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As Leis do Amor

As Leis do Amor
Marineide Silva
nov. 4 - 14 min de leitura
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AS LEIS DOS AMOR

O que são essas Leis do Amor?

As primeiras leis sistêmicas simplificadas por Bert Hellinger foram chamadas de Ordens do Amor: Hierarquia, Pertencimento, Equilíbrio! Pois a ordem precede o amor; e o amor só pode se desenvolver dentro da ordem. Sendo assim, a Ordem/Hierarquia/precedência - é a primeira lei do amor. Qual é o mais importante, o amor ou a ordem? A Ordem segundo Bert Hellinger; pois “aquele que chegou antes cronologicamente, prevalece sobre os que chegaram depois. Nessa lei, os mais velhos são hierarquicamente superiores aos mais novos”.

“O amor é uma parte da ordem. A ordem precede o amor, e este só pode desenvolver-se dentro dela. A ordem preexiste. Quando inverto essa relação e pretendo mudar a ordem através do amor, estou condenado a fracassar. Isso não funciona. O amor se adapta a uma ordem e assim pode florescer; assim como a semente se adapta ao solo e ali cresce e prospera”. (Ordens do Amor pág.26 Bert Hellinger).

“A hierarquia (...) se manifesta na atuação da consciência grupal: em cada grupo reina uma hierarquia, que é definida pela precedência no tempo. Os antecessores têm precedência sobre os sucessores: por exemplo, um avô tem precedência sobre um neto. Em razão disso, a compensação que obedece à consciência grupal não faz justiça aos sucessores, pois não os equipara aos antecessores. A compensação arcaica só contempla os antecessores, desconsiderando os sucessores. Por esta razão, essa consciência grupal não permite que os sucessores se imiscuam nos assuntos dos antecessores, seja para fazer valer o direito deles, seja para expiar a culpa em seu lugar, seja ainda, para resgatá-los, a posteriori, do seu destino funesto. Influenciado pela consciência grupal, o sucessor reage à própria presunção com uma necessidade de fracasso e declínio”. ( No centro sentimos leveza pág. 50,51 – Bert Hellinger).

Muitos problemas existentes nas famílias, e organizações, são resultados da violação desta lei, por não respeitarem a ordem de chegada. Até nas competições o prêmio é dado de acordo com a ordem de chegada: ouro, prata, bronze. E todos ficavam felizes, tomando o que é seu, conforme o merecimento. O que garante essa felicidade e aceitação é o respeito a ordem, de chegada, que sistemicamente é a lei da ordem sendo respeitada. Quando o agir de um: filho, neto, segundo(a) esposo(a), é de desrespeito para com aquele que chegou antes dele: pais, avós, eis esposo(a), filhos do casamento anterior, e nas empresas um colaborador que não respeita a pessoa de seu  chefe  imediato, colegas de trabalho que chegaram antes reclama do patrão, da própria empresa que lhe acolhe; e mesmo um gestor, que chegou depois, ainda que ocupando o cargo de chefia, e não respeita os que já estavam ali, ou seja, chegaram antes dele, desfaz do trabalho realizado por seu antecessor, tal ações causa emaranhados, problemas mais diversos, enfraquecendo aquele sistema, aquela organização, aquele grupo e todo o trabalho a ser desenvolvido.

A constelação restaura a ordem, que nada mais é do que cada um assumir o SEU lugar, respeitando o lugar de quem chegou antes, e dando lugar no coração aqueles que já não se encontram, mas que também fizeram parte! Que também tem um lugar. Reverenciando-os com uma celebração, homenagem aos gestores anteriores, com gestos e palavras se tratando de mortos ou abortados. Isso apazigua os sistemas. Traz leveza! “Como a entrega, a reverência é um movimento do corpo e da alma. Pode ser feito com mais facilidade nas constelações em que se representa o sistema familiar como um todo. A completude do sistema familiar legitima o movimento”. (A Simetria Oculta do Amor pág.271).

“Hellinger: Gostaria de dizer algo sobre hierarquias, de modo especial sobre a ordem de origem. Cada grupo tem uma hierarquia, determinada pelo momento em que começou a pertencer ao sistema. Isso quer dizer que aquele que entrou em primeiro lugar em um grupo tem precedência sobre aquele que chegou mais tarde. Isso se aplica ás famílias e também ás organizações”. (livro – Ordens do Amor pág.27 Bert Hellinger).

