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Pandemia e boleto parcelado

Pandemia e boleto parcelado
Simone Belkis
jun. 30 - 4 min de leitura
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Uma das coisas mais interessantes, se não for a mais, que venho observando em tempos de pandemia é a busca pela adaptação. Vai ser muito legal quando tudo isso terminar (e gostaria que fosse logo), e ver as novas formas de fazer as coisas. 

Não que isso vá rolar facilmente, pois que o ser humano tem um cérebro meio preguiçoso, e que detesta a mudança de hábitos. Mas, esse mesmo ser também tem inteligência para perceber a importância de mudar.

Já venho pensando nisso a algum tempo, mas hoje resolvi verbalizar, porque recebi um e-mail, onde se podia pagar um curso (de francês) com boleto parcelado. Prova de que a necessidade faz o "ladrão" e a oportunidade... Hehe.

Para quem não estiver familiarizado com compras pela internet, coisa que vai se intensificar mais e mais, eu explico. A maioria das vendas são feitas com cartão de crédito, débito ou boleto à vista. E muitos deixam de comprar por causa disso. Assim, muitas vendas deixam de acontecer, mas poucos oferecem opções diferentes. Ainda existem aqueles que nem diversificam formas de pagamento, levando pessoas a se endividarem (não que nesse caso, o vendedor seja responsável pela compulsão por compras de seus clientes, mas termina por aproveitar isso).

Já faz um bom tempo que o público passou a ser mais exigente e pede formas que facilitem sua vida, mas nem todos aceitam facilitar o lado de seus clientes. O vírus trouxe mais essa opção. Afinal, não é à toa que cartão de crédito (juros altos e dinheiro quase vivo na mão) faz tanto sucesso. Mesmo dificultando o acesso maior aos produtos, em geral, os vendedores pensam de forma imediata, porque esquecem que "dinheiro na mão é vendaval" (Paulinho da Viola). 

Brincadeira à parte, em geral, as pessoas querem ter logo o dinheiro, muitas vezes porque precisam mesmo, mas também pensando apenas no seu próprio umbigo. É mais ou menos, a mesma postura de quem aumenta preços por causa da demanda alta. Outra prática muito exercida e execrada no momento.

Posso ser um pouco Poliana (acho que sou mais Netuniana), mas me parece que os novos tempos vão terminar por trazer um pouquinho mais de igualdade nas trocas entre as pessoas. Como já disse antes, essas mudanças não virão tão naturalmente como se poderia ou gostaria de acreditar. Mas, a vida quando quer, faz-se implacável e o homem, seu súdito, tem que lhe atender.

Porque as pessoas têm andado esquecidas de que é a vida que importa, e é ela que manda. Precisamos compreender que nossa racionalidade se perdeu na ânsia desesperada de suprir carências que nem sequer existem. Precisamos voltar ao básico para poder redefinir o que importa mesmo e estabelecer novas prioridades.

Chegamos ao cúmulo de abraçar a morte por medo de perder a vida. Tudo bem, isso sempre existiu, mas antes era mais por gostar de adrenalina na "veia" do que por medo de encarar a realidade. E esse movimento ainda nos leva a compreender que precisamos abrir a mente para as necessidades do próximo (ainda que seja só para ganhar algo) pois assim quem sabe chegamos à filosofia do "eu ganho, (só e quando) você ganha".

Vamos também acabar por ver o retorno de algumas práticas que foram abandonadas por não serem modernas, mas que conseguem atingir faixas diferentes de público, porque afinal o boleto parcelado nada mais é que um carnê virtual. Pois que assim seja, eu acredito que tudo será válido na busca por uma nova forma de viver melhor, com mais respeito pelo próximo, por si mesmo e pelo maior dom de todos, a vida. Viva o boleto parcelado. 


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