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O que traz sucesso? E o que traz o fracasso?

O que traz sucesso? E o que traz o fracasso?
Liana Utinguassu
out. 20 - 5 min de leitura
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Este módulo me trouxe igualmente muitas respostas.

Como aconteceram os relacionamentos conjugais na minha família...

Coloca a professora Olinda, ao final deste módulo e eu já estava com muitas fichas caindo diante de mim...

Como as crianças eram tratadas em meu sistema...

Bem, dentro da minha infância, “abreviada”, pude vivenciar, até meus dez anos, um processo interessante...

Não me recordo de nossa Mãe muito feliz comigo, mas nosso Pai sim.

Entendo que minha Mãe nos cuidava, estava sempre discutindo com nosso Pai sobre dinheiro, sobre escassez...

Aquilo me preocupava demais! Observava como minha Mãe parecia sempre estar infeliz, triste, melancólica, mas amorosa, apesar disto.

Como ela sempre reclamava por dinheiro, eu ficava muito angustiada em ver os dois discutindo, muitas vezes na sacada, ao entardecer.

Minha Mãe depreciava muito nosso Pai.

Já escrevi outros textos aqui, onde conto um pouco de quando ele faleceu, quando eu tinha 10 anos, porém nas vésperas de sua partida eu escutei uma grande discussão entre os dois.

Sempre a falta de dinheiro... sempre...

Dentro da família, éramos tratadas com certo desdém por uma parte da família que “parecia” ser mais abonada. Nós, eu e mais duas irmãs maiores que eu, éramos tratadas muito mal por conta de não termos status... assim me parecia.

Mais tarde, ao longo do caminho, após a morte de nosso Pai, isto piorou.

Nossa avó paterna era quem mais me cuidava, pois neste período, nossa Mãe estava mais envolvida com trabalho para sustentar a nós três.

Éramos tratadas como “as filhas desequilibradas”, neste caso, eu nem tanto, mas minhas irmãs sim.

Uma de minhas irmãs, a mais velha, guardava uma tristeza enorme, pois pouco antes de nosso Pai falecer, ela recebera uma surra por conta de usar saia mais curta.

Nosso Pai era bem machista.

Eu sempre lastimei por ela e também pela outra irmã, do meio, que também era muito cobrada por nosso Pai e nossa Mãe.

As cobranças comigo, eram mais amenas, apesar de sentir léguas de distância entre eu e minhas irmãs e também sentia-me mais que sozinha, sobretudo quando nosso Pai faltou.

As palavras dirigidas a mim, eram sempre em forma de cobranças e choros, lamentos, dificuldades...

Eu tratava de não gerar mais problemas, mas também fui crescendo só.

Gerei meus próprios sistemas  e recursos para driblar esta “solidão” e um buraco enorme no peito.

As crianças em nossa família, não eram maltratadas, mas eu senti sempre um vazio e uma angustia enorme por conta desta escassez.

Cresci com isto.

Aos 13 anos resolvi que salvaria minha família da escassez, mas como?

Minha Mãe contava sempre para mim, suas tristezas, suas faltas...e passei a ser, sem que percebêssemos, a confidente de minha Mãe nestes aspectos e isto cresceu em mim.

Atropelei minha infância, ou fui atropelada.

O que me recordo das primas, primos... era pouco nosso convívio, mas os primos eram sempre mais “abonados” e nós, sempre na escassez.

Eu herdava tudo, até calçados, já nem sei, pois nada era bem, “meu”.

Meus aniversários também eram celebrados com minha avó querida e nisto, não existia muito espaço para que eu pedisse algo.

Enfim, tudo isto me ensinou muito, mas também ainda trabalho bastante no sentido de libertar certas memórias.

Então...

Minha Vida hoje:

Agradeço infinitamente por tudo!

Já localizei muito de mim e que espaço eu ocupo nesta família, neste círculo.

Entendo que cada um faz seu destino e decidi não me algemar nas culpas, medos, raivas, e escassez de nossa família.

Decidi SER FELIZ e busco fazer meu melhor dentro do meu propósito de vida, tanto no circulo familiar, como social, profissional...

Já entendo o que aconteceu conosco, com nosso Pai e nossa Mãe e AMO aos dois e minhas irmãs. Uma partiu recente...com câncer, metástases e levou com ela, creio, todas as dores da família!

A herança que fica, de tudo, para mim é de AMAR e que AMAR também é deixar ir...

Aceitar, compreender, nem sempre acatar, mas saber que co- dependência não ajuda!

Saber que sou a pequena e que minha Mãe é a Grande!

Saber que não vou salvar ninguém, mas que preciso cuidar de mim e saber que agora, sendo avó, posso exercitar também um NOVO AMAR, com meu neto, que não é responsável por esta escassez, sendo um agente na vida dele e de todos que me permitirem, um agente de transformação, mas não responsável pela vida de ninguém, apenas pela minha.

Gratidão à Todas(os)

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Módulo 3 Parceria traz sucesso? E o que traz fracasso?

 

 

 

 

 


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