Eu passei muitos anos (todos os da minha vida até agora) buscando o amor. Mas, não era exatamente o amor romântico o que eu buscava. Só que eu não sabia que o que esperava era o amor verdadeiro, o incondicional, que a gente espera receber dos nossos primeiros amores, pai e mãe.
Foram tempos duros até entender que eles fizeram o melhor que souberam. Eu não sei se já concordei (como aconselha a Constelação Sistêmica), mas vou continuar ressignificando isso tudo.
Eu busquei por amor e terminei por encontrar o exato espelho do que refletia, medo, trauma, tentativa de salvação. Foram anos perdidos, esperando vir de fora o que só posso achar dentro. Mas, não nego, encontrei uma figuras bem interessantes. Vivi muitas confusões e histórias que, se contasse, ninguém acreditaria.
E não me arrependo, sobrevivi e fiquei esperta. 😁
Tive que enfrentar esse caminho sozinha, mas não me julgue como ingrata, muitas pessoas me ajudaram, algumas me dando luz e outras me atirando na escuridão. Às primeiras, gratidão eterna e às segundas, gratidão interna. Hehe.
Porque ser sozinho é algo que precisamos assimilar, afinal esse papo de que nascemos e morremos sós é por vezes filosófico demais, embora real, e a gente não quer filosofia na hora da dor, nessa hora a gente quer abraços, cura, amor, carinho...
Coisinhas que as crianças e os bichinhos de estimação adoram e não têm vergonha nenhuma de pedir, e se for o caso, exigir. Mas, a questão é que crescemos rápido demais.
E como eu aprendi e repito sempre (para me convencer): "- Adultos amam, crianças são amadas".
Então ser sozinho não é não ter ninguém, primeiro porque temos o ser mais importante para nossa vida, nós mesmos. E temos a essência que mantém a vida, Deus.
Fazemos parte de um todo maior, assim não tem como ser sozinho.
Mas, então porque nos isolamos tanto de todos a ponto de morrermos solitários? Porque não aprendemos a amar a nós mesmos. Ser amado na infância seria o caminho "natural", porque sendo seres condicionados, estaríamos condicionados ao amor. Mas, ele se perdeu. É preciso revivê-lo de outra forma, e amor-próprio é o nome disso.
Então, o verdadeiro desafio não é aprender a ser sozinho, mas aprender que não se pode ser só quando se tem a si mesmo. É isso o que realmente nos faz falta, nós mesmos. Quando estamos plenos de amor, atraímos o seu equivalente. E sabemos que o mesmo é válido para o desamor.
Acho que isso deixa claro que o problema não é ser sozinho, mas sim ser vazio, vazio de si mesmo. Não estar conectado com sua essência, não saber o que gosta, não defender seus interesses (sem egoísmo, é claro!), esperar que o mundo nos salve. É esse o verdadeiro caminho da solidão, não olhar para dentro e ver a beleza de ser quem se é.
Mas, afinal? Como é que a gente se ama?
Isso eu ainda não sei direito, porque ainda luto para me desapegar das "garantias" que inventei para mim, estou lutando e aprendendo a soltar, dói um pouco, a gente se ilude um outro pouco, mas quando estamos dispostos a crescer (até porque não existe outro caminho), a gente acaba olhando no espelho e vendo quem somos de verdade.
E aí, é correr "pro" abraço.