Constelações e Familiares são palavras conhecidas, ouvimos diariamente a palavra familiares, ouvimos muito nas aulas de ciências sobre as constelações que é a formado de estrelas. Mas quando juntamos essas duas palavras elas se transformam em uma terapia extraordinária, que pode modificar não só as famílias, bem como todas as pessoas que estão a nossa volta.
As constelações familiares foram criadas por Bert Hellinger através de um estudo muito longo, estudo que foi experienciado por ele, onde pode experimentar toda essa vivência, iniciando num campo de concentração e lá ele observou que quando se olha para a dor do outro com o coração, a vida retribui com o bem.
Em seguida pode experienciar a vida sacerdotal, a religiosidade e com isso viveu momentos que fez refletir da importância da conexão com outro e que somos capazes de desejar e também pedir pelo outro mesmo não estando próximo. Conviveu também com uma tribo africana (Zulus) que o fez refletir que para ser feliz e conviver em comunidade não precisa ter dinheiro, bens e tecnologia avançada. Basta por em prática as Ordens do amor, hierarquia, pertencimento e ordem.
Após algum tempo, Bert Hellinger necessitou também experimentar o casamento, pediu afastamento do sacerdócio, se apaixonou e casou, vivenciou relacionamento conjugal, uma separação, segundo casamento.
Com toda essa experiência foi capaz de criar Terapias de Constelações Familiares e as pessoas submetidas a essas terapias percebia a cura gradativamente se estendendo por toda família. Essas terapias foi tomando um espaço e ganhando a credibilidade pela simplicidade mas um poder de cura extraordinário.
As constelações sistêmicas atuam com um completar, Todos pertencem a um sistema familiar composto de pai, mãe, avós, tataravós etc. O pertencer a campo familiar é muito importante, cada um merece o seu lugar de pertencer.
Quando pertencemos a uma família, quando somos fiéis demais aos nossos antepassados, carregamos emaranhamentos que vai nos sucumbindo, prejudicando não só fisicamente mas também emocionalmente, quando o pertencimento se torna extremamente doloroso é necessário olhar com carinho, e libertar daquilo que estamos sendo fies, abrir um pouco mão da lealdade para ser feliz. Um exemplo de lealdade, podemos citar o filme a "Felicidade Por Um Fio", a filha é leal a mãe, para que seus cabelos crespos permaneçam sempre liso, na visão da mãe esse era o padrão para uma mulher, para ser bonita, sendo leal a mãe, e isso gera uma infelicidade muito grande, onde a filha não poderia ser ela mesmo, vivia em função da previsão do tempo, acordava de madrugada para arrumar os cabelos para ser uma mulher “perfeita” para o marido, deixando os momentos importantes passarem despercebidos.
Além de fazer parte de um sistema familiar, obedecemos uma ordem, aquele que chega primeiro deve ser olhado e respeitado, bem como antecedentes, pais, irmãos, no trabalho. Aquele que veio primeiro merece nossa gratidão e respeito hierarquicamente, sendo grato aos nossos pais, aos antepassados e um reconhecimento de tudo que foi construído para eu chegar ate aqui... quando o sentimento de gratidão for verdadeiro, a prosperidade acontece.. como diz o ditado Francês: “A gratidão é o coração da memória”.
Devemos honrar nossos pais, honrando–os estamos segundo a Bíblia Sagrada que diz no 4º Mandamentos da Lei de Deus “Honrar, pai e mãe”, “ Honre seu pai e sua mãe para que prolonguem seus dias na Terra” (Dt, 5, 16). Honrar pai e mãe significa prestar honra, afeto. É também dar afeto e reconhecimento aos avós, aos antepassados.
São os deveres de um aluno para com o professor; dos empregados para com os padrões.
Os deveres, o respeito para com os pais; deveres para com os tutores, nos dão frutos espirituais e temporais como paz e prosperidade. (fonte: Google)
Quando não há reconhecimento e compreensão da ordem e lealdade corretos, surgem os emaranhamentos.
A maioria dos emaranhamentos vem de uma lealdade, vínculo interrompido, quando os vínculos de amor entre os genitores, bem como os pais e mães, são interrompidos surgem os emaranhamentos que não nos deixam olhar para frente, não prosperando. A criança se torna um adulto triste, choroso, angustiado; são vínculos interrompidos de amor de mãe, lembranças transgeracionais de um passado que está sendo honrado, essas lembranças podem ser também do pai/mãe, genitor/genitora.
A cura para interromper esses emaranhados só acontece quando é olhado com compaixão e empatia para o sofrimento dos antepassados, é preciso ver a dor, reconhecer, olhar com o coração e assim ser curado, muitos casos necessitam de umas 4 gerações para obter uma cura total.
Para trabalhar com terapias, ser Constelador antes de tudo deve ser uma pessoa curada, ter o espírito do amor, aplicar a empatia, compaixão, sem julgamentos, ser justo, sincero. Transformar a dor em cura, viver um eterno aprendizado, compreender que cada pessoa é única e que pode –se aprender muito com as dores e alegrias do outro. No texto do Antony Exupéry diz:
“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.
Finalizo com um pequeno depoimento de superação.
Quando criança, aceitava tudo para não magoar as pessoas, tinha muito medo de deixar as pessoas chateadas comigo, minha mãe nem era costureira mas mesmo assim costurava roupas pra mim e pra minhas irmãs, eu nunca gostei mas sempre falava que gostava. Sempre achei que as piores coisas era pra mim porque eu não reclamava, quando matava frango sobrava o pé pra eu comer, não gostava mas nunca disse porque tinha medo de deixar minha mãe brava, ela dizia “a Iraci gosta de comer o pé” mas eu nunca gostei...
Eu sempre pensava: Será que nunca vou ter coragem de falar não?
Fomos morar na cidade pra estudar, meus irmãos e eu, aí tinha que cuidar de tudo porque era mais velha das mulheres. Aos poucos fui me soltando, com a participação na igreja, fui curando esse medo de falar, depois disso coordenei movimentos e pastorais da igreja, fiz palestras nos encontros de casais de jovens, na escola.
Hoje não tenho tanto medo... Falo onde e quando precisar, consigo expor ideias, inclusive os que me conhecem hoje dizem não acreditar que fui assim...
Olhando com amor pro passado, vejo que graças a Deus isso superei, mas ainda tem muita coisa que preciso me curar, vejo ainda que isso não era porque eu queria, provavelmente estava sendo leal com alguém do passado.
A cura acontece quando buscamos, e através de reflexão na igreja consegui me libertar. Com o estudo das constelações compreendo que quando se olha com o coração sem julgamentos e quando dá um lugar para essa dor, tudo é possível.
Gratidão!!!
Conclusão do módulo 1 e 2 das aulas de Constelações Familiares Curso Real
Atividades do Módulo 2 e 3 (Texto)
Iraci Ferreira Costa Ciconello
Mamborê – Paraná