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ATENDIMENTO INDIVIDUAL - CONSTELAÇÃO INDIVIDUAL NA ÁGUA

ATENDIMENTO INDIVIDUAL - CONSTELAÇÃO INDIVIDUAL NA ÁGUA
Liane Antonelli
mai. 4 - 15 min de leitura
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Aula 1 Orientação:

Olinda nos fala que quando atendemos um cliente numa constelação, precisamos tocar o coração dele. Há muitas ferramentas e recursos que ajudam a constelação acontecer. Estes recursos devem ser didáticos e escolhidos para tocar o coração do cliente. Os recursos não devem tirar a atenção do cliente e devem ser escolhidos e estudados pelo terapeuta.

As constelações na água tem vantagem em relação as feitas com bonecos porque é visível que os objetos se movimentarem no campo do cliente(água) que é tocado profundamente.

Por que constelação na água? A água ajuda a organizar a vida já que somos 70%água. A água é poderosa, é catalisadora da vida. Onde há água há vida.

Olinda coloca que não devemos ficar presos aos métodos e nem às técnicas e sim manter o foco no cliente para ele se abrir para a constelação. Devemos ajudar o cliente a abrir o seu coração para encontrar a solução para a sua dor.

“Hospitalidade e empatia são condições essenciais para um processo de cura”.

Constelação 1:

Cliente Rosalina que se apresentava muito agitada, com movimentos da cabeça e corpo visivelmente incontroláveis. Após a constelação na água ela se sentiu mais calma. Olinda percebe que o problema é de memórias transgeracionais e a aconselha a fazer terapia e muitas práticas sensoriais e cuidados de enfermagem, mais carinho e muito amor.

Olinda diz que ela mora na praia por necessidade de memórias transgeracionais.

Rosalina nós vemos você! Após uns dias ela participou de forma mais calma com movimentos controlados.

Aula 2 - Constelação:

Olinda, de início, fala sobre levarmos a vida mais leve. Nós podemos escolher como levar a vida, mais leve ou mais complicada. Somos feitos para cooperação e não competição. Não precisamos competir o tempo todo. Nascemos para sermos felizes. Quando trabalhamos com amor, mais trabalho aparece.

Ler biografias é interessante para conduzirmos constelações.

Uma mãe comenta que fica triste porque o pai não dá atenção para filha. Olinda explica que há diferença entre pais e genitores. Se faz falta um pai, adota um. Não adianta forçar a situação, deve-se aceitar tudo como foi, pois ninguém dá o que não recebeu. Dentro de uma maturidade, buscar um genitor.

Olinda fala do futuro que é construído enquanto fazemos as pequenas coisas do dia a dia. Conheci o que é o tempo paralelo que é aquele que passa enquanto fazemos alguma coisa. É este tempo paralelo que define a nossa vida que cria o nosso futuro.

Olinda faz constelação do dia das crianças colocando pai, mãe e filho. Observamos que a criança fica ligada a mãe e o pai se afasta. Quando mãe e filho se aproximam do pai ele não se movimento em direção à criança. O que criança pensa? “Mamãe me leva até o papai? Ele não me encontra!” Há falta do masculino na vida das crianças e também como profissionais terapêuticos. Os homens precisam de um lugar na vida da família.

Os homens tem o corpo de dor de terem ido para a guerra. Eles precisam voltar para casa, para o aconchego da família.

Relato de uma colega que diz que, depois da COVID-19, está tendo sintomas que estão influenciando a vida cotidiana. Muitos cuidados médicos estão sendo utilizados. Olinda coloca que o que ela está experimentando é memória passada de perpetrador. É sabido que basta uma mínima semelhança entre o fato atual e o fato traumático do passado para desencadear toda a memória do trauma. 

Aulas 3, 4 e 5 - Orientação:  

Olinda fala que não devemos considerar as leis do amor a ferro e fogo. E assim olhar dentro de um contexto. Filhos, quando adultos, devem ir atrás do que querem. Se desligam dos pais. Não devem priorizar os pais e sim os filhos. Caso o idoso esteja com risco de vida a prioridade é dele. Temos que cuidar para não tornarmos mito as constelações, por exemplo, jovem deve sair de casa quando tem idade e condições. Muitas vezes o jovem precisa ficar mais tempo para suprir carências afetivas que não recebeu anteriormente dos pais.

Insight: Percebi que meus pais foram órfãos funcionais. Na época que nasceram, década de 1920 e 1930, os pais trabalhavam muito para sustentar a família. Meu pai teve 13 irmãos, sendo 11 vivos e tiveram uma vida muito difícil e não foram prósperos.

Fiz um exercício imaginando-os crianças num pic-nic na fazenda onde moravam recebendo a atenção e sendo abraçados pelos pais. Imaginei-os brincando de roda, com os pais no centro da roda e os irmãos envolta cantando e rindo muito. Senti o corpo leve e o coração tranquilo. Hoje resta somente uma irmã viva.

