Cada ser é único.
E quando, como terapeuta numa análise sistêmica, nos interessamos verdadeiramente em ajudar quem coloca seu tema, precisamos olhar para essa individualidade com muito cuidado e respeito.
A riqueza de detalhes, as nuances dos mistérios a serem desvendados e compreendidos e as particularidades das questões a serem trabalhadas numa constelação, fazem com que cada intervenção também seja única, embora possa tocar intimamente o coração de várias pessoas, além daquela que colocou o tema.
Vimos nesta formação da escola real, a necessidade de se deixar levar pelo campo, pela verdadeira intenção de amor, mas também a importância da métrica e da forma, utilizadas para validar a tarefa de servir e de cuidar, que caracteriza a essência de uma constelação orientada pelo saber sistêmico.
E as ordens da ajuda, nos ajudam nesse sentido.
Antes de qualquer coisa, é necessário entender que, como terapeutas, não teremos o poder de mudar as circunstâncias, ou de atuar sobre comportamentos de quem a pessoa que procura a constelação tem alguma crítica.
A mudança das circunstâncias e até mesmo do comportamento de outras pessoas, embora não seja o foco, o objetivo da intervenção, até podem acontecer, mas sempre derivando da mudança de postura do constelado.
A condução da intervenção se dá unicamente visando ajudar o cliente a mudar sua própria postura num dado contexto.
É preciso também, sem julgamentos e com empatia, apenas para aquilo que tem lugar no coração do terapeuta , tomar a realidade como ela é, e considerar o sofrimento de acordo com o todo, de forma sistêmica, não apenas no que envolve as situações aparentes trazidas pelo cliente, mas também nas entrelinhas.
Apenas com essa visão ampliada e cuidadosa é possível chegar na verdadeira causa do sofrimento relativo ao tema colocado.
Encontrada a causa, a ajuda se completa quando numa relação entre adultos amadurecidos e responsáveis, orientada por respeito e afeto, tem-se a tomada de consciência por parte do cliente, o entender profundo e capaz de mudar sua vibração e seu mapa mental.
Capaz de levar à mudança autêntica do comportamento e do pensar.
Para tanto, o terapeuta deve fazer uso de palavras, de frases que sirvam como pontes entre o estado atual e o estado desejado, possibilitando alcançá-lo no menor tempo e com menos sofrimento possíveis.
Além das questões técnicas e operacionais dos atendimentos propriamente, que precisam ser pensadas com todo cuidado e carinho, e que compreendem um importante ferramental para favorecer o processo de uma constelação, também a gramática das constelações, é um instrumento valioso, e precisa ser levada em conta.
Comportamentos e dinâmicas envolvidas desde o agendamento da intervenção, auxiliam o terapeuta na tarefa de ajudar seu cliente, muito mais que na resolução de um tema, mas ao longo de toda sua emocionante jornada pela busca de saúde, da real prosperidade e da felicidade que não depende das circunstâncias.
Outro aspecto muito importante a ser considerado para que uma constelação sistêmica tenha de fato resultados positivos, é que a constelação deve ser um estilo de vida, vivenciada por aquele sobre o qual esta intervenção atua e principalmente pelo terapeuta que à conduz.
Enfim, a formação em constelação da escola real do saber sistêmico mostra que ajudar o outro é um desafio motivador e que deve iniciar pela cura do próprio terapeuta.
Gratidão professora Olinda!