressão, sofremos de pressão alta, minha avó materna teve AVC e a paterna diabetes. Meu pai também. Ficou cego e perdeu a perna direita por não tratar da diabetes.

O pai de minha mãe era alcoólatra, tinha problemas sérios de transtornos de comportamento, agressividade, foi acusado de assassino e estuprador e tinha apelido de louco. Não cuidou dos filhos, da família, era perigoso com todos e morreu de câncer cerebral.

Minha mãe também teve pressão alta e diabetes, era extremamente agressiva e violenta conosco, seus filhos, tinha dores de cabeça terríveis e vivia gritando, durante toda a nossa infância e adolescência foi assim, além de obesidade, problemas vasculares e respiratórios; quando meu pai faleceu, teve depressão, voltou a ficar agressiva por vários anos.

Sempre houve passionalidade nos relacionamentos na minha família, tanto do lado paterno quanto do materno. Muita paixão, muito ódio, ressentimento, dependências de todo tipo, emocional, afetiva, de álcool, etc, desde os meus avós. Antes eu não sei, concretamente, por não ter quem me dê o fio da meada para iniciar as buscas, mas sinto que teve sempre.

Muita vitimização, muito perpetrador, abandonados, excluídos, muita falta de respeito e solidariedade por não termos tido “amor de graça”. Somos um sistema de órfãos funcionais, de movimentos de amor interrompidos, desacreditados de nós e do mundo.

Tenho enfrentado dificuldade com meu corpo, com meu peso, com minha autoimagem e autoconfiança a vida toda. Estou tentando recuperar isso em mim para ajudar à todos. Sabendo hoje que o que faz adoecer é o que cura, que não tem culpa, culpados, inocentes, mas que tem causa e que precisamos completar as tarefas para nossos antepassados as descobrindo e ressignificando, estou buscando isso, através de terapias sistêmicas.

As doenças incuráveis nos dizem que há pelo menos três anos estamos criando essas circunstâncias terríveis de não ter saída, mas também nesse mesmo prazo de tempo podemos conseguir milagres, concordando que, mesmo que tenha que ser menos amado, mesmos aceito, viveremos de agora em diante diferente do que os que nos antecederam fizeram e não acataremos mais a praga, a sina de ter que repetir o sofrimento.

Doenças incuráveis pedem transformações urgentes, profundas e rigorosas. Pedem que façamos uma conversão na nossa vida. Conversão é transformação radical de dentro para fora. Para se conseguir um milagre é preciso se converter.

Precisamos prestar atenção no que o nosso corpo nos comunica. Devemos considerar o todo. Olhar o corpo e o sintoma também. Essa observação e essa atenção têm que ser muito séria e o que for visto levado em suma importância para tratamento.

Ex.: eu estou com muita dor no meu joelho direito há vários anos, trato e volta. Foi detectado por exames que ele está deslocado e sem amortização entre os ossos. Joelho é a representação da nossa altivez, da nossa realização pessoal, daquilo que eu tenho orgulho de ser, de fazer, de ser como pessoa. Problema no joelho significa: Sensação de ter sido humilhada, espezinhada, subestimada. No joelho direito para mim que sou mulher significa memória de humilhação no masculino. Com o que relatei antes dá para se ter o que preciso tratar.

Quando em mim tudo estiver curado ou, pelo menos, em processo de cura, aí sim vou poder atender outros que necessitarem. O cliente só pode ser beneficiado, tratado por quem teve esse beneficio e pode lhe doar. Vou poder tratá-lo com conhecimento de causa, não só teórico e vou ter empatia, amor, carinho para com ele e lhe dar um lugar no meu coração, bem como para o seu sistema todo.

Vou fazer para mim primeiramente e depois para que atender as seguintes perguntas:

- O que esse sintoma está exigindo de mim?

- O que meu corpo pede que eu leve a sério?

- O que estou disposta a fazer para resolver de vez esse problema?

Geralmente as pessoas não estão dispostas a fazer o que é necessário e sim o que elas querem. Para conseguir os milagres, precisamos ter a coragem de fazer o que é necessário para obtê-los. Essas palavras me lembraram de que somente adultos podem tomar atitudes sérias e responsáveis para se cuidarem bem.

Crianças não são capazes, não têm prontidão para cuidarem de si mesma e, por isso, outros precisam de quem olhe para elas e as cuidem.

Tenho que crescer...

Title: Three Peonies Artist: Sarah K. Lamb (1970, American) Year: 2011 Materials/Techniques: Oil on linen

CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÓDULO 4 –

CONCLUSÃO - CURSO FORMAÇÃO EM CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS – F-1


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