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O SEGREDO DA FELICIDADE

O SEGREDO DA FELICIDADE
Susy Guedes
jan. 23 - 11 min de leitura
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Quer ser feliz? Seja grato!*

  Existe uma coisa que vocês sabem sobre mim, algo muito pessoal, e há algo que eu sei sobre cada um de vocês e que está no centro das vossas preocupações. Existe algo que sabemos sobre cada pessoa que conhecemos em qualquer lugar do mundo, na rua, que é a verdadeira motivação de tudo o que fazem e de tudo o que suportam, e esse algo é que...

 

Todos nós queremos ser felizes. 
Nisto, estamos todos juntos. 

Na maneira como imaginamos a felicidade, isso depende de cada um, mas já é bastante termos em comum querermos ser felizes. 

Agora, o meu tema é a gratidão. 

Qual é a ligação entre
a felicidade e a gratidão? 

Muitas pessoas diriam: bem, é muito fácil. Quando vocês estão felizes, estão gratos. Mas pensem novamente. 

Será verdade que as pessoas felizes são gratas? 

Todos conhecemos um grande número de pessoas que têm tudo o que precisariam para serem felizes, mas não são felizes, porque eles querem outra coisa ou querem mais do mesmo.

E todos conhecemos pessoas que têm tantos infortúnios, desgraças que nós próprios não gostaríamos de ter, e que são extremamente felizes. Elas irradiam felicidade. Vocês estão surpreendidos. Por quê? Porque eles são gratos. Então não é a felicidade que nos faz ser gratos. É a gratidão que nos faz ser felizes.

Se vocês pensam que é a felicidade que vos faz ser gratos, pensem novamente. É a gratidão que vos faz ser felizes.

Agora, podemos perguntar: 

O que realmente queremos dizer com gratidão?
E como funciona?

Eu apelo à vossa própria experiência. Todos sabemos por experiência, como isto funciona. Nós experienciamos algo que tem  valor para nós. É-nos dado algo que tem valor para nós. E é realmente dado. Essas duas coisas precisam de vir juntas. Tem de ser algo com valor, e é um presente verdadeiro. Vocês não o compraram. Não o ganharam. Vocês não o comercializaram... Vocês não trabalharam para o obter. Simplesmente é-vos dado. E quando essas duas coisas se encontram, algo que realmente tem valor para mim e eu apercebo-me de que é dado livremente, então a gratidão nasce espontaneamente no meu coração, a felicidade nasce espontaneamente no meu coração. É assim que a gratidão acontece.

Portanto, a chave para tudo isto é que não podemos experienciar isto apenas de vez em quando. Não podemos ter apenas experiências de gratidão. Podemos ser pessoas que vivem com gratidão.

Viver com gratidão, essa é a questão.
E como podemos viver com gratidão?

Experienciando, tornando-nos conscientes de que cada momento é um momento dado, como dizemos. É uma dádiva.

Vocês não o ganharam. Vocês não o provocaram de maneira nenhuma. Não têm maneira de assegurar que haverá outro momento que vos seja dado, e mesmo assim, é a coisa mais valiosa que alguma vez nos pode ser dada, este momento, com todas as oportunidades que contém.

Se não tivéssemos este momento presente, não teríamos a oportunidade de fazer alguma coisa ou experienciar alguma coisa, e este momento é uma dádiva. É um momento dado, como dizemos. Agora, dizemos que a dádiva dentro nesta dádiva é realmente a oportunidade. Aquilo por que vocês estão realmente gratos é a oportunidade, não a coisa que vos é dada, porque se essa coisa estivesse noutro local e vocês não tivessem a oportunidade de desfrutar dela, de fazer algo com ela, não estariam gratos por ela.

A oportunidade é a dádiva dentro de cada dádiva, e temos este ditado, a oportunidade só bate à porta uma vez.

Bem, pensem novamente. Cada momento é uma nova dádiva, uma e outra vez, e se perderem a oportunidade deste momento, é-nos dado outro momento, e outro.

Podemos aproveitar esta oportunidade, ou perdê-la, e se aproveitarmos a oportunidade, essa é a chave para a felicidade.

Observem a chave mestra da nossa felicidade nas nossas mãos.

A cada momento podemos ser gratos por esta dádiva. Isto significa que podemos ser gratos por tudo? Certamente que não. Não podemos ser gratos pela violência, pela guerra pela opressão, pela exploração. A nível pessoal, não podemos ser gratos pela perda de um amigo, pela infidelidade, pela perda.

Mas eu não disse que podemos ser gratos por tudo. Eu disse que podemos ser gratos em cada momento que nos é dado pela oportunidade, e mesmo quando somos confrontados com algo que é terrivelmente difícil, podemos colocar-nos à altura da ocasião e responder à oportunidade que nos é dada. Não é tão mau como pode parecer.

Na verdade, quando olharem para isso e o experienciarem, descobrirão que na maior parte das vezes, o que nos é dado é a oportunidade de desfrutar, e só a perdemos porque vivemos apressados e não paramos para ver a oportunidade.

Mas de vez em quando, é-nos dado algo muito difícil e quando esta coisa difícil nos acontece, é um desafio pormo-nos à altura da oportunidade, e podemos fazê-lo aprendendo algo, o que por vezes é doloroso.

Aprender a ter paciência, por exemplo. Tem-nos sido dito que a via para a paz não é um sprint mas é mais como uma maratona. Que requer paciência. Que é difícil. Pode ser defender a vossa opinião, defender a vossa convicção. É uma oportunidade que nos é dada.

