Antes da felicidade somos leais aos nossos pais, os filhos de forma inconsciente tomam as “dores dos pais” manifestando sintomas, carregando por suas vidas, dores e sofrimento.
Vivemos em uma sociedade onde o julgamento e muito “normal” como, por exemplo, uma pessoa com carro bom, casa, dinheiro e posição social. Enquanto a sociedade julga ser essa pessoa de sorte, mal sabem que pode estar sentindo profunda tristeza, solidão, angustia e depressão, um sentimento de fraqueza e fragilidade envolve seu ser.
Se realizado uma terapia vai ser exposto uma história de vida com lealdade, orfandade, sofrimento transgeracional, onde muitas vezes a ordem na família atual está alterada, tais desordens mechem com a família toda trazendo sentimentos de briga, desrespeito, tristeza e impotência perante a vida.
Muitas histórias acontecidas com avos, bisavós, trisavós estão reverberando na geração atual; a isso chamamos de lealdade.
Olinda Guedes nos alertou que temos que constelar pelo menos quatro gerações para ficarmos livres de emaranhamentos, estes representam as situações, sentimentos e sensações desproporcionais no contexto da vida.
Ela citou vários exemplos, e aqui coloco este de uma linda mulher, dotada de grandes qualidades pessoais e no trabalho, sonhava encontrar um bom rapaz casar e constituir uma linda família.
O tempo vai passando e ela continua sozinha por um motivo ou por outro, a idade vai chegando e quando se percebe, está com setenta anos sozinha; o que aconteceu com essa mulher que justifique tal situação? As constelações explicam.
No Pertencimento a criança sente que pertence a uma família, percebe que sua família é diferente, e que as demais também são, cada qual com suas particularidades e desafios, ela precisa se sentir acolhida e amparada nesse lar, viver sua infância com paz, alegria e segurança, se preparando para ser um adulto saudável e viver de forma harmoniosa no trabalho e na vida.
Devemos saber escolher o que fazer com nossa vida, nem tudo o que aprendemos ou trazemos na memória transgeracional e importante ou saudável, devemos analisar o contexto vivido para saber se aquela informação ou aprendizado é útil ou não.
Olinda citou uma frase de Bert Hellinger onde ele dizia, “Para você ser feliz tem que ser um pouco desleal”. Ele se referia a não ser totalmente leal “a sua família, ou seja, não seguir tudo ao pé da letra, pois vivemos em uma sociedade com realidades e contextos diferentes aos de nossos pais e antepassados”.
No princípio da ordem os pais precisam ser pais, e os filhos precisam ser filhos, existe uma hierarquia que precisa ser respeitada, quando estamos no lugar certo podemos nos curvar, tanto pais como filhos, no sentido sistêmico.
Honrar os pais e antepassados significa conhecer a história deles, o que fizeram seu trabalho, lutas, sacrifícios, e também as coisas boas que marcaram suas vidas, isso e libertar, isso e constelar.
O vínculo do amor interrompido trata de questões que não damos muita importância, pois vivemos em uma sociedade presunçosa onde as crianças são maltratadas, agredidas e violentadas.
A orfandade e o vínculo interrompido ficam no sistema, mas nem todo vínculo interrompido é transgeracional e pode ser atual, de pai para filho, ou filho e genitor.
Muitas crianças não podem perder sua mãe de vista, entram em desespero como se fossem ser deixadas para trás, isso pode ser uma manifestação de vínculo interrompido; crianças choronas, inseguras, medrosas podem estar manifestando a ausência de um dos seus genitores atual ou transgeracional.
Olinda cita o exemplo de sua filha Nina; toda vez que ela vai sair Nina chora muito, ela tem o sentimento de que vão abandoná-la, essa memória esta registrada em seu inconsciente causando grande pavor.
Diante de tudo o que foi exposto podemos dizer que atuando em nível do espírito temos que ouvir as partes, atuar com amor e sensatez naquilo que foi transmitido ao terapeuta, ter empatia, compaixão e ser verdadeiro, passar credibilidade e ver o outro para que esse ressignifique e cure.
#mod02