Desde que iniciei a minha formação eu comecei a observar que nas terças a tarde entro em contato com algum campo de dor.
É um mal estar... hoje foi muito forte, precisei me deitar de tanta fraqueza no corpo, sentia fome e enjoo por falta de alimento, durou um bom tempo.
Na constelação sobre a mamãe eu senti tanta dor no peito que parecia que iria infartar, logo ela se estendeu pelo braço esquerdo e pelos ombros, uma agonia muito forte. Quando a representante da constelada falou que se sentia sozinha, não vista e precisava se proteger, uma ficha caiu para mim.
Durante a minha infância eu fui deixada aos cuidados de parentes e vizinhos enquanto a mamãe acompanhava o papai doente no hospital, em Florianópolis. Foi um período em que eu precisei me proteger das tentativas de abusos de quem deveria nos proteger e cuidar .
Quando a Olinda pediu para a representante falar:
"Eu sou a sua alma e eu sempre soube, as bênçãos chegaram, não há mal que dure para sempre. Quando nasce uma criança, nasce uma esperança. Eu, como a sua alma, lhe agradeço por suportar tanto."
Essas palavras tocaram a minha alma e encheram o meu coração de esperança.
Compreendi que estou a cada dia curando algo em mim, esse processo é fundamental para eu poder ajudar outras pessoas.
Meu processo de cura é uma caminhada e não apenas alguns episódios.
Anchieta, 10.11.2020