O amor é um palavra bem cheia. Lotada mesmo. E também é grande demais, apesar de pequena.
Imagina que na palavra amor cabem tantas definições, que escreveríamos livros, novelas, artigos, teses e etc, e ainda não explicaríamos tudo. Dentro do recheio da palavra amor a um definição que gosto muito: liberdade.
Liberdade significa amar como quiser. Porque confundimos amor com: tem que ser do meu jeito. E do nosso jeito poucas coisas são, porque a vida é mesmo essa maré fluída de intenções e vontades que se realizam quando o destino diz sim.
Quem leva a vida é o destino. Nós estamos apenas participando.
E assim venho falar desse tópico das constelações que Bert Hellinger chama de amor interrompido, que diz muito da liberdade de amar.
Imagina não poder ir de encontro com o amor em todos os setores da vida, incluindo o auto amor, porque não conseguimos ter um primeiro. O da nossa mamãe.
Sim, algo aconteceu a nossa mãe que não permitiu que ela estivesse disponível para nos amar do nosso jeito. O amor dela estava em outro lugar também. Por isso falei de liberdade.
Nós somos livres para amar quem precisamos amar. O amor nunca te impede de amar. Você nunca deixará de amar se tiver que amar, e assim a nossa mãe sentiu.
Ela não pôde estar disponível porque seu coração estava cheio de amor por algo tão importante para ela quanto você, e atenção dela estava lá. Mesmo que ela te amou do jeito dela e isso ficou como falta para você.
Se coloque no lugar dela. Nós fazemos isso o tempo todo. Quantas vezes estamos ocupados focando em cuidar de algo que não depende da gente, e o que depende fica a mercê do destino. Isso que estamos olhando e cuidando, estamos também amando.
Quando não escolhemos estar conectados a uma dor ou alguém mas assim ficamos, e o resto das nossas coisinhas está sem nosso olhar. Assim também era a nossa mamãe.
Ela precisava cuidar de algo que não estava relacionado a você e isso faz dela apenas uma pessoa comum que amou em liberdade. Pode ser que esse amor estava desajustado quando ela focou em dor, em solidão, em raiva e tristeza. Mas ela fez apenas o que deu conta. E aí está a beleza disso tudo.
Bert diz que Amor interrompido se cura com abraço. Quando a mãe ou o pai não esteve presente mas hoje é possível. Use a liberdade de amar e vá até eles. Fique com eles, abrace, ame, beije, preencha o que não foi possível de amar no hoje. Ainda dá tempo.
Se não é possível fazer isso porque eles não estão presentes fisicamente, respeite o amor deles como foi, a liberdade de amar que tiveram. Diga sim a isso.
O amor não escolhe sua forma, ele apenas segue e flui. Assim como a vida.
Para Bert, o amor interrompido acontece quando nossa mãe ou pai não pode estar presente(mesmo estando fisicamente) nos primeiros meses ou anos da nossa vida, por questões emocionais, físicas ou de necessidades básicas, e nós ficamos com a sensação de um amor que parou de fluir.
O que precisamos entender é que ele continua, nós é que não enxergamos como ele chega até nós.
Lembre-se, esse amor é livre, cheio de liberdade mesmo. E foi para onde era necessário. Assim como chega como é necessário. Basta que possamos nos abrir para receber.
O amor sempre flui. Não do nosso jeito. Mas ao preço da liberdade do destino. E liberdade é compreensão, porque amor é compreensão.