Participar como representante numa Constelação com a mestra Olinda Guedes é viver um turbilhão de emoções, juntamente com um aprendizado/vivência, preciosidades que nos levam a caminhar rumo ao autoconhecimento.
A maestria de Olinda Guedes guiando a Constelação me lembra aqueles mitos greco-romanos, onde se contam os ritos sagrados pelos quais passavam os cidadãos daquela época, de onde me parece terem sido fundamentadas as ciências como a Filosofia, mãe de todas, a Medicina e as demais.
Aliás, acho eu que essa fundamentação vem de muito antes dos contos greco-romanos, das histórias bíblicas e dos acontecimentos com os povos antigos como os egípcios, os indígenas de todas as nações, os incas, os astecas, os ciganos, os otomanos, etc.
Em uma live da mestra com o querido mentor Jonas Kaz eu já havia tido essa imagem; me pareceu reviver Quiron e Eusculápio (ou Asclépio), curadores dos templos de Apolo na Grécia antiga. Relembrei ter lido que eles trabalhavam servindo o povo, sempre com os portões do templo abertos para quem precisasse. Estavam sempre prontos a servir.
Como ensina a Amada Olinda:
Quem se importa serve e só serve quem se importa.
A cura vem sempre da alma. Para alcançá-la precisamos nos purificar (estar em estado de presença, totalmente voltados para o cliente), nos livrar de todos os julgamentos e más culpas que só nos destroem e a tudo e a todos a nossa volta.
Assim, abrimos caminho para a evolução de todos os nossos amados e também de nós mesmos, conseguimos ouvir o que os profetas, os oráculos, nos dizem, ver o que eles nos mostram.
Não há nada de místico nisso, nada de vidência.
Precisa de muito treino, muito, muito treino para estar no estado de presença, no aqui e no agora, para com a pessoa que está sendo constelada, para o seu sistema e se abrir para receber o que o Campo (o profeta, o oráculo) informa.
E a cura é jornada, é processo, não é episódio. Aprendemos isso na Escola Real de Olinda Guedes.
Foi essa cura que assisti e senti em mais essa maravilhosa Constelação de hoje, onde tive a honra de ser representante para a colega e para o seu sistema, o que me trouxe muito aprendizado, muito treino e pude ver que também em meu sistema temos muito em comum com todos eles.
Às vezes, ao julgarmos um membro do nosso sistema ou até mesmo a nós mesmos, nos taxamos ou a pessoa de uma coisa ou outra, por ex.: Ele é narcisista; ela se vitimiza o tempo todo.
Nessa Constelação aprendemos a dinâmica do narcisismo; a mestra ensinou:
A dinâmica do narcisismo mostra sempre uma memória epigenética, uma memória transgeracional de uma mãe que não recebeu amor. Então um descendente seu diz: "Querida mamãe, você não ganhou amor; agora eu consigo para você".
Porque os filhos estão sempre a serviço dos pais e do sistema e, inconscientemente, escolhem fazer por eles, mesmo em detrimento da sua própria saúde e/ou felicidade. Os filhos mostram a seus pais o que eles precisam ver.
Portanto, não é “ele” ou “ela” que “É” assim ou assado. Não sou “eu” que faço assim e sou assim porque sempre fui assim e preciso aprender a não fazer isso a todo custo ou vou morrer assim.
Somos nós, todo o nosso sistema em nós, que agimos de tal forma ou somos de tal maneira para que alguém seja visto entre os nossos e que algo seja reconhecido como valioso e tudo e todos possam ser incluídos, inclusive as nossas características e maneiras de receber a vida que podem estar nos prejudicando físico, psíquico, social e espiritualmente.
É mais fácil eu apontar dizendo que minha avó materna era dissimulada, criava situações, chegava a mentir para manter a paz entre os filhos, mas, na verdade, acabava com isso criando muita confusão com tanto segredo, com tanta coisa mal explicada, escondida, do que eu reconhecer em mim hoje essas mesmas características. Dói crescer. Mas, é inevitável. Uma hora ou outra vai acontecer.
Que seja logo, porque a vida é um sopro, já disse Olinda Guedes.
A vida fará com que, em algum momento, de alguma forma, refaçamos essa caminhada, olhemos para trás e ressignifiquemos, para que possamos, agora sim livres, seguir nosso próprio caminho para o futuro.
Os sintomas, os sofrimentos, as circunstâncias difíceis se repetem tanto dentro dos sistemas familiares, criando padrões familiares de comportamento, para que novas oportunidades de cura surjam. Quanto mais demoramos para constelar essas situações, maior é a possibilidade de doenças e sofrimentos gravíssimos entre os nossos descendentes, podendo até chegar à perda da sanidade mental.
Um filho não é tal e tal coisa porque quer e sim porque precisa, devido ao amor cego que tem, quer cumprir com lealdade o seu papel para com o sistema, pois queremos todos ser amados e pertencer, ser acolhidos.
Estamos todos, sem exceção, sempre à Serviço de Algo Maior. Portanto, não tem certo ou errado, bonito/feio, mau/bom, etc, para a nossa alma. Ela clama por ordem, equilíbrio e pertencimento com respeito às Leis Sistêmicas e não às leis dos homens.
Senti em mim toda a necessidade dos meus de serem abraçados e acalentados e que já não é mais necessário compreender com o intelecto o nosso viver e modo de ser, mas sim com a alma, saber o que nós viemos fazer nessa terra e para que estamos ainda aqui.
Descobri vendo uma imagem durante essa Constelação, parecida com a dessas barcas com imigrantes que postei aqui, porque tenho tanto pavor de me afogar, sem nunca ter passado por nenhuma situação de perigo nem no mar, em rios ou piscina.
Mas, só de escrever aqui fico sem ar e com a garganta apertada. Pânico.
Outro tema a constelar.
A cura vem do Amor e não do Ego.
O amor sempre traz de volta!
Gratidão por tão preciosa oportunidade.
