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A MORTE

A MORTE
OLINDA GUEDES
out. 27 - 9 min de leitura
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Autoria: Olinda Guedes

Na abordagem sistêmica, percebe-se a vida de maneira como um espaço de transcendência e não só como um espaço de emoção e de comportamento.

Lidamos com a morte como uma situação natural da existência humana,  com muita serenidade e com bastante humildade, sabendo que não cabe a nós decidirmos o dia e a hora. Alguns vão tão cedo, infelizmente; outros conseguem viver muitos anos sobre a Terra, talvez porque cuidaram bem das suas vidas, de sua saúde, das suas emoções, tomaram bastante água, não prejudicaram sua saúde com o fumo, álcool, substâncias tóxicas ou muita ingestão de açúcares, proteína animal, carboidratos, pois sabemos que o corpo físico é matéria e precisa ser cuidado.

Sabemos também que a morte é apenas a desmaterialização do corpo, porque permanecemos na memória de nossos entes queridos,  permanecemos na memória da comunidade e das pessoas com as quais convivemos. Alguém pode se eternizar como uma pessoa amorosa, como uma pessoa que praticou tantas virtudes porque tornou a sua existência como um legado, fez de sua vida realmente uma obra do bem, como um tempo de contribuição e de honrar a vida,  a esse sopro de vida que nos foi dado num corpo físico. Contudo, uma pessoa também pode ficar eternizada pelas suas atitudes prejudiciais, p.ex., um perpetrador fica eternizado na memória das vítimas. Sabemos que pelo bem ou pelo mal as pessoas continuam existindo na memória das famílias e da comunidade.

Portanto, a morte faz parte da experiência da existência como um todo. O nascer, o viver e o morrer são etapas da existência. Do ponto de vista da psicologia existencial e fenomenológica – através da visão sistêmica, que deixar o corpo físico é apenas uma das etapas da existência. Sabemos que quando uma pessoa deixa o seu corpo físico, não significa que aquilo que ela fez, as suas ações, as suas práticas na vida, o que ela fez de bom ou de ruim, deixa de existir; permanece.

É fato também que a morte muitas vezes acontece da maneira trágica, e, sobre a vida, não temos controle. Só sabemos contar o que passou porque o futuro a Deus pertence. Viver é um ato de humildade, de entrega, de reverência! Nos inclinamos diante da vida e agradecemos a cada dia porque ele está sendo concedido para nós; e pedimos, humildemente “vida longa”, longos dias de paz, saúde e bênçãos sobre a Terra. Entretanto, sabemos que muitas vidas são interrompidas precocemente e diante desses destinos  também nos inclinamos, elaboramos o luto, pranteamos. Concordamos porque diante dos desígnios da vida, da existência não temos como controlar quase nada, a não se dizer “Sim” e estar à serviço.

Realmente não há motivo para sofrimento frente à morte. Do ponto de vista sistêmico, nós continuamos a existir “ad infinitum”, e, os entes queridos que deixam o seu corpo físico, eles continuam existindo na nossa memória afetiva, por meio de seus descendentes; e nós os honramos por meio da alegria, da felicidade, por meio de contar histórias que eles tiveram, de lembrar de seus sonhos e até mesmo de dar continuidade.

Por exemplo: se a sua avó gostava de Bolo de Fubá com sementes de erva doce, então, de vez em quando prepare esse bolo e conte as histórias dela para seus filhos, com os detalhes: “Ela punha o avental, um lenço na cabeça...”, e hoje eu vou preparar esse bolo pensando nela e quero contar umas histórias da biza para vocês: “Ela era tão amorosa, alegre...”.  Deste modo, a morte passa a ser experienciada de um modo muito mais positivo e as pessoas passam a ressignificar essa condição porque o corpo físico é matéria, e ele passa, entretanto, o espírito e as nossa ações e até mesmo o núcleo, aquilo que nós somos enquanto memória celular, permanece “ad infinitum”.

