Constelações Épicas: Traumas de Guerra – Um sistema banhado
em traumas.
Ao iniciar as aulas sobre traumas
de guerra, os temas que foram colocados, embarquei em muitas constelações e
claro, refleti sobre o meu sistema.
Fui ao encontro de meus
ancestrais pelo lado paterno, os mais conhecidos em nossa cidade, praticamente
uma família fundadora.
Sr. Major Manoel Vicente Bittencourt
,1º prefeito de Ponta Grossa / PR; pela patente percebe-se que era militar.
Esse trisavô participou da guerra
civil federalista, onde mais de 10.000 homens morreram aqui na região do
Paraná, às margens da ferrovia Curitiba/ Paranaguá. Creio que muitos desses
fazem parte do meu sistema.
Seu filho Manoel Villela
Bittencourt Jr, meu tataravô, pai de Claudionor Villela Bittencourt casado com
Luiza Lápido, que tiveram seis filhos, meus bisavós (Luiza eu conheci e
convivi).
Luiza ficou viúva perto dos 30
anos gestante da sexta filha. Claudionor foi assassinado aos 33 anos. (mais um
para agregar ao meu sistema).
O Filho mais velho de Luiza, meu
avô: Deomar Lápido Bittencourt ficou órfão aos 10 anos e como homenagem a seu
pai, deu o mesmo nome ao meu pai: Claudionor Tupi (apelido de seu avô)
Bittencourt.
Não estranho a filha de Luiza, em
gestação na época em que viuvara, chamava-se Claudionora, bem como eu e uma prima com
mesmo nome: Claudiani Tupi Bittencourt.
Traumas de guerra e orfandade em
todo o meu sistema por parte de pai e a constante repetição de nomes, muitas
vezes pego meu pai em estado de transe alegando que o nome que consta na
sepultura é o dele inteiramente identificado com o antepassado assassinado.
Não muito distante, Rio Grande do
Sul, uma senhora, Sibila Shuch, (minha bisavó materna) perto dos trinta anos
fica viúva de seu esposo, esse faleceu por doença pulmonar, essa minha avó, assim como a bisavó paterna, também
gestante da sexta filha.
O que posso concluir é que numa
hereditariedade muito próxima todos ficaram órfãos e com grandes traumas,
aparentemente resolvidos, porém ao estudar constelações sistêmicas, familiares
percebo que os casos de alcoolismo, deficiência mental, problemas financeiros,
câncer, tem sim origem sistêmica.
Eu, me identifico sistemicamente
com as minhas bisavós, pois carrego comigo o dever de trabalhar incansavelmente
para manter a família, os filhos; mesmo casada, de forma solitária.
Já fiz algumas constelações com
minha terapeuta onde a situação do assassinato de meu bisavô foi clara.
Já fiz várias cartas as minhas
antepassadas como forma de tarefa sistêmica e durante as minhas bodas de 30
anos – bodas de pérolas - reverenciei-as.
Ter consciência e conhecimento é
a melhor ferramenta. Percebo que ao escrever e descrever esse pequeno histórico
do meu sistema sei que muito preciso fazer por todos.
Afinal sou bisneta, neta e filha
de órfãos.
Consegui subir alguns degraus em
busca da cura do meu sistema.
Durante as aulas de constelações
épicas, porém com os bonecos em reverberação coloquei para Olinda um situação
da minha família paterna, agora por parte da mãe de meu pai.
Olinda me atendeu sobre a situação, muitos casos de suicídio. Um avô, uma neta assassinada em uso de drogas e a irmã dessa jovem no mesmo dia, 3 anos após, em acidente de moto.
Olinda colocou na mesa vários representantes enfileirados e com um toque caem
alguns bonecos onde dessa forma Olinda me explica que pelo número de bonecos em
pé eu saberia em qual geração eu deveria atuar sistemicamente.
Outro momento Olinda atendeu uma pessoa que sentia-se extremamente cansada; ela colocava vários bonecos deitados e questiona o que a cliente sentia; eram seus antepassados cansados da guerra, de fugir, de tanto trabalho escravo e indígena.
Na mesma semana
recebo um cliente com as mesmas queixas cansaço, coloquei da mesma forma que
Olinda, vários bonecos, onde minha cliente também se identificou com pessoas
cansadas, de tanto fugir, trabalhar, foi uma linda constelação e a cliente saiu
do estado de cansaço extremo.