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Aceitar ou aprovar: eis a questão

Aceitar ou aprovar: eis a questão
Simone Belkis
out. 5 - 4 min de leitura
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Faz alguma diferença ser aceito ou aprovado? Eu, sinceramente, acredito que sim. E aprendi isso pela minha própria experiência. Desde de muito cedo, lutei com unhas e dentes para ser aceita, mas minha família só lidava com a moeda da aprovação.

Eu explico. Para mim ser aceito é fazer parte, pertencer, porque você tem o direito e o espaço para ser quem é incondicionalmente. E quem não gostaria de sentir-se assim dentro do ambiente mais importante de sua vida, sua casa, entre sua gente?

Ser aprovado requer algumas adaptações e mudanças de padrão que podem inclusive custar sua própria identidade. Você precisará se moldar às necessidades do grupo, deixando de lado as suas próprias.

É claro que sempre serão necessários alguns ajustes dentro de um ambiente, seja ele qual for. Regras simples onde existam respeito e consideração são de bom tamanho. Tudo pode ser arranjado quando se tem boa vontade ou interesse.

Mas, de fato, as regras sociais, as crenças limitantes, as ideias conservadoras e as imposições do mundo ao redor, levam as pessoas a condicionarem de acordo com seus interesses aquilo que pode ser aceito ou aquilo que deve ser aprovado.

O pertencer virá moeda de troca, quando não sabemos lidar com o outro tal qual ele se apresenta. E desde muito cedo, as crianças são empurradas para dentro de padrões que atendem apenas as "necessidades" dos pais ou responsáveis. E daí para o mundo é menos que um pulo.

Ao meu ver, muito do que ocorre hoje em dia tem raiz nessa simples equação, criar regras para transformar o ser humano, que é uma infinidade de possibilidades incríveis, em um mero boneco social. Porque o verdadeiro projeto de criação de um ser não termina numa bela noite de amor.

A aceitação significa o respeito pela essência daquilo que se é. A beleza disso está na formação de uma personalidade inteira, ainda que isso dê muito mais trabalho do que simplesmente moldar como barro uma peça pré-fabricada. Mas, a beleza da aceitação vem exatamente do desafio de deixar ser o que é. A aprovação passa pelo escrutínio que se faz sobre a personalidade, moldando de acordo com as necessidades da sociedade ou da paz e silêncio dentro de casa.

E claro que a coisa toda não se limita às paredes de seu amado lar, mas entra porta adentro das escolas, dos campos de trabalho, dos ambientes sociais, onde não se pode entrar sem a devida máscara da aprovação.

É claro, que como já disse antes, é preciso uma certa adaptação, uma vez que cada essência é única, mas que as regras criadas para isso não passem (já passaram) do limite do aceitável. 

O mundo vem pagando um preço alto demais pela desconstrução da essência em nome do certo X errado. A humanidade já se perdeu em sua mesmice, repetição e falta de originalidade, passando perigosamente pela perda de capacidades vitais, como pensar pela própria cabeça e valorizar a vida.

Ser em essência, além de ser algo divino, é uma necessidade real e básica. Como comentei no início do texto, tive que lutar com unhas e dentes por minha identidade. Eu compreendi que o desejo de pertencer e a necessidade de ser acolhido podem levar ao erro de se adaptar às regras e ficar ou brigar por seus direitos e ser excluído. Fiz uma escolha, fui excluída, mas preservei minha identidade, mesmo tendo que lapidá-la, retirando os rebocos de educação imposta pela sina da aprovação. Não me arrependo. E você?


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