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ALGUÉM QUE AMO ESTÁ COM CÂNCER, E AGORA?

ALGUÉM QUE AMO ESTÁ COM CÂNCER, E AGORA?
MILENA PATRICIA DA SILVA
abr. 6 - 4 min de leitura
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A gente nunca acha que vai acontecer com a gente, nem com alguém que amamos.
Pois é, mas acontece! Aconteceu comigo aos 29 anos.

Aconteceu agora com alguém que eu amo. Dessa vez estou do lado de cá. Do lado de quem recebe a notícia de que alguém que ama está com câncer.

É a primeira vez que acontece comigo, confesso que chorei, fiquei triste, aborrecida.

Ao mesmo tempo, eu hoje, não consigo mais ser a mesma. Pois já passei por um câncer então, dizer frases como: vai ficar tudo bem, depois sua vida volta ao normal, pense positivo, finja que você não tem nada. É impossível para mim.

Cada pessoa que atravessa o tratamento o faz de uma forma. Cada organismo reage à sua forma. Ninguém é igual a ninguém nenhum câncer é igual ao outro mesmo que seja no mesmo lugar. A minha mama é a minha, a mama de outra paciente é dela. A dor de cada um, é única. O intestino de um não é o intestino do outro.

Ao conversar com a pessoa amada, disse, com a voz embargada. Quero que saiba que estou aqui. Saiba que não está sozinha. Mesmo eu estando longe, estou aqui.

Sabe, quando ouvi isso da Déa, foi tão bom. Me trouxe tanto acolhimento, conforto.
Disse também, olha, não estou aqui para te dar N receitas de curas milagrosas para o câncer, nem o que deve ou não fazer. Se quiser essas informações pode me pedir que conheço e fiz muitas coisas paralelas.

Mas esse não é o objetivo da minha mensagem.

Disse também, quero que saiba que estou triste, muito triste com essa notícia. Te amo muito! E tenho uma grande admiração por você! Nessa hora, não aguentei, chorei.

Interrompi a mensagem e continuei. E realmente desejo um bom tratamento a você.

Que seja o melhor possível. Continuei, dizendo que receber a notícia de que tem câncer ninguém espera e quer. Quando acontece, ficamos perdidos, mas saiba que é possível atravessar o deserto. É difícil, tem momentos que pensamos que não vamos dar conta.

Como eu poderia dizer a essa pessoa: vai ficar tudo bem! Logo passa! Depois a vida vai voltar ao normal.

Quando penso no meu tratamento, não foi isso que experimentei. E nem é nisso que acredito. Falar em tempo de vida também não ajuda!

 

Honestamente hoje quando sei do câncer de alguém, medito, reflito, antes de escrever qualquer coisa ou falar qualquer coisa. É claro que chegar com pessimismo não ajuda, mas um tanto de realismo é sempre bom. De qualquer forma, se não for ajudar não atrapalhe. Se não for agregar, não diz nada.

É óbvio que palavras de conforto são sempre bem-vindas. Mas não devemos passar por cima do sofrimento de alguém assim, como se fosse só um câncer!

O doente precisa ter lugar de acolhimento em que pode sentir medo e insegurança.

Sentir medo faz parte da vida. Não podemos reprimir isso. Depois que essa fase passa ele se empodera e consegue tomar a força necessária para encarar o tratamento. Mas no primeiro momento precisamos sentir tudo que tem para sentir. Seja raiva, indignação, tristeza, depressão.

Quando descobrimos uma doença grave passamos pelas cinco fases do luto que são descritas por Elizabeth Kübler Hoss.

Por isso, precisamos deixar que as emoções sejam externalizadas, descobrir um câncer também é se perceber finito e sentir a anunciação e eminência da morte de uma perspectiva muito próxima.

 

As Cinco Fases do Luto - Clínica Accogliere

 

 

 

 


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