Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

"A jornada de um Terapeuta Sistêmico" ou "o que define um Constelador?"

"A jornada de um Terapeuta Sistêmico" ou "o que define um Constelador?"
Susy Guedes
nov. 29 - 11 min de leitura
0330

 

Volta-e-meia recebo perguntas de conteúdos semelhantes:

- Quero ser terapeuta. Se eu fizer esse curso com a Olinda, receberei um certificado de Constelador? 

- Já fiz os módulos online. Agora, posso aproveitar os "créditos" do curso online e integralizar em menos tempo o curso presencial?

"Toda jornada começa pelo primeiro passo".

Todavia, se o caminhante não prosseguir com outros tantos e incontáveis passos, a jornada deixa de ser, termina.

Se alguém quer aprender a ler e a escrever, precisa ser "alfabetizado", isto é, precisa aprender a interpretar e a reproduzir os sinais gráficos da língua materna, ou, se quer aprender outra língua, além dos sinais gráficos, precisa também aprender a expressão vocal dessa nova língua... E dá-lhe tempo para que se dedique e adquira excelência como alguém que lê, escreve, fala, traduz e interpreta. 

Então, para ser um terapeuta constelador, que aplica a metodologia das constelações sistêmicas, desenvolvida por Bert Hellinger, necessário é iniciar aprendendo o básico, tão assustadoramente simples que até uma criança de sete anos é capaz de assimilar.  

Assim como uma criança de sete anos aprende a ler e a escrever, sabe-se que demandará de mais e mais estudos para aprimorar sua capacidade de interpretar e desenvolver ideias, para ampliar seu repertório e poder se expressar e se fazer entender por diversos meios e, especialmente, pela oralidade e pela escrita, sendo capaz de desenvolver uma ideia, de ponderar e considerar outras ideias, de dialogar, conversar, de defender uma posição, de analisar, comparar, sintetizar e assim por diante.

Do mesmo modo sucede em todas as carreiras, em todas as áreas da atividade humana. É o empenho e o esmero no exercício da função que faz a diferença nos resultados, que transforma um aprendiz em mestre e este, humilde, não abandona a base que lhe sustenta, pois sabe que se deixar de ser aprendiz, a maestria irá minguando, definhando...  Tal brilhantismo se verifica pela dedicação - como disse alguém:

"10% de inspiração e 90% de transpiração!"

A certa altura da vida, lá pelas tantas e tantas, o mestre nem se lembra mais onde ficou seu certificado - sim, ele sabe onde está e da sua importância enquanto documento para as burocracias que os humanos inventam... Porém tal relevância não se aplica face a toda experiência adquirida na prática das teorias aprendidas, ampliadas pelo seu pensar, seu fazer, seu agir e interagir. 

Não é um certificado que habilita alguém à prática da metodologia; não é porque está com o certificado na mão que pode dizer "sou um constelador". Quem entregou o certificado a Bert Hellinger? Quem foi seu mestre? Onde ele estudou?

Certamente Hellinger teve muitos mestres e estudou em muitas escolas - penso que a maioria delas sem endereço, posto que ocultas nos livros, ou presentes nos espaços de aprendizagem estruturados a partir de sua própria lide, atendendo pessoas, as quais em boa medida, foram também seus mestres, junto àqueles com quem ele se assentou, humilde, para aprender os saberes que traziam...

Ele, Bert Hellinger,  "certificou" a si mesmo, isto é, conquistou sua credibilidade como autor do método, pelas pesquisas que fez, pelos longos anos de estudo em tantas fontes de abordagens terapêuticas e sua incessante prática atendendo pessoas.

Se Bert Hellinger apenas tivesse estudado nos livros e nos cursos que frequentou, se tivesse apenas ficado "aos pés dos mestres", com quem assentou para aprender, mas nunca tivesse se envolvido na prática vivencial, na aplicação da teoria, jamais teria desenvolvido o seu método.

