Quando criança eu era apaixonada na história “A Bela Adormecida” da Disney, as cores, músicas, a beleza das personagens, acho a princesa linda – não sei se por ter características “parecidas” como o cabelo louro e o nariz arrebitado - até o nome do príncipe eu acho lindo. A história em si não era algo que me prendia, mas de qualquer forma estou presa nela.
Quando a Olinda comenta acerca dos contos de fadas, esse foi um que ela citou, sobre esperar o amor perfeito e morrer esperando.
A princípio, acreditei que a visão sistêmica desse conto de fada fosse outra, a orfandade e o abuso, afinal, a princesa ainda bebê, foi entregue para ser criada por suas madrinhas e cresceu sem saber ao certo a verdade sobre o que lhe ocorreu, bem como ao estar desacordada, por uma maldição, recebe um “beijo de amor verdadeiro” do príncipe, que sequer foi consentido, e por fim desperta. Seus pais não sabiam de nada.
De qualquer forma, ambas interpretações andam de mãos dadas e junto ao meu sistema.
A orfandade de pai e mãe e o abuso são características fortes no meu sistema, muitos são criados pelos avós, há várias gerações, bem como abusos e assédios. E esperar o “príncipe” perfeito que a salvará desta dor, acaba fazendo parte, já que não teve amor de graça; e a dificuldade de confiança nas pessoas em acreditar e confiar que aquele que cruzará o seu caminho a abandonará como seus pais ou a abusará.