A mestra Olinda pediu que falássemos sobre como aconteciam os relacionamentos na nossa família. E me ocorreu falar da infância.
Recordo-me que, quando criança, sempre me senti acolhida e protegida pelos meus pais. Eram muito zelosos e, por vezes, medrosos de que algo acontecesse a mim e a meu irmão.
Certamente alguma memória de medo vibrava em suas células. Não sei dizer qual. Só sei dizer que, talvez eu tenha trazido algo parecido para muitos de meus relacionamentos. O medo, o receio de perder a pessoa amada e de achar que a entrega genuína acontecia na submissão à sua vontade e não expressão da minha.
Isso foi mudando com o tempo, conforme eu fui crescendo e amadurecendo a visão da vida e dos relacionamentos.
Que bom, não é?
Quando nos damos conta do quanto somos leais também nos sentimentos, isso abre um campo à nossa frente. Claro, muitas coisas eu ainda não sei, não tenho consciência de que repito ou permaneço leal, mas o fato de estar aberta a essa descoberta me faz sentir mais leve e responsável pela minha vida.
Responsável pela minha vida! Sim, eu já apontei o dedo e coloquei a culpa em muito do que tive conhecimento ou presenciei de atitudes dos meus pais e de muitos familiares.
Sigo num caminho infinito de aprendizado e de certeza de que nunca terei certeza de nada! Que louco isso e que delícia, ao mesmo tempo! Tira um peso enorme das costas não saber de tudo.
Beijo carinhoso em todas e todos!