O exemplo de lealdade mais gritante em minha vida foi o fato de eu ter sido servidora municipal por quase 6 anos. Meu pai era funcionário público municipal (atualmente, é aposentado) e a minha mãe é servidora pública estadual. Meu irmão é funcionário público estadual. Em 2009, no último ano da faculdade de psicologia, comecei a pensar em seguir a carreira no funcionalismo público, inconscientemente, sendo fiel à minha família de origem.
Estava seguindo o script para pertencer e ser amada.
Prestei vários concursos e fui aprovada em dois: em Campinas, minha cidade natal, e em Paulínia, uma cidade vizinha. Assumi o cargo em Campinas em 2013, mas, após cerca de 4 anos eu já estava bastante infeliz. Eu não me adaptava àquele sistema. Tinha vontade de oferecer um trabalho diferente para as pessoas, mas me sentia aprisionada pela instituição. Os recursos eram escassos e a população era carente de afeto, de emoções, de dinheiro de alimento, de acalento.
Eu me sentia enxugando gelo.
No entanto, tinha muito medo de “perder a segurança financeira” e, inconscientemente, ser excluída do meu sistema familiar. Então, iniciei um processo de orientação de carreira em 2018, que foi me aproximando do meu propósito profissional. Neste processo, a Constelação tomou conta do meu coração e tive muita clareza de que eu gostaria de unir Bert Hellinger à psicologia.
Quando me lembro dessa história, ouço as palavras da mestra Olinda, as quais ouvi mais ou menos desse modo: “eu aceito menos amor para ser menos leal à minha família e seguir meu coração”.
Outra fidelidade que ocorria era o fato de eu estar morando em Campinas, sendo que a minha alma pedia Expansão para outros territórios, continentes rs. Olhando profundamente para mim, consegui romper com ambas as fidelidades.
Sobre a prosperidade no meu sistema, acho que a minha maior referência é meu bisavô libanês Jorge, que chegou ao Brasil pobre, trabalhou arduamente e enriqueceu. Há outras pessoas prósperas em relação ao dinheiro, à bondade, ao dom da cura, à alegria, à honestidade. Por outro lado, também há o medo da escassez, principalmente, por parte do meu pai e da minha avó paterna (já falecida).
Este medo também existe em mim, mas está sendo cuidado e curado.
Afinal, o universo quer que todos sejamos prósperos!
A respeito dos vínculos de amor interrompidos, me vem fortemente a mudança dos meus bisavós libaneses para o Brasil. Fiz duas constelações com temas diferentes, nas quais apareceu que eu estava emaranhada com a dor deles.
Achei surpreendente!
Naquela época, por volta de 1900, como os imigrantes perdiam totalmente o contato com a família de origem, o sofrimento era muito grande.
Eu carregava esse peso e essa nostalgia sem perceber. Carregava a dor de ter escolhido viver com um homem em outro país e ter “abandonado” a minha família de origem. Após as constelações, me liberei.
Já passou.
Agora, coloco a letra de uma música linda e constelatória chamada “Pedros - ser quem sou”
"Fé pra nunca perder a mão
Pés armados pra pisar no chão
Pulmão e o dom de pedir perdão
Vim com o olho do predador
Sim, sabendo que já já passou
Com dor, pra ter como dar valor
Ver fluir sem tirar nem pôr
Ser quem sou
Viver feliz é a evolução
Vou moldado pela emoção
Vim blindado com a gratidão
O céu e o pulso do coração
Sou o rastro de um bisavô
Vim na alma que não acalmou
Com voz pra sempre evocar o amor
Ver fluir sem tirar nem pôr
Ser quem sou
Viver feliz é a revolução
Olhar pro céu, buscar clareza
Pisar no chão, botar firmeza"
Ser quem sou
(Pedro Alterio e Pedro Viáfora)