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A nova consciência: Individualidade x coletividade, isso é um mal?

A nova consciência: Individualidade x coletividade, isso é um mal?
Simone Belkis
nov. 5 - 4 min de leitura
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Existe uma luta ferrenha em defesa de teorias sobre o que é o coletivo e o que é o indivíduo.

As filosofias espiritualistas costumam esclarecer que a coletividade não existe, o que realmente há é um imenso grupo de individualidades. A política se pauta no coletivo, que será necessariamente orientado a partir de teorias que contemplam necessidades grupais de tal forma, que acabam investindo no desfavorecimento do individual.

Eu, pessoalmente, entendo que as duas teses se complementam. Uma não existe sem a outra. Obviamente, não podemos viver sozinhos. O ser humano é um ente gregário, precisamos do outro, tanto no sentido material, como no sentido espiritual (e aqui refiro-me à troca que favorece o crescimento enquanto ser intelectual e amoroso). Mas, também precisamos da autoanálise, da expressão de nossa essência e personalidade como meios de desenvolvimento.

Então, qual parece ser o problema?

Do meu ponto de vista, e como sempre friso, estou falando daquilo que eu acredito, o problema está no sistema que criou a dominação e que nada tem a ver com coletivo ou indivíduo. Por meio do domínio, a individualidade é castrada, existe todo um "esquema" de controle "sabiamente" montado para domar a vontade individual em "prol" do coletivo. Afinal, não se pode ter "caciques demais para poucos índios".

Por outro lado, a dominação também frustra a coletividade, trazendo a dependência e o medo de se pronunciar em defesa de seus interesses, como acontece com as minorias. A grande confusão se instala, porque vem de encontro ao interesse de dominação, de um lado,  o desinteresse em ser responsável por si mesmo, do outro.

Ser indivíduo implica em uma responsabilidade de autoconhecimento e autoeducação. Nossa sociedade, de modo geral, já vem de um padrão ideológico que contempla a falta de empatia e interesse pelo que nos é diferente e nos causa medo, e isso recebe o nome de preconceito. A psicologia do ego vem favorecendo o entendimento da individualidade como algo egoísta e, portanto, antiespiritual.

Porém, o verdadeiro problema está no subjetivo de tudo isso. O ser humano, enquanto essência, é um indivíduo. A coletividade só existe quando pessoas se unem para defender seus interesses comuns.

Lembrando que interesses comuns também não são tudo o que existe, pois que a diversidade é algo espetacular, e não serão criados dois seres que comunguem de ideias e necessidades absolutamente iguais. Ao mesmo tempo, que esse fato gera a beleza do diferente, também gera (por parte da ignorância de si mesmo) o preconceito, o medo do desconhecido e suas limitações consequentes.

Foi muito mais fácil para o humano classificar em pequenos quadrados toda a essência que a individualidade contém. A dominação, a verdadeira causa do mal, passou a ser o elemento definidor daquilo que é possível de ser expresso e daquilo que teve ser reprimido em favor, apenas do interesse de uma minoria, que nada tem a ver com a coletividade ou a individualidade reais.

Agimos com uma certa ingenuidade, quando acreditamos que o interesse coletivo pode suprir as necessidade do humano, as fórmulas usadas para atender essa coletividade têm transformado desde a educação até o desenvolvimento espiritual em algo banal e insatisfatório. Decididamente, não se pode servir a dois senhores. A coletividade não pode ser plena quando o indivíduo é privado do desenvolvimento de sua essência. E a individualidade não se completa quando não pode ser expressa no coletivo.

Portanto, ser indivíduo dentro do coletivo não é o mal. Pelo contrário, ser indivíduo no coletivo significa pensar com a própria cabeça, colaborar com seus deveres civis, doar seu talento único e exclusivo e contribuir para o crescimento de outros indivíduos. Mas, isso implica em compromisso, o que infelizmente dará trabalho para aqueles que preferem ser dominados e retirará privilégios daqueles que dominam.


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