Essa percepção me reporta ao período de infância!
Lembro-me bem o zelo e o cuidado que os vizinhos e minha família tinha uns pelos outros.
Quando minha mãe fazia broa de milho, eu ia caminhando, levar para a vizinha, e fazia aquilo com alegria e prazer em poder oferecer algo a quem morava próximo. Era breve caminhada, por onde eu passava na plantação de abacaxis de meu pai. Cruzava uma cerca e passava no potreiro, para chegar até casa do vizinho.
O mesmo acontecia com aquela família, quando ela fazia pão de batata e trazia para nós! Era tão prazeroso receber, mais ainda oferecer! Era um círculo virtuoso, em que a generosidade, o bem querer e a presença da comunidade nos faziam tão bem.
Para mim, expressão da bênção!
Essas lembranças não estão apenas guardadas na memória. Tenho revivido essas experiências com frequência, e esses belos momentos os experimento a cada dia, quase todos os dias!
Essa prática está presente na “Comunidade Beija-Flor”.
A Dona Geralda, por exemplo, vem todos dias na nossa casa, bem cedinho repassar seus conhecimentos do seu método com exercícios físicos, reflexões sobre a vida e como cuidá-la e, encerramos essa primeira visita com um suco verde de produtos colhidos na horta.
No nosso potreiro tem as vaquinhas do João, onde o cenário é lindo! Ele também auxilia na horta e, sempre que pode, dá um toque artístico no jardim aqui em casa, demonstrando seu talento sabedoria em bem cuidar.
As crianças, filhos da Olinda, ajudam tirar o leite... até a Nina, a mais nova, embora seja a primogênita, sabe tirar leite!
Logo que coam o leite, a Sueli, tia das crianças e esposa do João, marca sua primeira visita do dia com uma jarra de leite.
Aliás, os queijos da Sueli são excepcionais.
Ela os faz com muita higiene, com muito talento e muito amor!
A comunidade é silenciosa, mas sempre tem palavras para os momentos coletivos. Todos seguem seus movimentos, com muito amor e respeito.
Também expressam bênçãos!
Os encontros com a vizinha de frente, a Olinda, são breves e sempre com uma conversa inspirada e de grande proveito. Vem-me a sensação que vivenciamos constelações espontâneas, sem agendá-las. Diria que é uma experiência de cultura constelatória, que se caracteriza como uma forma de viver. Essas vivências são constantes e permanentes.
Outros tantos fazem parte desta comunidade: Seu Cizinho, Seu Zé, a tia Zê... cada um com seus dons, talentos e riquezas a oferecer. O estilo de ser, é um estilo de vida comunitária, um estilo de bênção, onde as oportunidades se apresentam de forma real!
Por ser um espaço de comunidade, você está convidado, após pandemia a participar desta experiência.
Sua presença nos fortalece e nos abençoa.
Mesmo porque as bênçãos fazem mais sentido quando juntos estamos!
Marisa de Souza, Terapeuta Sistêmica
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