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MASTERCLASS - TERAPIA DE RELACIONAMENTO - AULA DE 25/08/2020 #INSIGHTS

MASTERCLASS - TERAPIA DE RELACIONAMENTO - AULA DE 25/08/2020 #INSIGHTS
Márcia Regina Valderamos
ago. 28 - 7 min de leitura
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1º Nessa aula, como em todas, ouvi a amada Mestra Olinda falando de muita coisa fundamental para a nossa vida ser saudável, plena e feliz.

O que mais calou fundo em mim foram suas palavras firmes ressaltando a importância de, em primeiro lugar, nos conhecermos, nos amarmos, nos aceitarmos física, emocional e espiritualmente, dizermos SIM à nós e à nossa vida como é para depois buscar por uma pessoa para nos relacionarmos, pois “sempre buscamos no outro as nossas patologias se não as tivermos curado ainda”.

Uau!

Desde a primeira vez que ouvi a Mestra falar isso rebobinei toda a minha vida afetiva e vi que, realmente, é exatamente desse jeito que sempre me aconteceu antes de conhecer as constelações sistêmicas.

Fiz vários tipos de terapia, mas em nenhuma outra isso ficou tão clara para mim!

Agora sei que quem apareceu para mim sempre foi do jeitinho que eu estava precisando no momento e, assim, me proporcionou oportunidades ímpares de me autoconhecer, olhar para mim mesma, atender ao clamor das minhas dores.

É isso! EUREKA! 

Agora entendo porque temos que acolher todos que por nós passam e passaram, não importando se sofremos ou não durante esse encontro! Agora eu vejo. Agora digo SIM a todos e agradeço! Afinal, foram esses relacionamentos que me fizeram ir um pouco além do que estava antes. Digo SIM! A Mestra está tentando alertar sobre as difíceis consequências quando não respeitamos essas leis.

Durante a constelação revi toda a minha história. Consegui entender como o movimento de amor interrompido, enquanto não for reconhecido, visto e ressignificado pode afetar toda a nossa vida afetiva e os nossos relacionamentos em geral!

Vi também que podemos ter passado por dores tão profundas que, por mais terapias que façamos, precisaremos sempre cuidar, ver, observar, tratar, acolher.

Ficou nítido para mim que, mesmo que minha mãe nunca tenha conseguido me explicar, me contar, ela, meu pai, por estarem vivendo momento dificílimos quando ela engravidou de mim e mal terem o que comer, se desesperaram diante da responsabilidade pela vinda de uma nova vida!

O meu nascimento deve ter sido muito traumático, pois sinto muita dificuldade em respirar nos exercícios das aulas de Renascimento, nas meditações que tento fazer e nessa constelação, quase sufoquei de falta de ar, dor na região lombar, dor nos ombros, muito frio, dor na perna direita e senti novamente aqueles soluços que eu tinha de tanto que chorava desde que comecei a me entender por gente!

Mesmo que não houvesse motivo para tanto!

Chegava a doer a minha garganta, como se tivesse um caroço de abacate tentando passar! Ainda sinto quando falo nisso e em algumas situações. Durante a constelação mesmo eu senti e, quando eu olhava para o choro, a minha vontade era de uivar, tamanha era a dor! Acho que minha mãe e eu devemos ter tido muita dor!

Olhar para a solidão me deixava com as mãos geladas e um frio corria pela espinha! Lembrei que perdi minha irmã gêmea! Eu senti que deve ter sido um parto muito terrível e que minha mãe ficou traumatizada, por isso não conseguia relembrar, me contar!

Por eu ser muito curiosa e perguntar muito e que provavelmente ela me batia tão violentamente por não ter coragem, ter medo de encarar o que eu representava para ela, as lembranças de dor que lhe trazia! Eu me sentia rejeitava, não amada, desprezada! Minha dor também sempre foi intensa!

AGORA EU VEJO MÃEZINHA! AGORA EU SEI!

Lembrei que, como tive tétano aos 2 meses de idade e precisei ficar internada em hospital, pois quase perdi a perna direita por ter gangrenado, minha mãe não deve ter podido ficar comigo, porque creio que naquela época (1958) não era permitido.

Sei pouco dessa história também; como em tudo, minha mãe nada contava ou contava em partes e não explicava, ficando sempre muito agressiva se eu insistisse. O que ficou para mim é que eu nasci e ela trabalhava em uma indústria de fabricação de linhas de costura.

Nasci num dia e fui registrada uma semana depois para ela ficar um pouco mais em casa comigo. Todo o trauma por nós vivido foi tão intenso que meu aniversário nunca foi comemorado e quando eu quis saber que dia nasci, minha mãe falou de um dia e era outro.

Descobri já adulta, num papel entre as coisas de meu pai que também nunca falou nada a respeito. O meu nascimento “atrapalhou” muito os dois! Pelo que minha mãe falava aos berros enquanto me batia, essa empresa onde estava quando engravidou de mim tinha sido o melhor emprego que conseguiu até então e ai venho eu!

Quando ela retornou ao trabalho, eu ficava na creche da empresa e um dia, não sei porque, foi preciso aplicar injeções em mim e em outros bebês. As seringas e agulhas naquela época não eram descartáveis e aplicaram as injeções sem esterilizá-las.

Eu e outros bebês pegamos tétano e queriam amputar minha perna direita na região da virilha. Minha mãe fez uma “romaria” buscando um médico que cuidasse de mim sem amputar minha perna e, por milagre (ela dizia e eu concordo), ela encontrou um que se interessou pelo caso e me salvou.

Minha mãe não sabia o nome dele, só que não era brasileiro e que se apiedou de mim quando, ao passar por nós (minha mãe e eu em seu colo) num corredor de hospital, sentiu um “cheiro de carniça” (assim minha mãe dizia que eu estava cheirando naquela fase) e quis entender o meu caso.

Me pegou dos braços da minha mãe e correu comigo para dentro do hospital e me salvou.

GRATIDÃO ETERNA A ESSE SER! Durante toda a constelação eu “ouvi” gritos, choros, pareciam de crianças, bebes e foi assustador!

Hoje, estudando com Olinda Guedes, entendendo o que Bert Hellinger escreve eu consigo imaginar o porque de eu e minha mãe termos tido tanta dificuldade de relacionamento, de convivência pacifica que só foi conseguida na minha idade mais madura!

Com ela “não tive amor de graça”, pois ela não sabia dar porque nunca recebeu. Acabei trocando os papéis e me tornei mãe dos meus pais, tentando lhes dar amor. E, claro, virou uma bagunça. Não me viam como filha, como criança e sim como “um traste que não serve para nada” dizia a minha mãe e meu pai nada falava.

Minha mãe não podia me ver, pois ela também não se via; estava tão congelada nos traumas dela quanto eu nos meus!

Vi isso claramente nessa constelação de ontem em que um ou mais representantes pareciam paralisados, ausentes, e a Mestra Olinda disse que quando há uma iminência de morte, mesmo que não seja consumada, todo o sistema paralisa, congelada, como se todos tivessem morrido!

Incrível!

Essa é a sensação que eu sempre tive na casa dos meus: túmulo, frieza, paralisia!

AGORA EU VEJO!

AGORA EU SEI!


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