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AO MEU QUERIDO FILHO

AO MEU QUERIDO FILHO
Maria Helena Wantroba
fev. 12 - 4 min de leitura
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Talvez eu jamais soubesse, mas...

Quis a vida, o destino, Deus, que eu buscasse um caminho que me levou até você.

Então, quero dizer-te que desde que essa verdade revelou-se a mim, fiz alguns movimentos no intuito de fazê-lo mais presente em nossas vidas. Confesso filho, que depois de algum tempo permaneci silenciosa em relação a esse fato, porque foi uma surpresa tão grande que precisei de mais um tempo. Mas o mais importante é que, agora eu sei, agora eu o vejo e eu o incluo em meu coração.

Não sabemos as razões do porquê você não veio à vida, mas você experimentou o "viver" por um tempinho, que não sei também precisar, talvez alguns dias, semanas. Essa sua pequena "estada" em meu ventre, foi o suficiente para deixar marcas, memórias, tanto para mim como para sua irmã Giulia.

Porque agora entendo que, inconscientemente eu te sentia e queria te acolher em nosso meio de alguma forma. Sabe filho, tive muita dificuldade em amamentar sua irmã, meus seios racharam e sangravam... talvez fosse meu corpo sinalizando e chorando já pela sua ausência. Depois teve o tapetinho que bordei com tanto amor para sua irmã, pois não sabia da sua existência, mas meu inconsciente já.

Sabe qual desenho bordei filhinho?

De dois ursinhos segurando um balão, um menino e uma menina. Quando essa ficha caiu chorei muito, meu amado Gabriel, pois o tapetinho que fiz para sua irmã, era também para você.  Teve também um quadrinho de barco que bordei como sendo pra Giulia, mas não combinava e nunca consegui pendurar no quarto dela, então ele foi parar na porta daquele quarto extra que tínhamos.

Quando fiz o desenho de um arco-íris, como sugestão da sua representante na constelação, outra ficha caiu... o quadrinho também era seu. E durante o passar dos anos, os presentes "extras" que dávamos a Giulia, no fundo eram para você, mas eu demorei para saber... 17 anos pra ser mais exata.

Seu pai também sentiu muito quando soube da sua existência e choramos  juntos, por imaginar como seria nossa vida com você. Talvez você fosse meu companheirinho, assim como a Giulia foi e é de seu pai. Na verdade dói sabe, por isso talvez eu queira evitar pensar, imaginar, sonhar com o que não pôde ser, mas eu te acolho meu filho, em meu coração.

Dói bastante, percebo agora que tomei coragem para escrever. Talvez por isso eu sinta tanta solidão às vezes. Talvez por isso eu arranque os cantos dos meus dedos, me auto mutilando. Talvez por isso, novamente tenha aqui na nova casa, um quarto a mais prontinho, com uma cama de solteiro, olha só...mesmo já sabendo da sua existência, meu inconsciente ainda busca meios de mostrar que você tem um lugar.

Saiba que sentimos muito, mas em honra a você, viveremos bem e da melhor forma, até quem sabe um dia nos reencontrarmos na eternidade.

Sua irmã também sente, embora não admita muito, mas por um bom tempo ela teve dificuldade em encontrar sua verdadeira individualidade, pois queria vestir-se de um modo um tanto masculino, mas isto já está sendo visto e tratado e ela já mudou bastante.

Acredito que esta era a forma para te dar um lugar.

Enfim, deixo revelado aqui, todo meu Amor e a intenção de que você também faz parte e sempre fará.

Querido filho, o Amor sempre traz de volta.


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