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A LINDA HISTÓRIA QUE ME PERMITE CONECTAR COM O AMOR

A LINDA HISTÓRIA QUE ME PERMITE CONECTAR COM O AMOR
Everton José de Souza Menezes
dez. 9 - 6 min de leitura
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Uma história de amor, uma história real, conjugada de vários cenários e um enredo maravilhoso.

Meus pais ficaram casados aproximadamente 35 anos, até o falecimento do meu pai em 2013. Se conheceram no trabalho que era comum entre eles. Disseram que ao se conhecerem antes mesmo de decidirem se unirem meu pai tinha namorado a minha tia (irmã da minha mãe).

Como esse namoro não fluiu, aqueles jovens decidiram se aproximarem e construir uma linda história.

História essa que inicialmente com limitações de bens materiais, porém com desejo de estabelecerem algo maior, um afeto, cumplicidade, reciprocidade e amor para a vida e juntos superarem todos os desafios. Deste casamento nasceram 02 filhos, diante dos inúmeros desafios compreendo que todos, ou praticamente todos foram superados.

Meu pai apresentava implicitamente um amor autêntico, um amor de graça pela minha mãe. Ele dizia ao mais íntimos, mesmo sendo poucos ou quase raro esses amigos, o quanto ele amava minha mãe. Era percebido por todos o quanto esse carinho mesmo que silencioso era real, caracterizava-se com um movimento vindo do coração.

Várias vezes percebia desencontro entre eles, atitudes aparentemente “duras, grosseiras, explosivas”. Meu pai guardava muitas situações de descontentamento no seu coração, algo como “engolia” muitas decepções, mas mesmo assim até o fim da vida terrena eu senti que o amor venceu entre tudo que foi vivido até seu último suspiro.

Não tenho dúvida do sentimento de minha mãe pelo meu pai, porém cresci observando o quanto esses amores são demonstrados de modo ora tão distintos.

Ela era mais “fria” com ele, hoje sei que era como ela conseguia, porém fiquei em dúvida por longos anos se era um amor condicional, pelo fato dele ter conseguido junto a ela construir uma vida próspera, se todo sentimento demonstrado e vivido seria da mesma forma e configuração se os bens não tivessem sido conquistados.

Vi poucas vezes demonstrações claras de carinho, ressoava algo tão automático, mais papai e mamãe do que marido e mulher.

Hoje na ausência dele ela queixa com frequência o quanto ele faz falta. É estranho e complexo ao mesmo tempo, pois antes mesmo da sua partida havia contínuas queixas sobre seu comportamento, sobre o cansaço daquela relação, da distância há anos da intimidade, da sexualidade, da conexão homem e mulher.

Hoje consigo compreender todas essas nuances muito diferentes do que antes, a um entendimento de coração.

O fato de terem vivenciados histórias semelhantes no sentido de perdas de pai e mãe quando crianças, penso que pode ter sido influenciador em suas respectivas histórias de amor e de carências, onde cada um canalizou para um caminho.

Meu pai perdendo a mãe desde criança, relatando que teve poucas oportunidades de verem exemplos de casais (meus avós) ao longo de sua infância. Relatava que meu avô era alcoólatra e tinha vício no jogo. Meu pai sempre dizia que precisou crescer rapidamente, vivendo inúmeras aventuras sem muitas referências ou orientações paternas.

Poucas histórias eu soube de sua vida amorosa e o que sei é que era muito paquerador e teve uma juventude onde aproveitou muito dentro dos recursos que o tinha.

A história de minha mãe no que se refere a história de amor também não tenho muitos detalhes e o que sei é que teve poucos namorados antes de conhecer o meu pai. Ela diz ter ficado noiva porém terminou a relação (não sei o motivo). O fato de meu avô ter falecido e ela ser muito nova, minha avó era muito cuidadosa com os filhos, protegia-os o máximo possível para manter a honra e os valores da família.

Sempre havia a presença de meu tio ou da própria mãe em suas possíveis saídas para o lazer e os encontros que não eram frequentes devido a condição de pobreza da família.

Diante dessas histórias e de inúmeras outras possíveis registradas na memória emocional me dou conta que minha vida, minha história se cruza com alguns aspectos do enredo vivido entre meus pais.

Há um sentimento de carinho, amor, reciprocidade, porém ele não se manifesta publicamente, ele é silencioso. Ele é prático, ele é presente nas ações, nas funções. Assim como aprendido neste módulo, compreendo que identifico estar evoluindo para uma fase adulta afetivamente.

Não dependo da minha parceira/esposa, já sinto muito feliz, porém ao seu lado posso ser ainda mais feliz. Não consigo pensar em uma relação ideal, afinal ela não existe é apenas uma projeção de minha mente.

O que busco continuamente construir é uma vida onde tenho a certeza que posso servir a quem amo, não pelo fato de esperar algo em troca, mais sim o encontro do equilíbrio em todas as áreas, seja ela afetiva, financeira e íntima, sexual.

Meu coração está cheio de gratidão pelo aprendizado neste módulo, foi incrível, pude ter vários insights para auxiliar-me em minha evolução na vida e no meu coração para todas as minhas relações de amor.

Grato ao amor dos meus pais da forma como aconteceu, concordando com tudo que desenvolveram com os recursos que receberam.

Grato a minha esposa que me acompanha nesta jornada e ao seu amor, cheio de limitações mais autêntico.

Grato ao amor de minhas filhas e a tudo que elas já proporcionaram para que eu pudesse olhar o amor além do que ele é aparente.

Olhar a sua essência, seu poder, sua força curativa e transformadora.

GRATIDÃO AO AMOR DE GRAÇA DOS MEUS PAIS!

06 DEZEMBRO DE 2020

Everton J. S.M

 


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