A cerca de 20 anos atrás eu conheci uma criança na fase do "Por que?" Mas ela não era uma criança comum, ela era intensa em suas perguntas, ela me exigia respostas que eu muitas vezes não tinha. Ela me marcou de certa forma.
Aquela criança me tonteou com seu arsenal de perguntas e como se já não bastasse toda aquela curiosidade a cada resposta minha, vinha um: "Por que?" Eu com apenas 19 anos sabia da vida tanto quanto ela, acredito que eu não tenha sido esclarecedora na vida dela, nem acrescentado nada ao seu conhecimento como ela marcou e acrescentou tanto a minha vida, que aos 30 anos tardiamente entrei na fase do "Por que?"
Por que não consigo o emprego dos meus sonhos?
Por que não me casei ainda?
Por que não me tornei quem eu queria ser?
Por que não tenho prazer no que faço?
Por que?
Diferente da criança que ao entrar nessa fase tem sede de aprender, nós ao entrarmos tardiamente nessa fase temos sede de entender, e o perigo para nossa saúde tá a qual se ter todas as doenças que se deve ter na fase infantil e adquirirmos quando adulto. Eu costumo dizer que a criança escolhe uma vítima para ir em sua direção, disparar o gatilho do "por que?" Os adultos apontam para si e disparam a queima roupa a perigosa arma do "Por que?" O resultado é devastador... frustração, raiva, vitimismo, depressão, tristeza e muita, muita dor.
Precisamos identificar que isso é só uma fase, e que precisa ser interrompida o quanto antes, praticando a aceitação. Quando aceitamos nossas escolhas erradas, quando entendemos que não chegamos ao resultado almejado porque simplesmente escolhemos um outro caminho.
Ao despertar para essa consciência conseguimos parar, respirar e voltar ao ponto de partida e finalmente tomar aquela outra decisão, encontrar alegria em novas expectativas, saindo assim da fase tardia do" Por que?"
Um forte abraço fraterno a todos!!!