“Dentro de um sistema existe uma ordem de precedência, de acordo com o início da vinculação ao sistema. Porém, na sucessão dos sistemas, a família atual tem precedência sobre a anterior”. (Ordens do Amor pág. 26)

Quer dizer que um filho ao casar-se forma seu próprio sistema, logo, esse tem precedência ao de origem que é o sistema formado pro seus pais. Sua família vem em primeiro lugar, embora haja uma exceção conforme explicou Olinda Guedes em aula, é preciso observar a prioridade. Por exemplo, entre a vida do pai e um desejo do filho, a prioridade é atender o pai. Em questões básicas se atende o filho antes do pai.

Lei do – Equilíbrio/Compensação/Reciprocidade – Esta lei ensina que, deve-se dar aquilo que outro é capaz de tomar, e tomar para si, aquilo que o outro é capaz e está disposto a dar. É a concretização do amor na ação. Nada é imposto, exigido! Tudo ocorre na liberdade, no respeito, na aceitação, com honra.

“A compensação – Em nossos relacionamentos atuam, portanto, ordens que se manifestam nas consciências ou em seus efeitos. Quem conhece tais efeitos pode superar, pela compensação, os limites das consciências. Onde as consciências cegam, a compensação sabe; onde as consciências prendem, a compensação libera; onde as consciências incitam, a compensação inibe; onde as consciências paralisam, a compensação age, e onde as consciências separam, a compensação ama”. (No centro sentimos leveza pág. 53,54 – Bert Hellinger).

“Compensação através da ordem do amor Hellinger: Existe, contudo, uma solução num nível superior. Essa compulsão cega de compensar pode ser superada por uma ordem mais elevada, que é uma ordem do amor. Não podemos superá-la somente pelo amor – já que o impulso de compensar é também uma forma de amor – mas apenas num nível superior, por uma ordem mais elevada do amor. Dentro dessa ordem, reconhecemos nosso próprio destino e o destino da pessoa amada como independentes entre si e humildemente nos submetemos a ambos”. (Ordens do Amor pág. 35 Bert Hellinger).

Para Bert Hellinger as leis do amor, “as leis auto-evidentes e naturais do ser e do tempo aplicam-se também aos sistemas familiares. O ser é limitado pelo tempo: o mais antigo vem antes do mais novo. O tempo atribui sequência e estrutura ao ser. Nos sistemas de relacionamento, isso significa que quem entra no sistema primeiro tem certa precedência sobre os que entram depois. Os pais entram no relacionamento antes dos filhos, o primogênito, antes do segundo filho, e assim por diante. Isso estabelece uma hierarquia natural dentro da família, que precisa ser respeitada”. (A Simetria Oculta do Amor pág. 157).

É preciso que o dar e receber em toda e, qualquer relação seja equilibrada. Nenhuma parte pode dar mais e receber menos; quando isso acontece, causa desequilíbrio, infelicidade, separação. É necessário restabelecer o equilíbrio, devolvendo ao outro de acordo com o que recebera. Isto vale quando esse dar e receber acontece positivamente, ao contrário, ou seja, quando um causa dor ou sofrimento ao outro em uma proporção, é preciso para que isso não cause maiores danos que a parte que recebeu o mal, devolva o mal, em proporção menor, estará respondendo com certa bondade, isso aos poucos neutralizará a ação do outro, equilibrando no bem. Esse equilíbrio entre dar e receber é uma ação constante, para garantir a felicidade e o sucesso.

 [...] quando estou com alguém sei exatamente quanto ela consegue receber e quanto pode retribuir. Isso determina o quanto posso lhe dar e o que posso lhe dar. Portanto só posso lhe dar o que ele pode ou quer retribuir. Se um dá mais do que o outro pode suportar, prejudica o relacionamento. Por isso, num relacionamento, a atitude de dar é sempre limitada”. (Constelações Familiares – O Reconhecimento das Ordens do Amor pág. 41 ).

Bert Hellinger diz não saber de onde provém, mas que é uma necessidade, pois sem esse equilíbrio não existiria nenhuma comunidade humana. E que não precisa ser estipulada. “É sentida instintivamente”. (pág.43). Ele também diz que esses limites valem para grupos pequenos, de 20 a 30 pessoas, sendo parentes e amigos. E que “se for aplicada além desses limites, os efeitos são negativos. Isso pode ser visto nas guerras”. (pág. 46).

Em seus livros: Constelações familiares - O Reconhecimento das ordens do Amor, e A Simetria Oculta do Amor, ele fala da consciência e equilíbrio, e da culpa e como ela acontece nessa ordem, na ação de dar e receber ou entre ganho e perda.

