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A CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS

A CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS
Najla Wanderley Prates
mar. 3 - 6 min de leitura
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É um livro encantador e envolvente!

Senti que estava no “colo da vovó” ouvindo um conto de fadas e ao ler cada página vivenciei a sensação de um convite do despertar, em mim, a mulher que olha para o seu feminino, respeitando a sua ancestralidade e a sua descendência.

A autora Clarissa Pinkola Estés é um misto de escritora, sábia, feiticeira que desadormece em cada uma de nós, por meio de metáfora que vão da mitologia à relação com a natureza, como por exemplo, relacionando a essência feminina da “mulher oculta” com a forma da arvore onde ambas se empenham pela vida e por nutrir o sistema em que se encontram.

A leitura desperta na alma de nós, mulheres, a necessidade de interligar com a sabedoria do feminino, reconstruir nossa identidade podendo partir do nada (do zero) e conquistar a vida plena tão almejada por todas.

O livro é divido em três partes vitais e no final ainda nos é ofertado orações belíssimas que encantam a alma.

Na primeira parte há um convite amoroso, íntimo e cheio de preparo interior para “uma ocasião especial à qual a alma está presente” onde haverá a habilidade de “reconhecer que toda mulher é sábia e ao mesmo tempo sempre estar a procura de novos conhecimentos; que é cheia de espontaneidade e confiável; é loucamente criativa e obstinada; ousada e precavida; capaz de abrigar o tradicional e ser verdadeiramente original” e não importa qual idade a mulher tenha, neste convite os “fundamentos do que é ‘grande’, em oposição ao que é ‘apenas comum’, são conquistados no início da vida, no meio ou mais tarde... muitas vezes mediante enormes fracassos, elevações do espírito, decisões equivocadas e recomeços impetuosos”.

Ainda neste momento inicial, a autora nos diz: “A tarefa crucial da grande mãe é simplesmente a seguinte, e nada além disto: viver a vida plenamente” e conclui que “quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem”.

Foi nessa parte do livro que sentir de forma intensa a união do “velho e o novo” que é interligado na expressão tão ressaltada pela autora:  “ser jovem enquanto velha e velha enquanto jovem” demonstrando que todas as qualidades femininas não são exclusivas das matriarcais, nem morrem com elas, veio por meio delas e seguem com as mais jovens.

Na segunda parte Clarissa “abusa” das metáforas e nesse segmento demonstra que a força vital de uma mulher é expressada por meio da poesia, da arte, do artesanato, dos “escritos apaixonados”... “pois existem certos assuntos místicos que as palavras concretas isoladas não conseguem expressar, mas que as ciências, contemplações do que é invisível, porém palpável, e as artes conseguem”.

São várias lindas histórias, contos e lendas que demonstram o desdobramento deste arquétipo da mulher avó como ressonância do Ser legítimo que abençoa, ensina, prepara, abriga e fala de coisas da alma que não se restringe ao corpo físico.

Normalmente a duas mulheres, a jovem e a velha, vivem dentro de cada uma de nós.

Normalmente a velha é sábia, perspicaz, sagaz e sempre encontra solução para os problemas e a moça é a alma jovem (“o espírito é eternamente jovem e, embora cresça em experiência e sabedoria, ele possui exuberância, a curiosidade e a criatividade desenfreada da juventude”).

Há assim, um desejo de aliar a velha com sua sabedoria e a jovem com sua curiosidade e criatividade para promover a completude que habitam a mulher.

É nessa parte do livro que autora faz uma correlação entre a mulher e arvore, esta última mostra que além de caule, floras, flores e frutos tem também raízes profundas utilizadas para nutrição. Assim também é a mulher que tem sua parte exterior, mas, também tem sua parte “oculta” que segundo a autora é uma fonte de recurso utilizáveis nos momentos que a mulher necessita se reinventar porque a essência do Ser nunca é destruída, mesmo sendo “machucada” há sempre a possibilidade de se reinventar e de regenerar.

“... embora a película externa da alma seja magoada, arranhada ou chamuscada, ela se regenera de qualquer modo. Repetidas vezes, a pele da alma retorna ao seu estado primitivo e intacto.

  A terceira parte do livro traz a sabedoria das mais velhas e me faz perguntar aonde estou na minha história?  Fazendo-me questionar a vida, a minha ganância pelo consumo, a minha postura profissional, as minhas relações e além disso me faz confrontar com o que realmente eu acredito, com meu divino, com a minha essência e deixa na minha alma uma resposta que me instiga ao meu autoconhecimento, mas que neste momento já começa a me ajudar a olhar uma pouquinho melhor para mim e dizer: “sob o efeito da generosidade e da oportunidade de ser generosa” agora surge o elixir da cura que oportuniza o desabrochar da mulher sábia que existe em mim, uma mulher de meia idade que está em busca de ser melhor um pouco a cada dia e que pode olhar com mais cuidado para os sentimento de perdão e amor.

“Não importa quantos anos tenhamos vivido, podemos começar agora a nos preparar para aquela travessia que nos levará ao poder da velhice e da sabedoria madura.

Todos terão a oportunidade de se reacender como uma força instrutiva e intensa.

Mas nós somente chegaremos lá se encararmos esse ponto como nosso destino a partir de AGORA”.      


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