É fundamental entender que “a vida é um sopro...”, por mais que dure tantos anos quanto viveu o autor dessa frase (Oscar Niemeyer); uns cento e poucos anos. O que é um século nos milhões de anos da existência desse planeta! Passa tão rápido e ninguém sabe quanto tempo vamos durar...

Portanto, essa consciência de que somos eternos mas que somos também efêmeros, de que é tudo tão passageiro, tão rápido, tão breve, nos coloca humildes, disponíveis e presentes no nosso dia-a-dia; cessa a ansiedade, cessa todo o apego e a gente vive bem e feliz, respeitando as pessoas que nós amamos, que queremos bem, honrando nosso trabalho, nossa profissão, tendo ética, justiça e honestidade, tendo alegria em viver o nosso talento, em tomar os nossos dons, em viver de forma muito plena os dias que nos são concedidos na Terra e, acima de tudo, viver é um ato de humildade.

O entendimento sistêmico nos coloca de forma serena perante a vida porque nós acreditamos, experienciamos a eternidade nesse grande aqui/agora, e sabemos que pertencemos, que tudo se transforma mas que nada se perde. É um princípio da física que é aplicado no pensamento sistêmico, na psicologia sistêmica. Que cada um possa se beneficiar dessas reflexões e permitir que a consciência de que nós somos efêmeros e de que a morte faz parte do existir, da existência, possa nos colocar muito mais disponíveis para viver de forma plena, consciente o nosso momento presente.

Lidamos com serenidade porque experienciamos a transcendência, porque do ponto de vista sistêmico, deixamos de ter um corpo físico, mas não deixamos de existir: permanecemos como memória no coração das pessoas que amamos ou continuamos existindo por meio da nossa descendência, pelo DNA.

Às vezes os mais antigos se encontram e dizem: “Nossa! Fulano é muito parecido com o bisavô dele! Eu que conheci e convivi com ele, vejo que é igual, não só na expressão, na fisionomia, mas também nos seus comportamentos, no seu jeito de falar.” Ou seja, aquele bisavô deixou o corpo físico mas não deixou de existir; permanece em seu bisneto, em fisionomia e comportamento, ou seja, por meio do DNA, essa pequena partícula onde Deus deixou esse segredo maravilhoso: continuamos a existir, com as mesmas características físicas, a nossa matéria continua existindo, passando de geração para geração. Talvez o paraíso seja o DNA.

A eternidade é um fato.

Do ponto de vista espiritual talvez a explicação seja bastante diferente, mas do ponto de vista sistêmico, nós consideramos as informações, p.ex., da biologia, da memória genética, que é possível comprovar, através de um fio de cabelo, da saliva ou de uma gotícula de sangue, se a pessoa é descendente de tal pessoa, toda a sua linhagem étnica. Eu me admiro, não me canso de admirar.

Somos eternos.

Essa consciência nos tranquiliza, temos todas as chances do mundo para viver, para fazer o bem. Temos toda a responsabilidade também, porque aqui se planta, aqui se saboreia.

 

Esse texto faz parte do livro :  A verdade sobre o sofrimento humano - Olinda Guedes, Artêra, 2019.

 

Você pode adquiri-lo junto a nossa equipe pelo whats 41 9 9919 7071.

 

OLINDA GUEDES é mãe. Sua primogênita é Nina Maria. Apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. A Verdade Sobre o Sofrimento Humano é o terceiro livro de sua autoria.

Sempre conversa com todos, inclusive com suas avós Luisa e Maria do Carmo e também sua querida mamãe, vovó Ita.

Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola Real, uma Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.

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Venha fazer parte da “Escola Real Saber Sistêmico – Olinda Guedes”.

Um espaço de encontro e convivência online,* dos seus alunos e/ou participantes dos Grupos Terapêuticos de Constelações Sistêmicas, conduzidos por ela.

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Ao entrar no grupo, apresente-se. Depois vá até o início e procure ler a mensagem de boas-vindas, com informações importantes sobre nosso modo de caminhar juntos

 

 


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