Observe uma criança da primeira palavra à frases bem construídas.
Aposto que só de pensar nas cenas que já presenciou de crianças aprendendo a falar, você sorriu. Elas trocam as letras, usam palavras com significado errado, inventam algumas, usam outras fofinhas para as palavras muito ´sérias’... a gramática que constrói o discurso, mas impossibilita o diploma!
Não importa, nós gostamos de vê-las tentar. Encorajamos a prática, repetimos animadamente o correto quando erram, chamamos elas ao centro da aldeia num incansável "sawubona/shikoba. Tratamos as crianças no caminho do aprendizado, com benevolência, compaixão e empatia.
Mas basta crescer para que este tratamento vá mudando gradativamente, até desaparecer completamente. Muitas vezes acreditamos que crescer impõe que se tenha a certeza absoluta e imediata sobre qualquer coisa que se está aprendendo. Por que nos comportamos de maneira tão diferente frente ao processo de aprendizagem do adulto e da criança? Obviamente, existem diferenças, mas estou chamando atenção para o ponto convergente no processo de aprendizagem: ele acontece por camadas! É assim para as crianças e para os adultos.
Crescer se torna insuportável quando se exige o último degrau sem se ter posto o pé no primeiro.
Todas as pessoas estão fazendo o melhor que sabem e podem.
Sílvia Costa