Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...
Mama África...2X
Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...
Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama...
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Deve ser legal
Ser negão, Senegal...(3x)
Mama África 2X
A minhaaaaeeee
A minha maaaeee.
Letra e música: Chico Cézar.
Essa canção foi gravada por: Chico Cézar
A composição da letra e melodia é de Francisco Cézar Gonçalves, popular Chico Cézar. Chico é compositor, cantor e jornalista nascido na Paraíba.
O que me motiva a escrever sobre esta poesia é o fato desta canção ser uma canção sistêmica.
Através dos seus versos podemos constelar o vínculo com a pátria mãe e com o continente Africano.
São 5 estrofes onde o autor ilustra até de forma crítica o cotidiano da mulher negra que por conta da sua condição social precisa deixar o filho para trabalhar fora e prover o sustento da casa.
No meu ponto de vista o auge se mostra no trecho:
...Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama.
Podemos perceber que nesta música, as leis sistêmicas nas primeiras estrofes. Por exemplo:
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia (pertencimento).
Outro trecho:
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você (compensação).
Enfim é uma canção de amor e entrega para refletirmos o vínculo com nossa mãe.
Agora quero lhe perguntar: Você já escutou essa música? Já ouviu essa melodia com o coração?
Quem sabe você possa, assim como eu, apreciar essa obra e se permitir um grande movimento. Nos abrir para os vínculos maternos pode nos tornar mais humanos e compreensivos para com a dor do outro.
Se puder, compartilhe sua experiência. Espero poder ter contribuído.
Autor: Diego Fernandes Baliero, musicista, violeiro, antropólogo, terapeuta e constelador.