Aprender, sofrer, permanecer firme, todas essas oportunidades são-nos dadas, mas são oportunidades, e aqueles que aproveitam essas oportunidades são os que nós admiramos. Eles fazem algo da vida.

E aqueles que falham têm outra oportunidade. Nós temos sempre outra oportunidade. Essa é a maravilhosa riqueza da vida.

Então, como conseguimos descobrir um método para utilizar isto?

Como pode cada um de nós descobrir um método para viver com gratidão, não ser grato apenas de vez em quando, ser grato a cada momento. Como podemos fazê-lo? É um método muito simples.

É tão simples que, na verdade, é o que nos disseram em crianças, quando aprendemos a atravessar a rua.

Parar. Olhar. Avançar.
É tudo.

Mas quantas vezes paramos? Nós apressamo-nos pela vida. Não paramos. Perdemos a oportunidade porque não paramos. Temos de parar. Temos de nos acalmar. E temos de construir sinais de stop nas nossas vidas.

Quando estive em África, há alguns anos e depois voltei, reparei na água. Na região de África onde estive, não tinha água potável. De cada vez que abria a torneira, eu ficava deslumbrado. De cada vez que acendia a luz, ficava tão grato. Isso fazia-me tão feliz.

Mas passado algum tempo, isto desaparece. Então pus pequenos autocolantes no interruptor e na torneira, e de cada vez que o ligava, água. Assim, deixo-o à vossa imaginação. Podem descobrir o que funciona melhor para vocês, mas precisam de ter sinais de "Parar" na vossa vida.

E quando pararem, a próxima coisa a fazer é "Olhar". Olhem. Abram os olhos. Abram os ouvidos. Abram o nariz. Abram todos os vossos sentidos para esta maravilhosa riqueza que nos foi dada. Ela não tem fim,  isso é que é a vida, desfrutar, desfrutar o que nos foi dado.

E então podemos também abrir o nosso coração, o nosso coração para as oportunidades, também para as oportunidades de ajudar os outros, de fazer os outros felizes, porque nada nos faz mais felizes do que estarmos todos felizes.

E quando abrirmos os nossos corações às oportunidades, as oportunidades convidam-nos a fazer algo, e isso é o terceiro ponto. Parar, Olhar e então Avançar e fazer realmente alguma coisa.

E o que podemos fazer é o que a vida nos oferecer nesse momento.

Na maior parte das vezes é a oportunidade de desfrutar, mas às vezes é algo mais difícil. Mas o que quer que seja, se agarrarmos essa oportunidade vamos com ela, somos criativos, essas são as pessoas criativas, e esse pequeno parar, olhar e avançar, é uma semente tão potente que pode revolucionar o nosso mundo.

Porque precisamos... estamos neste momento no meio de uma mudança de consciência, e ficarão surpreendidos se – fico sempre surpreendido quando ouço quantas vezes esta palavra "gratidão" aparece.

Encontram-na em todo o lado, uma companhia aérea grata, um restaurante gratidão, um café gratidão, um vinho que é gratidão. Sim, até me deparei com um papel higiénico cuja marca se chama Thank You. (Risos)

Existe uma onda de gratidão porque as pessoas estão a aperceber-se de como é importante e de como isto pode mudar o nosso mundo.

Pode mudar o nosso mundo de formas imensamente importantes, porque se forem gratos não serão medrosos, e se não forem medrosos não serão violentos.

Se forem gratos, agirão com um sentido de plenitude e não com um sentido de escassez, e estarão dispostos a partilhar.

Se forem gratos, desfrutam as diferenças entre as pessoas, são respeitosos para com todos, e isso muda esta pirâmide de poder sob a qual vivemos. E não resulta em igualdade, mas resulta em respeito igual, e é isso que é importante.

O futuro do mundo será uma rede,
não uma pirâmide virada ao contrário.

A revolução de que estou a falar é uma revolução não violenta, e é tão revolucionária que até revoluciona o próprio conceito de revolução, porque uma revolução normal é uma em que a pirâmide de poder se vira ao contrário e aqueles que estavam em baixo passam a estar no topo e estão a fazer exatamente o mesmo que os outros fizeram antes.

Do que precisamos é de uma rede de pequenos grupos, grupos muito pequenos que se conheçam, que interajam uns com os outros, e isso é um mundo grato.

Um mundo grato é um mundo de pessoas alegres. As pessoas gratas são pessoas alegres, e as pessoas alegres, quanto mais pessoas alegres houver, cada vez mais teremos um mundo alegre.

Temos uma rede para viver com gratidão e ela desenvolveu-se tão rapidamente. Não conseguimos compreender porque é que ela se desenvolveu tão rapidamente. Temos uma oportunidade para as pessoas acenderem uma vela quando estão gratas por algo. E houve 15 milhões de velas acesas ao longo de uma década.

As pessoas estão a aperceber-se de que um mundo grato é um mundo feliz, e todos temos a oportunidade através do simples parar, olhar e avançar, de transformar o mundo, torná-lo um lugar feliz.

E é isso que espero para nós, e se isto contribuiu um pouco para que vocês queiram fazer o mesmo:

Parem, olhem, avancem!

Obrigado.
(Aplausos)

(*) Transcrição das legendas da palestra TED, proferida por David Steindl-Rast, em 27/11/2013. Tradutora: Cláudia Anjos Lopes. Revisor: Carlos Espírito Santo. 


Irmão David Steindl-Rast -  nascido em Viena / Áustria, em 12 de julho de 1926 - é um monge beneditino, autor e conferencista católico americano. Ele está comprometido com o diálogo inter-religioso e lidou com a interação entre espiritualidade e ciência.


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