Rapaz, eu tava aqui
Vendo tudo no jornal,
As notícias são cruéis,
Mas também tem pessoal
Na rua, feito abestado,
Não ofendo animal.
Sabendo que tem um vírus
Que pega e mata gente,
Que tanto faz rico ou pobre
E sobra pra inocentes
Que nunca foi viajar
E morre feito indigente.
Todo dia, a saúde
Avisa: É perigoso!
Mas otário, de bobeira,
Dando uma de teimoso
Ariado, feito besta,
Passeando, pabuloso.
Não seja um abestado!
Deus nos dotou de razão
Cuide da vida de si
E também do seu irmão,
Só saia, se for o jeito,
Não se meta em multidão.
Esse vírus é cruel
E gruda feito aruá,
Acredite na Ciência
Que tá aí pra mostrar,
Se botar a corda no pescoço,
Não peça a Deus pra tirar!
Se puder ajudar alguém,
Faça isso, por favor!
Pois tem gente precisando
Nesse momento de horror
Toda vida vale a pena,
Do neto, do pai, do avô.
Ao patrão, tenha clemência!
Se fechou sua senzala,
Seu escravo voltará
Pra encher a sua "mala ",
Mas isso, se escapar
Da situação precária.
Retribua, piedade!
Ele precisa ,patrão,
Você, só não comprou joias,
Mas ele foi o feijão,
Seu filho, ficou sem Disney,
O dele, ficou sem pão.
Estamos no mesmo barco,
Esse vírus veio mostrar
Que o dinheiro do patrão
Nem tudo pode comprar,
Deixe o escravo em casa, agora
Pra muitas vidas salvar.
Já dizia Patativa
Uma verdade tão crua
"Os direitos são iguais "
E a vida continua
Se proteger os banqueiros
E os que moram na rua.
(Maria Luísa Alves, professora em Beberibe-Cascavel/CE )