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NOITES ESCURAS?

NOITES ESCURAS?
Najla Wanderley Prates
fev. 17 - 4 min de leitura
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São sofrimentos severos enfrentados pelo indivíduo que ao deparar com a “escuridão” da alma e ter suporte terapêutico, sensorial e amoroso podem observar no “alvorecer” a vida com mais humildade, liberdade e maior conexão com o divino.

Como diz a mestre Olinda, a vida não é fácil para ninguém e certamente algumas pessoas sofrem mais do que outras. Porém, as noites escuras chegam para todos nós, todo ser humano passa por sofrimentos e independe da vontade. O que depende de cada um, é a disposição de estar pronto e aberto para transitar pela escuridão sem sucumbir.

Quando comecei a pensar em noites escuras da alma do ser humano lembrei-me de uma frase de autor desconhecido, que vi há um tempo e que acho linda:

Somos borboletas de Deus! Passamos pelo apertado e sufocante casulo, mas a metamorfose nos transforma em seres ainda mais belos.

E imagino a desajeitada lagarta, que certamente sofreu momentos muito difíceis presa num casulo para se transformar, com muita resignação, aceitação e desejo de evoluir em bela borboleta para enxergar a beleza da vida batendo suas asas coloridas e leves!

Falar em noites escuras nos torna muito mais humanas, compassivas e amorosas.

Certamente a vida não é fácil. Dentro da condição humana vivenciaremos as noites escuras da alma e é um momento de muita angústia e solidão. Como exemplo da humanidade de Cristo, ele se permitiu passar a sua “escuridão” da alma quando jejuou por quarenta dias e noites no deserto da Judeia e sofreu várias tentações. Deixa o ensinamento: O Cristo perfeitamente divino permite vivenciar o que é perfeitamente humano, vivendo toda sua existência terrena, nos ensinando que com resignação e conversão sentiremos a plenitude da vida.

As noites escuras da alma são épocas da vida em que mergulhamos em memórias transgeracionais que como um gatilho desencadeiam dores intensas e desproporcionais ao contexto atual.

As noites escuras da alma e seus sintomas podem ser psicóticos quando esses sofrimentos são graves e levaram a uma verdade que aconteceu em outra época e tempo. E ao analisar a psicogenealogia daquele sistema detecta o trauma de muito tempo atrás, que vai passando de geração em geração até que chega um ponto que essa memória deve ser vivenciada, transformada, elaborada e curada.

Quando o trauma é muito grande e ameaça a vida, a pessoa não consegue dissipar o trauma. Há necessidade de intervenção porque do ponto de vista sistêmico, toda doença tem cura, mesmo a esquizofrenia, as psicoses.

No início de tratamento de uma pessoa com doença psicótica há necessidade de suporte medicamentoso, alopático (medicação psiquiátrica), porque essa pessoa não tem autonomia para lhe dar com as sensações psicóticas e tem sua química corporal totalmente em desequilíbrio. Essas medicações permitirão liberar espaço no mental, no cognitivo para poder trabalhar essas questões de modo sensorial.

A primeira forma de atuação sensorial é por meio da empatia, pensar que essa pessoa está carregando muito do seu sistema, exercendo uma tarefa árdua por todos. Assim, os demais integrantes do sistema devem integrar e apoiar quem sofre pelo coletivo.

Geralmente essas pessoas que estão em sofrimento têm ressonância com excluídos do sistema que vivenciaram situações muito tristes, que causaram muita dor e não são ditas, tornam segredo. E só depois de várias gerações alguém através da sua psicose emerge por meio de alucinações e delírio o que era proporcional aquele contexto do passado.

Vale a pena ressaltar, que parte da vida da gente depende do nosso esforço, da nossa dedicação, da nossa disciplina, do nosso empenho. Mas, grande parte das coisas que acontecem na vida de uma pessoa acontecem por acaso, de acordo com os destinos do seu sistema, e ai é necessário para transitar nessas condições a flexibilidade, a  humildade, a sabedoria de tomar o conhecimento como uma forma de fortalecimento para ir além.

Quando atravessamos as noites escuras da alma necessitamos da benevolência do outro, de apoio, de terapias sensoriais, de constelação para ter no “amanhecer” a benção da cura, esta que é individual e intransferível; mas, certamente, muito mais fácil de alcançar quando se tem mãos que amparam e apoiam.


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