As constelações épicas são práticas metodológicas a partir da observação de anos de prática em consultório da nossa professora Olinda Guedes. São Constelações que tratam de temas que falam de vida e morte e que focam no encontrar soluções.
Durante essas constelações, observa-se temas que envolvem não nascidos (espontâneos ou não), gemelares, suicídios, tragédias, todas que reverberam na vida do cliente.
É importante que o terapeuta esteja atento à gramática das constelações para lidar com os diversos sinais expressos pelo campo. “O campo informa todo o tempo”. Essa atuação fenomenológica, seja por representantes (pessoas) ou pelos bonecos, trazem situações que podem ser ressignificadas quando podemos sentir e ver aquilo que foi excluído do sistema.
Neste contexto, o atendimento mais significativo que eu assisti foi de uma cliente que tinha sofrido abortos espontâneos e provocados, motivados por uma relação abusiva.
O tema inicial trazido era sobre o trabalho, mas, percebi que quando o cliente propõe o tema, é imprescindível investigar o que está por traz dele.
Muitas vezes o problema e a solução não estão no aparente. Existem outros emaranhamentos que precisam ser vistos e sentidos.
Assim, aprendi que uma escuta compassiva, exercícios e perguntas norteadoras podem levar a uma condução que direcione o cliente a encontrar algumas respostas e especialmente, a acalmar o seu coração a partir do que é sentido de forma genuína.
Esse trabalho requer um estudo contínuo: teórico e prático. Inicialmente, existe um convite a uma reforma íntima estimulada pela consciência sistêmica.
Sendo assim, o pensar e o agir do terapeuta sistêmico será transformado na sua vida nas situações mais simples. Ou seja, essa consciência, torna-se uma filosofia e o olhar do constelador será aprimorado com a escuta empática e compassiva.
Assim, o aprendizado será sempre uma “jornada da alma” dos envolvidos nesse processo terapêutico tão integrado, significativo e transformador.