A vida humana é sempre cheia de noites escuras.
Somos todos propensos a passar por isso, ou ver um de nossos entes, amigos ou conhecidos a passarem por isso.
Quando somos nós que estamos em sofrimento, é claro que desejamos ser compreendidos em nossa dor. Desejamos ser olhados, ajudados e amparados. Mas será que quando vemos o outro passando por esses momentos, estamos dispostos a estender a mão, a dar um olhar carinhoso, sem julgamentos, a desejar que o outro tenha força e encontre o caminho para sair da sua dor?
Isso sem dúvida é o mais importante que precisamos aprender nessa vida. A ter empatia com o sofrimento alheio. Não importa porque o sofrimento veio, talvez nem exista uma explicação aparente pra ele. Muitas vezes atravessamos as noites escuras por situações transgeracionais. Sendo assim, só o amor é capaz de ver, ajudar e acolher.
Só quando darmos um lugar no nosso coração é que estaremos disponíveis para o outro.
Hellinger diz que toda noite escura traz em si a luz Divina.
Que frase linda, saber que a dor vem revelar o que precisa ser curado.
As constelações também são essa luz que pode mostrar o que precisa ser visto e abrandar a dor.
Importante também é ter sabedoria para não desprezar quando necessário os tratamentos convencionais medicamentosos, psiquiátricos, terapêuticos. Toda cura é uma jornada e o caminho se faz caminhando.
Quando um indivíduo traz em si um sintoma, ou uma síndrome, ele está trazendo em seu corpo energias que precisam ser transmutadas e liberadas, completadas. Ele trabalha muito pelo sistema. Então a gratidão e o olhar de amorosidade é empático e justo com esse indivíduo.
Podemos também observar que muitas pessoas passam pelas noites escuras manifestando vícios, compulsões, sexualidade desregrada. Em tudo isso as pessoas experimentam as noites escuras da alma.
Vejo em meu sistema que a sexualidade e a afetividade foram marcadas pela dor do abandono. Sinto que as mulheres, por viverem muito sozinhas, criaram um certo desdém pelo sexo. A falta de carinho do masculino por um longo período deixou marcas negativas em nossas mulheres.
Hoje vemos que o masculino começa novamente a ter importância, a fazer falta na relação. Inclusive, as mulheres mais antigas do sistema, por lealdade, mantinham-se sozinhas mesmo após a viuvez ou separação.
Hoje, as mulheres do meu sistema já se dão o direito de desejar o masculino, de quererem ser amadas e cuidadas.
Sou grata aos meus antepassados, vocês sofreram por uma sexualidade e afetividade ferida nos relacionamentos. Eu sinto muito que tenha sido assim, mas aceito a nossa história, reconheço a força de vocês.
Agora tudo o mais faremos para a felicidade de nossos relacionamentos. Muito grata!