Olinda fala de reconhecer a necessidade de cura do cliente e indicar. Exemplo: pai carente porque perdeu a mãe dele cedo. Aconselhar o cliente a imaginar o pai no colo da mãe dele sendo acolhido por ela.

Insight: meu avô materno perdeu a mãe aos 11 anos e junto com o pai e irmão mais velho assumiu o cuidado dos outros 6 irmãos menores. Eram 10 no total mais 2 falecidos. A mais nova com 2 anos. Moravam na roça e plantavam e criavam o que comiam. Trocavam com os vizinhos por alimentos que não tinham.

Meu avô viveu para o trabalho e não tinha nenhuma demonstração de afeto pelos filhos ou netos. Ele era muito honesto, justo e amigo dos filhos e genros. Hoje reconheço que ele não recebeu carinho da mãe e não soube dar carinho, atenção para a família. Fiz um exercício imaginando meu avô no colo da mãe dele sendo ouvido e acariciado pela mãe que lhe dá toda a atenção. Imagem linda que vi.

Olinda nos diz que quando a vida não vai para frente é porque coisas do passado precisam ser resolvidas. Para avaliar se temos saúde emocional devemos nos perguntar: Você é feliz com o seu trabalho? Você é feliz com quem você convive? Você é feliz onde você mora?

Pessoas que pensam muito que ficam remoendo pensamentos é porque quando criança não tiveram adultos que fossem moldando o jeito de pensar, de refletir, não teve acolhimento, então ficaram com pensamento desregulado, pensamento solitário, lambendo as feridas em movimentos contínuos solitários.

Segundo a Antroposofia, os filhos até os 7 anos devem ficar muito próximo dos pais porque é nessa fase que o filho é moldado na forma de pensar, de agir, de existir, de lidar com a vida.

Insight: Percebi o porquê de eu querer ser tão independente, não gostar de expor meus sofrimentos e ter dificuldade em entender o sofrimento do outro.

Lembro de que quando estava nascendo os meus seios, somente um deles nascia e o outro não. Durante meses eu chorei em silêncio, pois achava que ficaria deficiente. Não contei para ninguém e ainda me escondia na hora de me trocar. Não tirava a roupa na frente nem da minha mãe e irmã. Até o outro seio nascer e ficar do tamanho do outro chorei muito escondido. Isto me fez criar uma carapaça de proteção a prova do meu sofrimento e dos outros.

Constelação 6ª:

Não existe eu e tu e sim um nós. Somos uma coisa só no universo. Por isso a importância de testemunhos que são modelos para nós.

Olinda fala da importância de termos bons pensamentos, lermos boas histórias e contarmos estas histórias que serão moldes para nós.

Pessoa que fala muito está anestesiada com os problemas de tanto que fala, mas a pessoa quieta está numa conversa e sentimento interno intenso que vai destruindo-a por dentro, causando uma série de problemas de saúde.

O testemunho é importante para cura de outras pessoas.

Olinda fala da importância de fecharmos os ciclos de todos do sistema. Exemplo: um avô que desapareceu e não foi enterrado. É importante que os descendentes saibam que houve reverência, honra e respeito nos falecimentos.

Insight: Lembrei-me das pessoas desaparecidas em tragédias cujos corpos não são encontrados. A família precisa de acompanhamento médico porque é difícil aceitar a condição de desparecido. Vemos o alívio destas famílias quando os corpos são encontrados e enterrados dignamente.

As interrupções, os vínculos interrompidos, as não despedidas, podem criar grandes memórias traumáticas. 

Olinda explica que muitas situações de pesadelos, terror noturno, ocorrem em famílias que alguém não teve despedida, não teve a finalização do ciclo, um até logo, até breve, até outro dia, descanse em paz.

Olinda conta de uma vivência que fez num curso em todos os participantes deitavam no chão, eram cobertos com lençol e tinham uma vela acesa representando os mortos. Ela relata que, após a prática, uma paz imensa invadiu o coração de todos.

Insight: assisto uma série real em que um jovem médium americano se comunica com os mortos de uma família que não se conforma com a perda. Ele fala para as famílias, que independente da condição da morte, o falecido está sempre conformado e em paz. A família é que se desespera. Em todas as vezes o falecido demonstra alegria durante a comunicação com a família através dele.

Constelação 7ª:

Olinda fala das marcas que ocorrem no nosso organismo em diversos pontos e que são registros de sofrimentos expressivos que ocorreram em determinadas datas, meses, nas quais o nosso inconsciente, nossa memória epigenética,  gravam como um ponto a ser trabalhado. Sempre que o nosso ser tocar nessas épocas do calendário as memórias de sofrimentos serão ativadas para se tornarem completas para que possam ser curadas.

