Um dos pontos de divergência entre eu e minha querida mamãe trata-se das vassouras.
Para mim, elas sempre representaram:
- limpeza!
Vapt vupt, eu as levantava do chão e lá se iam pelos ares as teias, aranhas e tudo o mais que estivesse no lugar errado.
- defesa pessoal!
Meu irmão, mais velho e mais habilidoso, sempre ganhava nossas lutas. Então, eu me valia da vassoura. Ele gentilmente me deixava ganhar algumas brigas. Outras, não! Eu perdia com vassoura e tudo.
- meio de transporte!
Ainda em tenra idade, elas eram nossos cavalos... eu e o Mano João nos alegrávamos tanto, tanto. Elas (eles) tinham personalidade própria, humor. Alguns dias corriam sem parar, outros dias, empinavam, empacavam e nos davam muito trabalho.
- criatividade!
Colhíamos guaxumba e fabricávamos nossas vassouras, maiores, menores, gordinhas, magricelas, ao gosto do cliente – que éramos nós mesmos – que trabalhavam satisfeitos deixando o quintal limpinho, sem nada de folhas secas ou outros entulhos.
- talento!
Meu pai fazia e faz vassouras profissionalmente. Tem um tipo de milho – que não dá espigas, ele só produz uns fiapos.. que se transformam em lindas e duradouras vassouras artesanais. Eu pensava: isso é muita arte para mim. Nunca vou aprender isso. E tinha razão.
Para concluir a conversa, mesmo em tempos modernos, eu quando fico aborrecida com alguma situação, eu imagino umas boas vassouradas no vivente... porque penso que tem gente que nem assim aprende. Mas, minha raiva vai se embora e eu não fico com dores no corpo não. Expresso mesmo!
Eu também tive uma gata preta e nunca me incomodei com bruxas. Eu acho toda bruxa bem divertida, intrigante. Com alguns poderes que nem elas sabem ainda que tem, por exemplo, o poder de sua majestade.
Mas, era sobre isso que eu queria falar hoje: amo vassouras. Feliz dia de brincadeiras!
P.S.- Para meus alunos essa é uma boa história sobre permissão. Um dos 3 Ps necessários para o êxito em processos terapêuticos, segundo Eric Berne. (Permissão, Proteção e Potência).
OLINDA GUEDES é mãe da Nina Maria, apaixonada pela vida, escreve com o coração o que cabe em palavras. Ainda terá uma coleção de vassouras.
Conduz, no Instituto Anauê-Teiño, a Escola de Saberes Úteis. Uma iniciativa cujo objetivo é trocar saberes das diversas ciências com o propósito de uma vida mais feliz, próspera e saudável.
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