Ponho-me a imaginar quanta magia, energia e encanto transportava uma carta de amor.
Fico pensando quanto romantismo, emoção e sentimentos deveria haver nas cartas carregadas de paixão.
O ato de escrever uma linda carta de amor já começava com a escolha do envelope.
Havia vários... coloridos, enfeitados, decorados, menores, maiores, para todos os gostos.
Os papéis de carta acompanhavam o modelo dos envelopes.
Eram tão lindos...
Quem arriscaria dizer o que poderia haver por trás de uma letra tremida? Saudade? Emoção? E aquele borrão entre uma linha e outra? Teria sido uma lágrima que, distraidamente, tenha caído sem que o remetente tivesse percebido? E o perfume?
Sim, algumas dessas cartas chegavam perfumadas...e assim permaneciam por muito tempo.
Muitas dessas cartas revelavam sentimentos escondidos ou reprimidos.
Sentimentos cujas cordas vocais não conseguiam articular em palavras.
Palavras engasgadas, carregadas de profunda emoção, que somente os poetas conseguem traduzir.
(Elenice Bastos)
“Cartas de amor são escritas, não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel”.
(Rubem Alves)