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PROFISSÃO

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Cristina Frates Carlotto
nov. 23 - 3 min de leitura
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Lembro-me do dia em que meu pai me levou pela mão no meu primeiro dia de aula, não me recordo da escola, professora, colegas... mas me recordo do papai ao me levar para casa, passar em uma mercearia para comprar um docinho para mim.

Conheci um mundo diferente e me tornei estudante, desta fase da minha vida, só me recordo de não ter nenhum interesse em nada, quando eu estava na escola, ficava viajando, imaginando o que eu faria ao chegar em casa, então quando chegava o final do ano os meus pais eram chamados a comparecer na escola porque os meus cadernos estavam vazios.

Eu não estava nem ai.

Fui encaminhada para o acompanhamento psicológico. Eu odiava, pensava... por que só eu tenho que fazer isso? Nunca soube o porquê e também nunca vi sentido em frequentar uma psicóloga. A coisa só piorou quando a minha irmã que tem dois anos a menos do que eu começou a me chamar de louca porque eu frequentava este atendimento.

Além de eu não ver sentido, comecei a odiar.

Durante a adolescência eu contei à psicóloga que eu me sentia adotada e que a minha mãe não gostava de mim. Ela chamou a minha mãe para conversar. Fiquei arrasada, pois me senti muito culpada por ter falado porque a mãe me cobrou muito. Perdi a confiança na psicóloga porque além de não me ajudar em nada (minha vida escolar continuou igual) ainda piorou a minha situação em casa.

Na adolescência os meus pais abandonaram o barco, juraram que nunca mais iriam a escola pedir para eu passar de ano, então reprovei três vezes o 1º ano do Ensino Médio. Foi o momento que o meu pai me responsabilizou pelos meus atos. Disse que para eu continuar estudando, eu teria que arcar com as minhas despesas e consequências.

Me senti livre, mas vi que a minha irmã não parou e me passou. Me senti mal e dei valor aos estudos. A partir de então pedi ajuda para o pai e consegui um emprego para pagar o antigo supletivo. Terminei o Ensino Médio, mas na verdade queria somente namorar, casar, ter filhos.

Foi o que eu fiz.

Em outra etapa da minha vida eu tornei a me sentir mal, pois vi todas as pessoas com quem eu me relacionava se formando e eu somente com o Ensino Médio. Voltei à escola, me formei em Pedagogia, depois em Letras, fiz três especializações e o Mestrado em Educação, pronto.

Me sinto realizada?! Não, agora sinto que a minha vida profissional não vai para a frente, não me sinto vista, nem reconhecida pelo excelente trabalho que desenvolvo, parece que estou travada.

Voltei a fazer terapia e hoje ela está me ajudando.

Hoje preciso curar a imagem que tenho de mim, de me sentir inferior, de não ser vista e de sempre estar buscando o reconhecimento. Me frustro muito com isso e espero que um dia os caminhos se abram para mim.


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