Desde pequena acreditei no amor.
Sonhava que encontraria meu príncipe encantado e teríamos seis filhas, tenho a metade, três lindas e abençoadas filhas. Valentina, Alexia e Manuela.
Penso eu que desde cedo existia em mim um sentimento de compaixão, empatia, evitava machucar minhas amiguinhas, e se ficassem bravas, procurava logo saber o que tinha feito e desde cedo cobranças de mim mesma?
Cresci, e não foi tão fácil assim.
Aos 9 anos e meio, meus pais separaram, mas não foi uma separação amigável, aonde todo final de semana, ou alguns dias passaria ao lado de meu papai.
Ele foi embora.
Ele escolheu ir embora.
E mandou eu e mamãe para a família materna, com a esperança que logo ele nos reencontraria.
Neste período tive experiências de dor, pois não sabia que estava acontecendo.
Quando papai me escreveu contando que estava no Japão, foi uma felicidade em poder novamente me comunicar com ele, mas por outro lado mamãe se ressentia, acho eu, pois vivíamos em muitas brigas, mamãe agressiva verbalmente, e eu repetia varias vezes que não tinha nada a ver com a separação dos dois, que a separação era dela enquanto mulher, e de papai enquanto homem.
E que ambos eram meus pais, e que eles se resolvessem enquanto marido e esposa.
Os anos se passaram, e eu nunca tinha entendido o motivo das brigas entre eu e mamãe mesmo após casada, com as minhas filhas, não entendia a reação de mamãe, as falas da mamãe, eu sentia um ódio, uma raiva sem explicação, e cheguei a cogitar que eu não fosse filha dela, tivesse vindo de algum caso extraconjugal de meu papai, e ela fora obrigada a cuidar.
Ai, ai, ai, quantos emaranhamentos, lágrimas, choros, tristezas, mas nunca, nunca deixando de acreditar no amor, no eu te amo, no cuidado, no zelo, na bondade e compaixão.
Com leituras, livros ali, aqui, acolá, formei em psicologia, mas na constelação, percebi a tristeza de mamãe, um dia quando me confidenciou que não sentia amada pela mamãe dela que forte.
Como passa de geração para geração.
Percebi que o foco não era eu, que a agressividade de mamãe para comigo, não era comigo e sim com vovó.
Como oferecer amor, se foi tratada com hostilidade?
Como amar, se nunca amou?
Como dar ao outro o que nunca teve?
Ah minha querida mestra Olinda, são tantas descobertas, são tantos carinhos, são tantas visões, são tantos olhares, hoje com mais amor ainda.
Sei que ainda não cheguei lá, mas eu tenho a absoluta certeza que estou no caminho certo.
No caminho da verdade.
Da verdade comigo mesma.
Estou num processo, processo de transformação, de realizações.
Muito obrigada, obrigada. obrigada, pela oportunidade de conhecê-la, gratidão pelos ensinamentos, conhecimentos, experiências.
Obrigada.
Com amor
Cris