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O medo da tristeza

O medo da tristeza
Simone Belkis
jul. 15 - 3 min de leitura
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Esses dias, passei por uma experiência interessante. Postei no meu facebook uma frase sobre a tristeza e agora vou fazer uma análise (sempre pessoal e que não obriga ninguém a concordar) sobre a reação das pessoas.

Eu aprendi a considerar que todas as emoções são válidas e têm sua relevância e lugar em nosso desenvolvimento. Tanto as "boas", quanto as "más". Na verdade, as emoções são neutras, cumprem um papel em nossa vida muito simples, fazer-nos seres sensíveis. 

Mas, não é assim que estamos culturalmente acostumados a enxergar, e evitar as emoções negativas sempre parece ser a rota de fuga mais rápida. Mas, nunca será a melhor no longo prazo.

Algumas pessoas, amigas queridas, mostraram-se preocupadas e solidárias e sempre serei grata por esse carinho (adoro um carinho, hehe). Mas, quase unanimemente recomendaram negá-la ou fugir dela. Eu entendo, ficar triste dói. E eu imagino que essa seja das emoções "más", aquela que é mais temida, a que mais nos torna enfraquecidos. Até porque ela é a porta de entrada para Depressão e outras tantas mazelas emocionais.

Mas, eu diria que isso é uma questão de ponto de vista. Ou mais que isso. É humanamente impossível ser alegre 24 h por dia, porque então entraríamos em um estado de mania, o que também não é nada positivo. Eu diria que é uma depressão virada do avesso. E aí está a bipolaridade para provar isso.

O fato é que precisamos da tristeza como ponto de referência de compreensão daquilo que nos identifica, assim como todas as outras emoções. Quando ficamos tristes, temos a oportunidade de saber o que nos incomoda tanto a ponto de nos fazer perder o alento da alegria, que aliás, nem sempre é verdadeira. Porque sim, as emoções ditas "boas" também podem se tornar "más", quando em excesso ou como tapa buracos. São nossas falsas alegrias.  

Eu posso citar como exemplo da importância da tristeza o que está ocorrendo hoje mesmo, em função da Pandemia. Pessoas perdendo seres amados sem poder se despedir e viver o ritual do luto. E o que é luto? É o direito de chorar e aliviar a dor de uma perda longa e penosa. Sem esse direito, ficaríamos "entupidos" por uma dor sem vazão, sem saída.

Não estou fazendo apologia à tristeza, mas apenas querendo mostrar que um estigma dessa ordem pode trazer muito prejuízo na evolução de uma pessoa. Levando-se em consideração que muitos casos de Depressão começam exatamente na negação do estar triste, porque é fraqueza.

Tudo bem, eu também não gosto de ficar triste. É uma dor que sempre nos traz a sensação de perda, de desalento e, muitas vezes, falta de fé. Mas, ainda que assim ela seja, essa mesma tristeza nos faz ver a verdade, os apegos, os medos que teimamos em negar e que terminam por nos fazer infelizes. Porque tristeza e infelicidade não andam necessariamente juntas. E tristeza passa, já a infelicidade cria raízes em terreno inseguro.


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