Foi por meio das vivências, do experienciar os fenômenos sistêmicos e do aplicar o que aprendera com seus mestres, que Hellinger conseguiu desenvolver esse método terapêutico tão precioso, que a tantos, incontáveis milhares, tem ajudado a encontrar soluções para problemas, por vezes, tão complexos.

Bert Hellinger chamou seu método de constelações familiares porque suas pesquisas, seu trabalho terapêutico teve um foco maior no indivíduo e seu sistema familiar. Porém, no decorrer dos anos, agregando saberes, também com a contribuição de seus alunos, que se tornaram pesquisadores também, a metodologia de constelação passou a ser aplicada às organizações e assim, o nome constelações sistêmicas se torna mais abrangente, envolvendo quaisquer sistemas em suas diversas expressões - família, empresa, carreira, saúde etc e tudo... 

Olinda Guedes vem estudando sobre isso desde muito jovem, desde mesmo antes de saber que esses estudos se encontram na categoria do que se chama hoje de "saberes sistêmicos", "terapia sistêmica" e assim por diante. Conheceu as constelações sistêmicas há um bocado de tempo - praticamente desde que o trabalho de Bert Hellinger começou a se expandir e a ser conhecido no mundo. 

Nos seus atendimentos, desde o início de sua prática, Olinda sempre foi uma estudoterapeuta - dentre os exercícios e tarefas dados aos seus clientes, sempre indica leituras, muitas leituras. Filmes também. Música e outras artes. Olinda sempre diz que o anjo das artes traz cura em suas asas.

Quando estruturou seu primeiro consultório - até hoje ali no centro de Curitiba - Olinda providenciou uma prateleira cheia de livros. Inúmeras as idas e vindas de tantos títulos ali, nos empréstimos feitos pelos seus clientes. 

Quem diria que a leitura tem o poder de curar doenças? Pois sim!

A cura é como um barquinho que vem pelas águas do conhecimento. Onde esse rio passa, a seca da ignorância desaparece e a vida floresce em toda sua exuberância. 

Olinda começou estudando aos seis, quase sete anos, na cartilha "Vila Sésamo" - não foi a cartilha "Caminho Suave"! E seu caminho de alfabetização não se mostrou suave naquela sua primeira experiência escolar. Uns dois meses depois do início das aulas, Olinda cismou de chorar para não ir à escola, queixando que a cabeça doía...

Mamãe, sábia como ninguém, foi conversar e descobriu que a professora "tocava o terror" na sala de aula, punindo os alunos que erravam, quando os chamava à frente, para resolver algo na lousa. Imagina! No mesmo instante Mamãe a autorizou a ficar em casa:

- Não se preocupe, minha filha. Aprender a ler e escrever é simples e fácil. Eu e Susy vamos ensinar você! 

Comunicou ao Papai que, ato contínuo, naquela mesma tarde, foi até a escola e avisou a professora que sua filha retornaria somente quando estivesse sabendo ler e escrever - nós estávamos ensinando-a em casa.

- E quando minha filha retornar a essa escola, professora, trate-a com dignidade e respeito, para que tenha condição de prosseguir aprendendo. 

E assim foi. Em pouco mais de 30 dias, Mamãe e eu alfabetizamos Olinda, que lia tudo, escrevia tudo, com a letrinha mais bonita de linda. Aprendeu em casa, com alegria, na divertida cartilha da Vila Sésamo - o quanto a gente ria a cada vez que lia a frase: "Garibaldo gosta de sorvete com quiabo." - que combinação mais estranha, não é mesmo? E também nos divertíamos muito quando o mano Alonso, com dois anos, ainda aprendendo a falar, vinha pedir pra ler na catila do Gabado (cartilha do Garibaldo). 

Nessa época, não havia energia elétrica na roça. Não tínhamos TV - só rádio. Então, nem suspeitávamos de onde viera a inspiração para Silvia Cavalli, a autora da cartilha. A gente foi saber o que era Vila Sésamo bastante tempo depois, somente quando começamos a estudar na cidade, no ginásio.

