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HISTÓRIA DA MINHA FAMÍLIA

HISTÓRIA DA MINHA FAMÍLIA
CLARICE SOUZA GUIMARÃES
abr. 6 - 5 min de leitura
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Sou uma pessoa que tenho muito orgulho da minha origem.

Venho aqui hoje falar um pouquinho sobre a história dos meus pais, que consequentemente é a história da minha vida.

Meus pais nasceram em cidades diferentes no interior de Minas Gerais, localizadas há 66 quilômetros de distância uma da outra.

Minha mãe, Estelina, fazia parte de uma família de 7 irmãos e desde cedo trabalhava muito na roça, inclusive em uma carvoaria, ao lado dos pais, para ajudar no sustento da casa.

Meu avô materno morreu quando ela tinha 11 anos de idade e com tantos filhos jovens, minha avó Olívia teve que lutar para terminar de criar a todos sozinha.

Já meu pai, José Antônio, fazia parte de uma família de 13 irmãos e assim como minha mãe, foi criado na roça, tendo que trabalhar desde muito cedo.

Ele acabou por entrar em contato com o álcool e com o cigarro desde novo, o que trouxe consequências para a relação futura. 

Meus pais se conheceram no ano de 1971, na cidade onde ele morava.

Minha mãe foi levada para o local para trabalhar como babá de duas crianças gêmeas e por coincidência do destino, era perto do local de trabalho do meu pai. Meu pai conta que quando ele passava na rua da casa onde minha mãe trabalhava, ela ficava olhando pela janela.

Até que um dia ele parou e mexeu com ela.

Como ele namorava, ela não queria dar ideia para o mesmo, aí ele foi e terminou o namoro.

No dia 27 de agosto, dia em que meu pai fazia 26 anos, eles começaram a namorar e casaram no dia 11 de dezembro do mesmo ano, apenas 3 meses depois.

No dia 19 de setembro do ano seguinte, 1972, nasceu meu primeiro irmão, e nos próximos dez anos minha mãe teve mais 4 filhos, sendo eu a quarta de cinco crianças.

Cheguei a conhecer apenas a minha avó materna e meu avô paterno. 

A vida dos meus pais nunca foi fácil, pois além das dificuldades financeiras, havia o alcoolismo do mesmo.

Meu pai bebia muito e era totalmente ausente na família.

Quando adolescente, eu falava que eu tinha um pai em casa, mas ao mesmo não tinha, pois ele não era presente.

Minha mãe viveu 30 anos de casada suportando muitas brigas, vergonhas, traições e tendo que trabalhar para sustentar e educar os cinco filhos praticamente sozinha, afinal o dinheiro do meu pai, que mesmo com o problema da bebida não faltava ao trabalho, era todo para pagar os botecos.

Dona Estelina é um grande exemplo de força para mim, pois mesmo em meio a tanta dor, sempre se manteve forte para manter a família unida.

Meu pai parou de beber a cachaça apenas quando já tinham 30 anos de casados, após adoecer, e somente depois disso é que a paz começou a reinar na família. Neste ano de 2021, eles completam 50 anos de casados e hoje temos a oportunidade de manter com meu pai um relacionamento que não tivemos quando crianças.

O amor que ele não nos deu, a presença que não foi para nós filhos, hoje em dia é dado aos sete netos.

Ao escrever sobre a história dos meus pais me dou conta do quanto repito alguns patrões e por vezes minha história se identifica com a da minha mãe.

Eu comecei a namorar muito jovem, com 14 anos, e aos 17 anos resolvi casar.

O meu marido já começou a me trair antes mesmo do casamento e eu perdoei, acreditando em uma mudança, fato que se repetiu por muitas e muitas vezes.

Ficamos casados por oito anos, tivemos uma filha, e foram anos de muita humilhação e dor, devido aos diversos casos de traições mantidos por ele.

Mas na minha cabeça, o casamento era eterno, e assim como vi minha mãe aceitando tudo em nome da família, eu também fazia o mesmo.

Acabei por me separar após oito anos de casada, mesmo assim porque ele quis, e acabei criando minha filha praticamente sozinha, pois meu ex-marido somente pagava a pensão, mas nunca foi um pai presente.

Mantive outros relacionamentos que não deram certo, mas hoje com o conhecimento das constelações familiares vejo o quanto estava indisponível e emaranhada nos problemas dos meus pais.

Tenho uma relação super saudável com os meus pais hoje em dia, honro e amo a vida deles, sequer consigo imaginar a dor de perdê-los um dia.

Moro em outra cidade e sempre que posso vou para roça passar uns dias com eles.

Minha filha faz 18 anos daqui uns meses e  através do que tenho aprendido tenho buscado aproximá-lo do pai, até para que ela se aceite e se ame mais, visto que somos 50% nosso pai e 50% nossa mãe.

Incrível como já estão mais próximos e o sistema já está mudando. A visão sistêmica têm feito muita diferença em minha vida e das pessoas que estão ao meu redor e tenho o propósito de levar esse conhecimento e essa terapia para mais e mais pessoas. 

 

 

 

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