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A história de relacionamento dos meus pais

A história de relacionamento dos meus pais
Flavia dos Santos
set. 10 - 5 min de leitura
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Me identifico muito com músicas e sempre que escrevo aqui gosto de escolher uma trilha sonora e no momento escuto Pais e Filho de Renato Russo.

Difícil escrever sobre a história dos meus pais mesmo eles estando vivos e presentes em minha vida. Meu pai completa 57 anos amanhã dia 08\09, nasceu em 1963 e minha mãe tem 55 anos, nasceu dia 07\06\1965.

Se conheceram bem jovens, pois eram vizinhos aqui em Joinville SC. Minha mãe perdeu o pai cedo com 11 anos de idade e minha avó materna viveu mais do que todos os meus avós, ela ajudava minha mãe a cuidar de mim, principalmente, e do meu irmão já que pai era bastante ausente provendo sempre nas questões financeiras e muito pouco nas questões emocionais. Meus avós paternos morreram quando meu pai já estava casado com minha mãe e tinha pouco mais de 1 ano de idade, não os conheci.

O relacionamento dos dois começou quando eram jovens e saiam com o mesmo grupo de amigos, costumavam ir em uma cachoeira aqui da cidade beber e escutar músicas, existem fotos dessa época que já vi algumas vezes. 

Meu pai namorava minha tia Maria Luiza, irmã mais velha da minha mãe, porém na verdade sempre gostou da minha mãe e ela por sua vez era muito namoradeira, era uma jovem muito bonita, até que ele e minha tia terminaram esse relacionamento e ele conseguiu ficar com minha mãe, que nunca foi muito interessada por ele. 

Começaram a se envolver, mas pai sempre foi muito briguento e não se dava muito bem com os irmãos da minha mãe, um dia eles brigaram e meu pai tirou minha mãe de casa e eles foram morar juntos, minha mãe com 18 anos e meu pai com 20 anos. Minha mãe sempre teve muitas crises de bronquite e asma (tenho muitas memórias de infância dela passando mal, tendo crises), e ela não tinha plano de saúde, porém precisava muito e meu pai tinha por conta do trabalho, então eles decidiram se  casar para que ela tivesse direito ao plano de saúde dele, três anos depois de irem morar juntos, minha mãe com 21 anos e ele com 23 anos, em setembro de 1986. 

Em outubro de 1989, eu nasci, sendo a primeira filha e também até onde sei a primeira gestação dela. O relacionamento dos dois sempre foi bastante disfuncional, brigas, traições, machismo, possessividade, com bastante alienação parental. Tenho uma memória muito viva da minha infância, eles brigando, se batendo e minha mãe jogando as roupas dele para fora de casa, bem coisa de novela mas muito real, infelizmente.

Em 1991 nasceu meu irmão, ele não foi planejado, assim como eu também não. Crescemos ouvindo a famosa frase de que ela só continuava com ele por conta de nós dois e que quando saíssemos de casa e fôssemos independentes ela iria se separar. Hoje nenhum de nós dois moramos com eles e nada mudou, já estão casados há 34 anos.

Eu tenho 30 anos, solteira, sem filhos, já tive muitos relacionamentos, porém nunca cheguei a casar porque eu mesmo sempre termino com meus parceiros. O último relacionamento durou 5 anos, nos conhecemos com a mesma idade que meus pais se casaram. Hoje eu percebo que nesse meu relacionamento, a segunda ordem das constelações foi violada, o dar e o receber, ele dava amor demais e eu não conseguia corresponder, então acabei fugindo do casamento, que parecia estar cada vez mais próximo de acontecer. Faz dois anos que estou solteira e nunca mais namorei com ninguém.

Então hoje eu me dou conta das causas de eu ter sido uma criança doente, vivia em hospitais, tinha muitos sintomas, mas nunca os médicos acharam uma causa e percebo que eu como criança trabalhava pelo amor e união deles. Hoje me dou conta de onde vem minha carência emocional. Hoje me dou conta do padrão disfuncional de relacionamento conjugal que existe em meu sistema. Hoje me dou conta dos padrões que inconscientemente eu repito me afastando cada vez mais do sonho de casar e ter filhos. 

Hoje me dou conta que como diz a “canção cada um carrega o dom de ser capaz de ser feliz”, porém é preciso se colocar no centro e entender o que cabe à mim e à eles, e tomar minha vida e ser realmente feliz.

Gratidão.


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