Insight: minha bisavó Umbelina, primeira esposa do meu bisavô, perdeu um filho nascido e faleceu aos 36 anos. A segunda esposa também perdeu um filho nascido. Minha avó abortou o primeiro filho, minha mãe abortou espontaneamente o primeiro filho e eu tive 3 abortos espontâneos provavelmente meninos. Muitas perdas e de meninos.

Vi numa constelação a memória de guerra na qual as mães não querem ter filhos homens, pois são convocados para a guerra, diferentemente das mulheres que ficam cuidando das famílias.

Sempre gostei de comemorar meu aniversário, mas fico triste e na pandemia deixei de fazê-lo, o que me trouxe uma grande tristeza e raiva.  Sempre chove e é também mês de aniversário do meu avô falecido, e dia dos mortos. Agora eu sei que além das minhas perdas eu sinto também a dor das perdas da família no meu aniversário. Agora consciente, este ano quero fazer diferente, vou comemorar homenageando os filhos falecidos da família!

Constelação 8ª - O campo e a inteligência das máquinas - Dan Goin:

Olinda nos relata uma experiência que teve com Dan Goin que fala que as máquinas têm inteligência e também informam dentro do campo.

Insight: Lembrei-me das máquinas que foram fundamentais na minha família, todas na casa de meus avós: bola de torrar café, máquina de moer café, moedor de carne, pilão e máquina de abrir massa. Lembro do relógio grande que marcava as horas e que ficava no corredor do quartos e que meu avô dava corta todos os dias, quando chegava do trabalho. O relógio acordava toda a família.

Lembrei-me do fogão a lenha usado diariamente e a máquina de costura da titia Luiza. Todas foram importantes e lembro de muitas histórias contadas durante o uso.

Percebi que a máquina mais significativa na minha família é a máquina de costura da minha tia avó Luiza. Ela herdou o dom das mulheres da família de costurar. Titia Luiza costurava muitíssimo bem para ela e para a família. Ouvi muitas histórias de formaturas e casamentos de sobrinhas e sobrinhos que ela confeccionou o vestido da noiva, da mãe da noiva, das damas e até terno para o pai da noiva.

Ela era solteira e tinha paralisia numa das pernas e mesmo assim estava sempre disponível para atender as sobrinhas quando casavam, e foram muitas.

Com o seu trabalho ela costurava para ela e ajudava a todos os irmãos a economizarem nos casamentos e formaturas dos filhos. Todos os sobrinhos e sobrinhas têm lindas recordações da titia Luiza.

Hoje a máquina de costura está comigo e ela me traz boas recordações e a energia de trabalho da família.

Constelação 9ª: 

Os alunos fizeram a constelação na água, colocando representantes para si próprios, um para o feminino e outro para masculino e depois analisaram a formação.

Insight: Percebi nesta constelação que meu masculino sempre foi mais forte. Minha mãe perdeu o primeiro filho que tinha certeza ser um menino. Minha irmã nasceu em seguida e, depois de 2 anos e 3 meses, eu nasci. Minha mãe contava que fez várias simpatias para saber o sexo do bebê e todas deram menino.

Meu enxoval foi predominantemente azul e ela sempre contava que meu pai dizia que não fazia questão de ser menino. Meu pai tinha o feminino mais forte. Era gentil e emotivo. Minha mãe tinha masculino mais forte era muito racional.

Embora sempre andasse vestida como uma princesinha, sempre gostei de coisas de menino, subia na antena para alcançar o telhado, até estudava no telhado, todas as férias pedia uma bola comprada no supermercado, aquelas coloridas, e jogava vôlei nas paredes do quintal, subia em árvores, tinha carrinhos pequenos que colocava em filas passando por debaixo da mesa, entre as cadeiras. Andava de bicicleta pelas ruas e praças e tinha um desejo enorme de soltar pipa.

Lembro que fui com minha mãe no sábado na feira e me encantei com uma pipa de isopor em formato de avião. Pedi e minha mãe comprou, ela sabia que eu gostava e nunca demonstrou resistência por eu ser menina.

Eu saia correndo pelo quintal tentando fazê-lo subir, mas nada, pensava que podia ter um irmão para me ensinar. O tempo passou, me casei, tive uma filha e quando ela estava com uns 8 anos uma amiga da escola falou que gostava de empinar pipa.

Convidei-a para empinarmos juntas e ela aceitou. Comprei as 3 pipas e fomos para uma área aberta com terraplenagem onde seria construído um condomínio de casas. Subimos no lugar mais alto. Joyce nos ensinou como posicionar a pipa, segurar o carretel e correr no sentido que favorecia a subida.

Ajudei minha filha a empinar a dela e sai correndo com a minha. Foi um momento mágico quando a pipa subiu e eu, em êxtase, senti uma onda de alegria subindo pelo meu corpo e comecei a rir com tamanha alegria que nunca tinha sentido antes. Inesquecível!!

Detalhe: nunca mais empinei.

Agora, lembrando daquele momento, sinto que preciso fazer novamente.

Adoro ver pipas no céu, elas me encantam!


 

 

 

 

 

 

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