Olinda, desde então, nunca mais parou, estuda e estuda até hoje. Agora, está com "sete pequenos mestres" em casa - seus sete filhos estão lhe proporcionando aprendizagens incríveis, surpreendentes, desafiantes, tornando ainda mais consistente, profundo e vasto, seu campo de saberes, ainda mais caudalosas as águas do seu rio de conhecimentos. Saberes de experiências feitos.  

Quando alguém quer se tornar terapeuta constelador, precisa entender que iniciou uma jornada sem fim.

Por quê? Porque os saberes sistêmicos são gerados de modo fenomenológico, isto é, pelos fenômenos, pela expressão dos sistemas que se organizam, cada um, de modo próprio. Então, estudar e aprender sobre os padrões pelos quais os sistemas se organizam é um processo contínuo, porque esses padrões se combinam e recombinam, nas infinitas histórias de cada elemento dentro do seu sistema.

Estudar constelações é lidar no campo da fenomenologia. Portanto, exige do constelador a pesquisa permanente, o estado de atenção e presença, o constelar a si mesmo para resolver as próprias questões, bem como fazer sua própria terapia e ter também o seu terapeuta. 

Deste modo, o que devo considerar, o que devo, de fato procurar saber, qual será a pergunta certa que devo fazer, para me inscrever em um curso de Constelações Sistêmicas, seja presencial ou EaD? 

Devo considerar: o que irei aprender ali? Que saberes irei agregar? Que diferença isso fará em minha prática? O que dizem aqueles que já fizeram o curso?

E aqui vou contar um segredo: é a maestria do professor, do mestre, que fará a diferença no meu aprendizado, nos saberes que vou acrescentar à minha bagagem de Constelador naquele determinado curso. 

Cada mestre que ensina Constelações é único e cada aula que ministra, mesmo que seja do mesmo tema, é única.

Porque, repito, é um conhecimento fenomenológico. E depois, simplesmente porque o Criador não produziu clones - até mesmo aqueles que parecem tão semelhantes, olhando de perto, têm tantas diferenças entre si quanto as estrelas no céu. 

Não seja leitor de um livro só, seja seletivo em sua leitura - tem muita bobagem escrita por aí - porém jamais considere um livro pela capa.

Aprenda com os mestres - para isso você também precisa ser seletivo, porque os mestres não deixam de ser humanos e, por vezes, dizem bobagens. Ainda assim, assente-se humilde e com toda dedicação e zelo, com a capacidade de discernimento que o Eterno concede a cada um, construa sua maestria, sua singularidade, seu caminho de terapeuta, de constelador sistêmico.

É justo e correto, a cada curso feito, o direito ao certificado que lhe corresponda. Contudo, não queira simplesmente "juntar créditos" para obter diploma de constelador. Tenha sempre presente isso: em qualquer área, não é o certificado que define o profissional. 

-----------------------------------

-----------------------------------

SUSY GUEDES - simples, feliz, busco viver com serenidade e equilíbrio, nem sempre consigo, mas na maioria das vezes, sim. Gosto de trabalhar de madrugada e dormir de manhã. Amo JESUS CRISTO: Ele é meu único SENHOR e Salvador - para mim, o Livro que fala sobre Ele, é o melhor e mais completo de todos - uma biblioteca de 66 volumes, a qual quanto mais estudo, mais desejo estudar e aprender. Aprecio ler, escrever, prosear, cantar, trabalhar, produzir... Dizem que trabalho é castigo - discordo totalmente: para mim, é um privilégio participar da obra do Criador - o Filho, quando esteve entre nós, declarou: "Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também." - João 5:17. Propósito de Vida: SERVIR e abençoar.


Denunciar publicação
    0330

    Indicados para você


    Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica

    Verifique as políticas de Privacidade e Termos de uso

    A Squid é uma empresa LWSA.
    Todos os direitos reservados.