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A desconstrução da ideia do humano

A desconstrução da ideia do humano
Simone Belkis
jun. 22 - 4 min de leitura
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São várias as disciplinas da ciência que estudam e são capazes de dar referências importantes sobre o que é ser humano. Eu não sou estudiosa de nenhuma dessas ciências autorizadas. Meu modesto conhecimento vem de outras linhas e da minha própria observação do mundo. E tenho um questionamento de anos para o qual ainda não encontrei resposta certa.

Eu cresci ouvindo e acreditando que devemos amar nosso próximo, que respeito é bom e todos gostamos, que é preciso compreensão e paciência. Não posso dizer que tenha recebido muito disso como experiência durante a minha vida, mas vá lá, eu acredito que assim deveria mesmo ser.

Minha dúvida é: - Como lidar com o material humano que não assimilou esses ensinamentos, que na vida prática passa por cima das necessidades alheias, quando não até das próprias? Tudo bem que perfeitos não somos, mas será que a imperfeição justifica tanta falta de aprimoramento?

Dias atrás, assisti um vídeo que colocava a Era de Peixes como a era do amor que tinha jogado a ira para debaixo do tapete. E é verdade, sentir raiva é "pecado" para muita gente até hoje. Porém, o que parece é que muita gente resolveu botar seu pecado para fora e anda agredindo até os desavisados que passam por perto por "coincidência".

Seria essa a desconstrução da teoria do humano? Será que é realmente mais difícil mudar a si mesmo do que suportar os baques da vida, quando não nos conhecemos o suficiente para entender que precisamos melhorar a nós mesmos? De onde, afinal, saiu tanto ódio, tanta discriminação, tanto medo do diferente?

Já compreendemos que o oposto do amor é o medo, e não o ódio como se diz por aí. O ódio é subproduto do medo daquilo que nos é desconhecido, diferente. Isso é  o que se diz, mas o que o diferente pode ter de tão assustador, se não existem dois seres iguais na face dessa Terra, ainda que sejam gêmeos? Por que o ser humano insiste em aprender pela dor?

Fico pensando até que ponto, pessoas que buscam sua própria cura, querem melhorar e dedicam seu tempo a ajudar outras a fazer o mesmo, devem manter seu nível de compaixão e respeito ao próximo sem correr o risco de levar uma marretada ou ser discriminadas, ou coisa pior? Que obrigação teremos de entregar a paz àqueles que só nos trazem guerra?

Por exemplo, uma pequena, mas não insignificante, parte dos mortos do Covid-19 são profissionais da área da saúde. Até que ponto, vale esse sacrifício por uma população que não respeita os procedimentos básicos para manter-se viva?

Não estou falando em abandonar ninguém, mas tratando de tentar entender até que ponto é justo e possível, diante da figura humana que se apresenta, fazer o bem sem olhar a quem? Insisto, a ideia não é abandonar, mas sim questionar como proteger aqueles que se dedicam a buscar manter-nos a todos dentro da integridade de ser humano.

Talvez a resposta esteja em desconstruir a ideia do que é ser humano. Que a racionalidade afinal não seja o maior mérito do Homo Sapiens, que a evolução não esteja tão adiantada como gostaríamos de crer e que, por fim, o homem não é um ser tão gregário quanto possa parecer. 

A condenação da individualidade, o olhar o povo como massa também tem sido uma forma de segurar o rebanho, pois sem identidade não existe questionamento, não existe essência e sem isso não existe humano. Afinal, que espécie de ser somos? 

Acredito que alguns que possam vir a ler esse texto, considerem um pouco pesado repensar a condição de humano. Mas, Deus do céu, onde ficou pelo caminho o arquétipo de humanidade? Pois que o espiritual, as emoções estabilizadas, o amor por si mesmo são as bases do humano, que por sua vez, deveria ser a base da natureza e o guardião da vida. O que foi feito dessa essência e quem ganhou o que por destruí-la?

 


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