"Durante a viagem no navio a menina ficou com febre, uma febre cada vez mais alta, eu ficava com ela dia e noite, não sabia o que fazer. Uma noite a ouvi gemer, estava suando frio, tremendo; tentei aquecê-la e segurá-la perto de mim, mas de repente ela parou de tremer. Estava morta. Morta. Talvez porque não havia nenhum médico por perto; não sei. Talvez ela tivesse contraído uma febre mortal".
"Arrancaram ela dos meus braços, a enfaixaram bem apertado da cabeça aos pés e amarraram uma grande pedra ao seu pescoço; durante a noite, às duas horas da madrugada, com aquelas ondas tão negras, baixaram-na no mar. Eu gritava, gritava, não queria me afastar dela, queria me afogar com minha filhinha; alguns braços me seguraram, homens eu creio. Eu não queria que minha filhinha tão pequenininha acabasse naquele mar tão frio, tão escuro, certamente devorada pelos peixes. Eu queria ser enterrada com ela, protegê-la de alguma forma, defendê-la, para que não a devorassem. Eu não queria deixá-la sozinha, pobre criança, mas eles me seguraram enquanto a jogavam ao mar. Aquele baque na água, nunca mais consegui esquecer".
Na constelação sistêmica tudo que está oculto, ao trazer para a consciência pode ser curado; é como a água do rio da represada, precisa de tempo para a água voltar ao curso dela e chegar ao mar.
Diante do depoimento acima essa experiência poderá reverberar nos sucessores sintomas e doenças relativas as essas memórias trangeracionas, diante dos acontecimentos traumáticos e em famílias de origens do cliente.
Há sempre através do sintoma uma mensagem, uma memória sistêmica que pede por mudança. O sintoma é uma ligação dentro de tudo aquilo que está dentro de nós a ser transformado através da nossa transgeracionalidade. Fatos traumáticos muitas vezes dentro do sistema familiar, provoca uma perda do vinculo com a família ou uma insegurança com relação a esse vinculo. Também possa iniciar com isso um emaranhamento na ordem do sistema, já que a criança fica no lugar de resolver questões para seus pais, gera desequilíbrio no receber e a conexão profunda da necessidade de inclusão.
Enfim, permita-me colocar diante desse sentimento uma dor profunda de exclusão, onde me identifico na dor dessa mãe e da criança ao ser arrancada dos braços dela o corpo físico e a alma sendo jogadas ao mar.
Eu sou Maria Vitória Sammartino Pozzebon, tenho 12 anos, sou filha de Maria Lúcia Aparecida Sammartino Pozzebon, e com muita honra ter sido convidada para postar na comunidade do Saber Sistêmico e também participar das aulas junto de minha mãe na Formação Real.
Desde pequena sempre senti que posso ajudar as pessoas em seus sofrimentos humanos, admirando o trabalho de minha mãe em psicologia e querer ser sua sucessora profissional e privilégio de conhecer constelação sistêmica antes de minha formação.
Gratidão eterna Mestra Olinda🌸🌺