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História de papai, mamãe e a minha

História de papai, mamãe e a minha
Cristina Frates Carlotto
nov. 5 - 6 min de leitura
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HISTÓRIA DE PAPAI E MAMÃE

Meu avô paterno mudou de cidade a fim de trabalhar e conheceu uma morena linda bem mais jovem que ele e os dois se casaram e tiveram quatro filhos, um deles é meu querido papai.

Um ser que passou sua infância muito pobre, contudo, com muito amor. Quando menino, brincava muito com seus cachorros, os quais eram seus companheiros, papai conta também que gostava de brincar de fazer comida na casa de seu colega, então a mãe do colega, fornecia alimentos para que eles pudessem cozinhar e já se alimentar. Meu pai conta também, que naquela época, as pessoas gostavam muito de se reunir para contar causos, inclusive ele conta muitos causos para nós até os dias de hoje. Tem causos de assombração, muitas histórias inventadas, outras tão absurdas que é difícil de acreditar. Só sei que amo as ouvir.

Papai conta que minha avó era uma santa e que meu avô era muito bravo e que vivia falando sozinho. Ele andava na rua e falava, até gesticulava e que quando estava muito bravo, até dormia debaixo do assoalho da casa, num porão. Meu avô veio pequeno da Ucrânia, e passou pela Áustria para mudar o sobrenome a fim de chegar ao Brasil junto com seus pais. Ele morreu muito cedo de câncer.

Papai se tornou um jovem muito ativo, quero dizer, muito namorador. Minha mãe conta que ele vivia nas noitadas da vida, e ele mesmo conta que aproveitou ao máximo sua juventude. Até que conheceu minha mãe e se casou.

Meu avô materno era um rico comerciante, se casou com minha avó e tiveram treze filhos (um nascido morto e dois morreram ainda crianças). Então minha mãe conta que a casa onde ela morava tinha muita gente (seus irmãos) e que viviam em pé de guerra. Minha avó era uma santa, nunca ergueu a voz para nenhum dos filhos, sempre foi muito calma, tranquila. Já meu avô, nunca conversou com minha avó, nem com seus filhos, minha mãe diz que, na hora das refeições ele fazia seu prato e se sentava na varanda da casa, ficava sempre sozinho e não falava com ninguém, mas todos morriam de medo dele e conheciam somente pelo olhar.

Minha mãe era danada, vivia trepada em árvores, não gostava de ficar em casa, então, vivia na casa dos vizinhos, ela era muito arteira, mas morria de medo do pai.

Após um tempo o relacionamento da família com o pai foi só piorando, pois ele começou a beber, então a agressividade contra todos ganhou força. Até o dia em que ele caiu de cama e só foi piorando até o dia de sua morte. Neste dia mamãe conta que ela estava muito assustada pelo tanto de visitas que eles receberam, visto que sua mãe estava prestes a dar a luz ao décimo primeiro filho. E quando anunciaram a morte de seu pai, mamãe correu para a casa da vizinha que era muito sua amiga e foi a mãe da amiga quem à amparou. Deste dia em diante, a vida de minha mãe acabou, conta ela. Pois, uma tia dela à levou para ser empregada doméstica (escrava) e dali para frente. Então, ela começou a trabalhar muito a troco de comida e abrigo, visto que, meu avô tinha hipotecado tudo o que a família possuía, então, não teve outro jeito e mesmo depois de muito tempo, mamãe trabalhava e ainda tinha que ajudar em casa com o pouco que ganhava, até o dia de seu casamento com meu pai.

Meu pai e minha mãe, se conheceram em um baile, então iniciaram o namoro, que durou pouco, pois, meu pai por ser muito boêmio, rompeu o namoro com ela e cada um pegou o seu rumo. Papai, conheceu outra mulher que se relacionou por oito anos e mamãe saia vez ou outra, mas não teve outros namorados, pois ela era doente pelo meu pai. Então, após dez anos, meu pai resolveu procurar a minha mãe e propôs reatar o namoro, mas desta vez ele jurou casamento e após dez meses eles estavam casados. Lindo demais!!! Me emociono muito ouvindo ela contar esta história.

E eu me dou conta de que existe muito emaranhamento no meu sistema, vejo claramente a memória de orfandade de meus pais que perderam seus pais muito cedo. Desta forma, vejo também que falta a figura masculina no meu sistema.

E voltando para minha infância, logo nos meus primeiros dias neste mundo, já fui privada de ficar com minha mãe por conta de complicações no parto, então, fiquei com uma tia, logo chega minha irmã, a qual nunca aceitei, sempre tive muito ciúmes dela por ter roubado o colo que tive por menos de dois anos. Minha mãe deu o amor que ela sabia dar (hoje eu sei), meu pai sempre foi muito amoroso e tranquilo. Quando me tornei adolescente, era namoradeira demais, pois procurava encher o vazio que invadia a minha alma. Até que um dia conheci meu marido, me apaixonei à primeira vista, só que olha a semelhança com a vida de meus pais. Nós só começamos a namorar dez anos depois que nos conhecemos e nos casamos onze meses após firmar o namoro. Quanta lealdade né? O interessante é que meu marido é filhinho da mamãe. Cadê o masculino aqui?

E hoje eu sei, eu vejo e procuro a cura, sinto que necessito curar o vínculo de amor interrompido e resgatar o masculino no meu sistema, porque existe um campo na minha vida que precisa ser destravado que é o profissional, e esta área está ligada ao masculino. Então, esta é minha missão e esta é a minha história.

 

 


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