“Nossos relacionamentos, bem como nossas experiências de culpa e inocência, começam com o dar e receber. Nós nos sentimos credores quando damos e devedores quando recebemos. O equilíbrio entre crédito e débito é a segunda dinâmica fundamental de culpa e inocência nos relacionamentos. Favorece todos os relacionamentos, pois tanto o que dá quanto o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem iguais. [...] As pessoas adotam três padrões típicos para alcançar e preservar, em seus relacionamentos, a inocência nas trocas: abstinência, prestimosidade e troca total”. (A Simetria Oculta do Amor pág. 31).

Na abstinência a pessoa se nega a aceitar por inteiro o que necessita, se fechando, fugindo da necessidade e da vida. Na ilusão de inocência minimizam sua participação na vida! Assim, se priva do prazer de receber, limitando também, seu gozo na vida! Sentindo-se vazia e insatisfeita.

Na prestimosidade, a pessoa nega suas necessidades, após receber o suficiente para se obrigarem com o outro. Tentam preservar a inocência, mantendo a sensação de crédito, em relação ao outro “síndrome do prestimoso”. Na ilusão de superioridade, rejeita o prêmio da vida e nega a igualdade ao parceiro. Há quem se recusa a receber, tornando-se ressentido. Os prestimosos crônicos costumam ser solitários e até amargos.

Na troca total, considerado por Bert Hellinger, o terceiro e mais belo caminho para a inocência no dar e receber, é o contentamento que se segue em uma troca total, quando damos e recebemos plenamente.

“Essa troca é o cerne dos relacionamentos: o doador recebe, o recebedor dá. Ambos são doadores e recebedores ao mesmo tempo. Para a inocência não importa apenas o equilíbrio entre o dar e o receber, mas também o seu volume. Um volume pequeno de doações e recebimentos traz pouco proveito; um volume grande nos torna ricos. O dar e receber em larga escala traz consigo um sentimento de abundância e felicidade”. (A Simetria Oculta do Amor pág. 32-33).

Lei do Pertencimento – Esta lei diz que todos têm o direito de pertencer. Ninguém poderá ser excluído, com uma exceção:

“O Direito de Pertencer. A consciência grupal dá a todos o direito de pertencimento. Ela vela para que esse direito seja reconhecido por todos que fazem parte do grupo. Assim, ela vela pelo vínculo num sentido muito mais amplo do que a consciência pessoal. Ela só conhece uma exceção a essa regra: os assassinos, especialmente os que mataram pessoas pertencentes ao grupo. Em relação a eles, essa consciência exige, via de regra, que sejam excluídos”. (No centro sentimos leveza pág. 50 – Bert Hellinger).

Esta é a única permissão dada pelo sistema familiar para se excluir um membro do grupo. Pois via de regra, por essa lei deve-se Respeitar o Direito de Participação:

“[...] todos os membros, no sistema, têm igual direito à participação e nenhum pode negar ao outro o seu lugar. O sistema familiar se rompe quando um membro diz ao outro: ”Tenho o direito de participar, mas você não.” [...] Os membros podem esquecer os excluídos, mas o sistema nunca os ”des-membra”. A exclusão de pessoas que têm direito de participação é a dinâmica mais comum de ruptura do sistema familiar”. (A Simetria Oculta do Amor pág. 155, 156).

Em seu livro Constelações Familiares – O reconhecimento das ordens do amor, Bert Hellinger afirma que esta é uma ordem básica e muito bela. Que se respeitada, origina-se o bem, é possível confirmar pessoalmente. Mas se não for respeitada bem como as demais, as pessoas entram em crise ou adoecem.   

A violação dessas leis, serão manifestadas quer tenhamos consciência ou não. São as memórias transgeracionais.

“Cada família, conforme sua vivência e sua história, possuí informações conscientes que permite e deseja transmitir – são as qualidade, as virtudes, as habilidades, aspectos considerados por esse grupo familiar como positivos. Na transmissão consciente, incluem-se ainda as transmissões materiais como as posses, a herança, as joias, as transmissões simbólicas, o status, o conhecimento, o nome de família. E ainda, a educação, a cultura, o reconhecimento social. Entretanto, como já dito anteriormente, nem todos os conteúdos transmitidos são conscientes e desejados, muitas vezes estão no campo do proibido, do não-dito”. (Psicogenealogia – Um novo olhar na transmissão da memória familiar. pág. 80- 81).

Essas informações não transmitidas de forma consciente, por ser indesejadas, os famosos segredos muitas vezes guardado a sete chaves nas famílias se manifestam por meio de fatos, atitudes em algum dos membros do grupo, de deferentes gerações. São os emaranhados sistêmicos, resultantes de violações das leis: ordem, equilíbrio e pertencimento.

 


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